sexta-feira, 4 de dezembro de 2015
“THEEB”, 2014, Jordânia, marca a estreia
do diretor inglês de família jordaniana Naji Abu Nowar na direção de longas.
Ele também é responsável pelo roteiro, que conta a aventura vivida pelo jovem
Theeb, filho mais moço de uma família de beduínos que vive na Província de Hejaz
(região a oeste da Arábia Saudita). Seu pai, um xeique já falecido, era o chefe
da tribo. Toda a ação acontece durante o
ano de 1916, em plena 1ª Guerra Mundial. Theeb (Jacir Eid Al-Hwietat) e o irmão
mais velho Hussein (Hussein Salameh) são recrutados para guiar o oficial inglês
Edward (Jack Fox) numa expedição cujo objetivo é encontrar um poço romano.
Durante a viagem, feita no meio de um deserto inóspito (o cenário inteiro do
filme), eles enfrentarão muitos perigos, o maior deles um ataque de violentos e
sanguinários rebeldes. Mas a fome e a sede também são inimigos mortais. Um
detalhe exemplifica bem o sentimento dos beduínos com relação aos ocidentais e
suas modernidades. Ao invés de elogiarem a ferrovia construída pelos ingleses,
os habitantes locais ignoram os benefícios que a obra trará e a consideram uma
intrusão demoníaca. Chamam os trens, por exemplo, de “burros de ferro”. O filme
é muito bom, mas passa longe de conter um apelo comercial, o que certamente dificultará
sua exibição no circuito normal de cinemas.
quinta-feira, 3 de dezembro de 2015
Ao
contrário do que o título sugere, “SAMBA”, 2014, França, não tem nada a ver com o
nosso tradicional ritmo. Samba Cissé (o simpático Omar Sy, de “Intocáveis”) é
um imigrante do Senegal que vive há 10 anos em Paris. Trabalha em restaurantes
como limpador de pratos e seu sonho é um dia ser “chef” de cozinha. Como
imigrante ilegal, porém, ele acaba detido e ameaçado de ser deportado. É quando
conhece Alice (Charlotte Gainsbourg), a nova integrante de uma Ong que ajuda os
imigrantes, com a qual faz amizade. Alice está afastada de seu trabalho de
executiva de uma grande empresa por causa de um episódio de estresse, e o
trabalho na Ong faz parte do seu tratamento. Samba (pronuncia-se Sambá) também
conhece Wilson (o ótimo Tahar Rahim), outro imigrante com problemas, que se diz
brasileiro. Embora trate de uma questão delicada e bastante atual como é a
situação dos imigrantes na França, o filme tem uma levada de comédia, o que
ameniza o contexto dramático. Duas das cenas mais divertidas têm como trilha
sonora Gilberto Gil e Jorge Benjor. O filme foi escrito e dirigido por Eric
Toledano e Olivier Nakache, dupla responsável pelo imperdível “Intocáveis”. O
bom elenco conta ainda com Izïa Higelin, Issaka Sawadogo, Liya Kebedeen. Mais
um filme francês de qualidade. Não perca!
terça-feira, 1 de dezembro de 2015
Depois
de “O Exorcista”, dirigido por William Friedkin em 1973, nenhum outro filme sobre
exorcismo conseguiu assustar tanto a plateia. O pessoal continua tentando, mas
o resultado final sempre fica muito distante do original. É o caso, por
exemplo, deste “EXORCISTAS DO VATICANO” (“The Vatican Tapes”), 2014, EUA, mais um que nada acrescenta de novidade
ao gênero. A jovem Angela Holmes (Olivia Taylor Dudley) fere o dedo ao cortar o
seu bolo de aniversário. O ferimento infecciona depois que um corvo dá uma
bicada no seu dedo e, partir daí, o comportamento da moça muda completamente.
Para pior, é claro, incluindo assassinatos e outras situações que só uma
possessão maligna pode provocar. Ao desconfiar que é exatamente o que está
acontecendo com a moça, o Padre Lozano (Michael Peña) entra em contato com o
Vaticano e relata o caso. O Cardeal Bruun (Peter Andersson), especialista em
exorcismo, viaja para os EUA com o objetivo de investigar a possuída. Ele chega
à terrível conclusão de que o Anticristo assumiu o corpo da moça e que será
preciso eliminá-lo para salvar a humanidade. O final do filme é sinistro,
deixando a seguinte mensagem: o Anticristo pode estar entre nós. Sai pra lá,
capeta!!!
segunda-feira, 30 de novembro de 2015
“ENCONTRO MARCADO” (“5 to 7”), 2015, roteiro e direção de Victor Levin (“Ironias do Amor” e “Quase me
Apaixono”). Trata-se de uma charmosa e simpática comédia romântica ambientada
em Nova Iorque e valorizada por um elenco de primeira: Anton Yelchin, a bela atriz
francesa Bérénice Marlohe, o também francês Lambert Wilson, Olivia Thirlby e as
participações especiais de Glenn Close e Frank Langella. Os cenários da Big Apple também fornecem charme e
glamour ao filme, como as cenas no Museu
Guggenheim, no Restaurante Carlyle, no Hotel St. Regis e no Central Park. Tudo filmado com muita classe e bom gosto. O jovem candidado a escritor Brian
(Yelchin), de 24 anos, conhece Arielle (Bérénice), de 33 anos, casada com um
diplomata francês, Valery (Wilson). Brian e Arielle tornam-se amantes, com a
concordância do marido dela. O casal francês é totalmente liberal, tanto que
ele também tem uma amante, a editora Jane (Olivia). Há, porém, um acordo que
deve ser respeitado: os encontros devem acontecer sempre entre 5 e 7 horas da
tarde (daí o título), horário ideal para o adultério, segundo os franceses. Só que Brian
se apaixona perdidamente, a ponto de apresentar a amante para seus pais (Close
e Langella) num jantar que se transforma num dos momentos mais engraçados do
filme. Ao pressionar Arielle, propondo que ela se separe do marido e dos dois
filhos, Brian coloca a amante na difícil situação de decidir entre a segurança de
um casamento de anos e um futuro totalmente incerto com um jovem nove anos mais
moço. Quem quiser saber qual foi a decisão de Arielle, só vendo o filme, que, aliás, é ótimo.
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