sábado, 22 de abril de 2023

 

“FOME DE SUCESSO” (“HUNGER”), 2023, Tailândia, em cartaz na Netflix, 2h25m, direção de Sitisiri Mongkolsiri, seguindo roteiro assinado por Kongdej Jaturanrasamee. Tão entusiasmado fiquei que, logo no início do meu comentário, fiz questão de afirmar que este drama tailandês é, por enquanto, o melhor lançamento do ano da Netflix. O pano de fundo é a desigualdade social na Tailândia. A história é toda centrada na trajetória da jovem Aoy (Chutimon Chuengcharoensukying), uma cozinheira do restaurante simples de sua família na periferia da capital Bangkok. Os clientes adoram sua especialidade, o Pad See Ews (tipo de macarrão frito). Um deles a recomenda para fazer um teste na equipe do famoso chef Paul (Nopachai Chaiyanam), que comanda a cozinha do buffet “Hunger”, cujos clientes são, em sua maioria, empresários milionários, altas autoridades do governo e celebridades do mundo artístico. Aoy passa no teste e logo nos primeiros dias de trabalho percebe que o chef Paul é um profissional arrogante, opressor e autoritário, que comanda sua equipe na base do terror psicológico e de xingamentos. Depois de um banquete servido a uma autoridade do governo no meio da floresta, quando uma ave silvestre é abatida para o almoço, Aoy se revolta e pede demissão. Logo aparece um empresário que a convida para comandar a cozinha de um novo restaurante, o “Flame”. O sucesso de Aoy como chef acaba incitando o antigo patrão Paul a iniciar uma guerra de concorrentes. A “batalha” final ocorre durante uma festa oferecida por uma celebridade do mundo artístico, para o qual são contratados os restaurantes concorrentes, de um lado a equipe de Aoy e de outro a de Paul. As cenas dessa disputa são as melhores do filme. “Fome de Sucesso” não é apenas um drama baseado na culinária, mas um suspense da melhor qualidade. A fotografia é espetacular e o roteiro muito bem elaborado, que mantém ótimo ritmo até o final. Não poderia deixar de destacar o desempenho da atriz e ex-modelo tailandesa Chutimon Cuengcharoensukying (olha o tamanho do sobrenome!) e também do ator Nopachai Chaiyanam. Um filmaço, mais uma pérola do excelente cinema asiático. Não perca!             

quinta-feira, 20 de abril de 2023

 

“QUANDO BANGLADESH CHOROU” (“FARAAZ”), 2023, Índia, em cartaz na Netflix, 1h52m, direção de Hansal Mehta, seguindo roteiro assinado por Raghav Kakkar, Kashyap Kapoor e Ritesh Shah. A história é baseada nos fatos reais ocorridos em 2016 na cidade de Daca, capital de Bangladesh. No dia 1º de julho, cinco terroristas do Estado Islâmico (EI) invadiram o restaurante Café Holey Artisan Bakery, mataram 22 pessoas, entre elas 17 turistas estrangeiros, além de fazerem reféns funcionários e clientes. O atentado foi descrito pela BBC News como “O ataque islâmico mais mortal de Bangladesh". O filme reproduz toda a ação dos terroristas, a matança e a reação do governo de Bangladesh, que de imediato criou a “Operação Thunderbolt”, reunindo o exército, a marinha, a força aérea, polícia, SWAT, guarda de fronteira e o Batalhão de Ação Rápida. Uma verdadeira operação de guerra, culminando com a libertação dos reféns e a morte dos terroristas. Tudo isso é mostrado de forma realista, com cenas muito chocantes, o que levou o Tribunal Superior de Bangladesh a proibir a exibição do filme no país. O título original, “Faraaz”, refere-se a uma das vítimas do atentado, filho de uma das famílias mais importantes do país vizinho da Índia. Destaco, em especial, a sequência inicial do filme, um verdadeiro show de imagens da capital de Bangladesh. Não achei necessário citar os nomes do elenco, formado por ilustres desconhecidos – pelo menos para nós.  Trocando em miúdos, o filme tem bastante suspense e muitas boas cenas de ação, comprovando a competência do cinema de Bollywood. Não perca!              

 

segunda-feira, 17 de abril de 2023

 

“VINGANÇA SOLITÁRIA” (“ARMY OF ONE”), 2020, Estados Unidos, 1h27m, direção de Stephen Durham (é o seu terceiro longa), que também assina o roteiro com a colaboração de Mary Ann Barnes. Lançado nos cinemas em 2020, este filme de ação só chegou agora (fevereiro de 2023) à Netflix. Brenner Baker (Ellen Hollman), militar da Divisão de Patrulheiros do Exército dos EUA e ex-ranger da tropa de elite, e seu marido policial Dillon Baker (Matt Passmore) resolvem acampar numa floresta do interior do Alabama. Durante uma caminhada, eles são surpreendidos por uma chuva torrencial e se abrigam no que parece ser uma cabana abandonada. Ledo engano, pois eles são atacados pelos donos do lugar, nada menos do que uma gangue de traficantes chefiados – descobrirão mais tarde – por uma mulher chamada Mama (Geraldine Singer). Para resumir a história, os marginais matam Dillon e atiram também em Brenner, que acreditam ter matado. Só que ela sobrevive e sai atrás da gangue com sede de vingança. É o tipo de história que já vimos inúmeras vezes, mas desta vez a vingadora é uma mulher, especialista em artes marciais e ex-campeã de atletismo do exército. Ou seja, uma parada dura para a gangue da Mama. Sem a ajuda de ninguém, Brenner parte para sua vingança solitária. Trocando em miúdos, o filme é muito fraco, o roteiro repleto de falhas e o elenco lamentável. Só se salva mesmo a atriz Ellen Hollman, bonita, competente e também eficiente nas cenas de ação. Sem dúvida, um dos lançamentos mais fracos da Netflix este ano.