Sempre gostei de assistir a
filmes de países de língua árabe. Além de alguns excelentes, a maioria ensina muito sobre sua cultura e suas
tradições, o que os torna ainda mais interessantes. Ao assisti-los, a gente aprende
muito e acaba chegando à conclusão de que nós, ocidentais, jamais compreenderemos
seu modo de vida, enraizado há muitos séculos. Escrevi esse introito para
apresentar o drama argelino “O ARREPENDIDO” (“EL TAAIB” – na
França, recebeu o título de “Le Repenti”), 2012, roteiro e direção de
Merzak Allouache, 1h27m. A história é centrada no jovem jihadista Rashid (Nahi
Asli), que abandona a montanha onde se refugiava com seu grupo de extremistas
islâmicos, responsável por aterrorizar a população civil dos vilarejos da
região. Rashid volta à sua aldeia natal e
logo é denunciado à polícia – pela lei do Perdão e da Concórdia Nacional
vigente na Argélia, todo jihadista que se entregar e devolver sua arma será
anistiado. Rashid tenta se esconder da polícia e, nesse meio tempo, comete um
assassinato e faz chantagem contra um casal cuja filha adolescente tinha sido assassinada
pelos jihadistas. Por uma quantia em dinheiro, Rashid promete levá-los a um
local da montanha onde os restos mortais da menina haviam sido enterrados. A câmera
do diretor Merzak Allouache capta os cenários desérticos da região em tomadas
longas e lentas, o que prejudica o andamento da ação que envolve o trio de
viajantes, tornando o filme, perto do desfecho, um tanto monótono. “O
Arrependido” teve sua primeira exibição durante a Quinzena dos Realizadores no
Festival de Cannes/2012, além de participar, no mesmo ano, da Mostra Panorama
do Cinema Mundial no Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro. No 17º
Festival Internacional de Cinema de Kerala, na Índia, conquistou o Prêmio “Fipresci”
de Melhor Filme Asiático. Um filme muito interessante que merece ser visto
principalmente pelas razões que enumerei no início deste comentário.
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