domingo, 6 de outubro de 2019


Sempre gostei de assistir a filmes de países de língua árabe. Além de alguns excelentes,  a maioria ensina muito sobre sua cultura e suas tradições, o que os torna ainda mais interessantes. Ao assisti-los, a gente aprende muito e acaba chegando à conclusão de que nós, ocidentais, jamais compreenderemos seu modo de vida, enraizado há muitos séculos. Escrevi esse introito para apresentar o drama argelino “O ARREPENDIDO” (“EL TAAIB” – na França, recebeu o título de “Le Repenti”), 2012, roteiro e direção de Merzak Allouache, 1h27m. A história é centrada no jovem jihadista Rashid (Nahi Asli), que abandona a montanha onde se refugiava com seu grupo de extremistas islâmicos, responsável por aterrorizar a população civil dos vilarejos da região. Rashid volta à sua aldeia natal e logo é denunciado à polícia – pela lei do Perdão e da Concórdia Nacional vigente na Argélia, todo jihadista que se entregar e devolver sua arma será anistiado. Rashid tenta se esconder da polícia e, nesse meio tempo, comete um assassinato e faz chantagem contra um casal cuja filha adolescente tinha sido assassinada pelos jihadistas. Por uma quantia em dinheiro, Rashid promete levá-los a um local da montanha onde os restos mortais da menina haviam sido enterrados. A câmera do diretor Merzak Allouache capta os cenários desérticos da região em tomadas longas e lentas, o que prejudica o andamento da ação que envolve o trio de viajantes, tornando o filme, perto do desfecho, um tanto monótono. “O Arrependido” teve sua primeira exibição durante a Quinzena dos Realizadores no Festival de Cannes/2012, além de participar, no mesmo ano, da Mostra Panorama do Cinema Mundial no Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro. No 17º Festival Internacional de Cinema de Kerala, na Índia, conquistou o Prêmio “Fipresci” de Melhor Filme Asiático. Um filme muito interessante que merece ser visto principalmente pelas razões que enumerei no início deste comentário.   


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