“ELLA
E JOHN” (“THE LEISURE SEEKER”), 2017, coprodução Itália/França,
roteiro e direção de Paolo Virzi. A história, baseada no romance (lançado em
2009) do escritor norte-americano Michael Zadoorian, é centrada na aventura de um
casal de terceira idade, Ella (Helen Mirren) e John (Donald Sutherland). Eles
saem de Boston a bordo do antigo furgão da família, cujo nome é justamente o do
livro e do título original do filme: “The Leisure Seeker”, ou seja, “O Caçador
de Lazer”, com o objetivo de atravessar os Estados Unidos e chegar até Flórida
Keys para visitar a casa onde viveu Ernest Hemingway, o grande ídolo de John, um
antigo professor de literatura. Os filhos do casal, Jane (Nael Moloney) e Will
(Christian McKay), ficam desesperados com a iniciativa dos pais, por um motivo
muito especial: John tem Alzheimer e Ella sofre com as dores de um câncer
agressivo. Esse contexto dramático não contamina o bom humor que permeia toda a
trajetória do casal pelas estradas afora. Ou seja, trata-se de um ótimo e leve road movie valorizado pelo carisma e
competência de Helen Mirren e Donald Sutherland, cuja química é um dos trunfos
do filme. Durante a viagem, um segredo
revelado por John desencadeia numa série de acontecimentos que culminam num
surpreendente desfecho. E tem mais: na trilha sonora, “Me & Bobby McGee”,
um verdadeiro hino dos filmes de estrada na voz de Janis Joplin. Pelo papel de
Ella, Helen Mirren foi indicada ao Globo de Ouro de “Melhor Atriz” em 2017.
Exibido no mesmo ano no Festival de Veneza, foi aplaudido de pé pela plateia. Este
foi o primeiro filme escrito e dirigido por Paolo Virzi em Hollywood. O diretor
italiano é conhecido pela realização de dois excelentes filmes: “Capital Humano”,
de 2013, e “A Primeira Coisa Bela”, de 2010. Sem dúvida, “Ella e John” é um
ótimo entretenimento e uma oportunidade imperdível de curtir esses dois
veteranos atores.
sexta-feira, 14 de setembro de 2018
terça-feira, 11 de setembro de 2018
“THE
CATCHER WAS A SPY”, 2018, EUA – Como não chegou por aqui e nem tem previsão
de chegar – se é que vai chegar -, ainda não há tradução disponível. Trata-se
de uma história de espionagem baseada num personagem real, Morris "Moe" Berg, jogador e treinador de
baseball da liga principal norte-americana nos anos 30, e que durante a Segunda
Grande Guerra trabalhou como espião e oficial de inteligência da Agência de
Serviços Estratégicos dos Estados Unidos. Moe, interpretado por Paul Rudd (o “Homem-Formiga"), foi recrutado porque era muito inteligente e culto – falava nada menos do que 7
idiomas. O filme segue Moe em sua missão de assassinar o cientista alemão
Werner Heisenberg (Mark Strong), que estaria trabalhando na construção de uma
bomba nuclear para Hitler. Muito suspense e ação nesta boa realização do
diretor Ben Lewin (do ótimo “As Sessões”, de 2012), com roteiro de Robert Rodat.
Mais uma ótima adaptação para o cinema de uma história real ocorrida durante a Segunda
Guerra Mundial. Para quem gosta da história mundial, como eu, vai se deliciar.
Além disso, vale também pelo ótimo elenco. Além de Rudd e Strong, trabalham a
bela Sienna Miller, Jeff Daniels, Guy Pearce, Paul Giamati e o grande ator italiano Giancarlo
Giannini (lembram de “Pasqualino Sete Belezas”?).
“GOTTI
– UM VERDADEIRO PADRINHO AMERICANO” (“Gotti: In the Shadow of My Father”), 2018,
EUA, direção do ator e diretor Kevin Connally (é o seu terceiro longa-metragem,
depois de “Nada a Perder, 2007, e “Minha Querida Primeira-Dama”, 2016), com
roteiro de Lem Dobbs e Leo Rossi. O filme é baseado em fatos reais, ou seja, a
vida do chefão mafioso John Gotti (John Travolta), que comandou a famosa
Família Gambino em Nova Iorque durante as décadas de 60, 70 e 80, “trabalhando”
com extorsão, prostituição, tráfico de drogas e casas de jogos clandestinas. Resumindo:
um poderoso chefão. A trajetória de Gotti, desde delinquente jovem e pobre, até
assumir o comando da organização criminosa, o relacionamento com a família e a
esposa Victoria (Kelly Preston, sua esposa na vida real) e, principalmente, com
o filho mais velho, John Gotti Jr. (Spencer LoFranco), que se tornaria também
um mafioso, culminando com sua prisão pelo FBI no início dos anos 90. O resto é
história, que você poderá conhecer com mais detalhes assistindo a “Gotti”. Depois
que estreou nos cinemas dos EUA em junho de 2018, o filme recebeu muitas
críticas desfavoráveis, com as quais não concordo. Claro que não se compara ao fabuloso
“Os Bons Companheiros” (“Goodfellas”), de Martin Scorsese, para mim o melhor
filme de Máfia já feito por Hollywood depois do “O Poderoso Chefão”. E “Gotti”
tem um trunfo a mais: o excelente desempenho de Travolta, com cheiro forte de
Oscar 2019. Claro, pode ser que eu me engane (como sempre). Outro destaque é o recurso utilizado pelo diretor Connally em reproduzir imagens de programas jornalísticos da época, com vários depoimentos de
admiradores de Gotti, tornando o filme ainda mais realista e verossímil. Como é
possível constatar, o poderoso mafioso era endeusado pelo povão, apesar de ser
um criminoso sanguinário, condenado por pelo menos 5 homicídios.
domingo, 9 de setembro de 2018
“MINHA
TERRA PURA” (“My Pure Land”), 2017, Inglaterra, primeiro
longa-metragem escrito e dirigido pelo Sarmad Masud, mais conhecido como
realizador de curtas e séries de TV. Embora tenha sido escrito e dirigido por
um paquistanês, falado em urdu (língua oficial do Paquistão) e todo ambientado
num pequeno vilarejo no interior do Paquistão, além do elenco de atores locais, o filme foi selecionado
como representante oficial da Inglaterra na disputa do Oscar 2018 de Melhor
Filme Estrangeiro. Baseada em fatos reais, a história é centrada em três
mulheres (mãe e duas filhas) que são obrigadas a defender a casa onde moram
depois que o chefe da casa acabou injustamente preso. O tio, irmão do pai,
resolve tomar a casa à força, seguindo uma tradição da sociedade machista
paquistanesa que não admite que mulheres tomem conta de uma casa. As mulheres
resolvem se armar e repelir os invasores, que contratam outros tantos capangas
para invadir a casa. Li algumas críticas que comparavam este filme com os westerns
de Sérgio Leone e não quis acreditar, mas realmente lembra alguns antigos faroestes
do diretor italiano. Ou seja, trata-se de um bom faroeste paquistanês, acredite
se quiser.
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