O
drama independente “THE GIRL IN THE BOOK”, 2015, EUA, escrito e dirigido por Marya Cohn, conta a história de Alice
(Emily VanCamp), uma assistente editorial que há muito tempo é aspirante a
escritora. Aos 29 anos, não tem um par fixo. Quando sai à noite, sempre acaba
com um cara diferente na cama. Até que um dia aparece na sua editora o escritor
Milan Daneker (o ator sueco Michael Nyqvist, da série original “Millennium”).
Ao rever Milan, Alice passa a relembrar alguns fatos do passado, quando era
apenas uma adolescente (papel de Ana Mulvoy-Ten). Alice relembra, por exemplo,
como seu pai (Michael Cristofer), um renomado e prepotente agente literário,
não media consequências para conseguir representar um escritor, no caso, Milan,
o que incluía praticamente “oferecer” a filha ao escritor. Aliás, a atriz
inglesa Ana Mulvoy-Ten, como a “Lolita” do filme, certamente faria inveja à
original de Nabokov. Uma graça (embora na vida real tenha 23 anos de idade). O
filme até que se desenvolve bem, mesmo alternando muitos flashbacks, e seu principal mérito é revelar a sujeira que rola nos
bastidores do mundo editorial de livros.
sexta-feira, 11 de março de 2016
quarta-feira, 9 de março de 2016
A
comédia política “ESPECIALISTA EM CRISE” (“Our Brand is Crisis”), EUA, 2015, direção de David Gordon Green, deixa
bem claro que nem sempre o vilão da história é o candidato, e sim seu consultor
político, ou, como chamam no Brasil, “marqueteiro” – João Santana e Duda
Mendonça são exemplos. Esses profissionais, muitas vezes, são os responsáveis
pela criação de acusações falsas contra adversários e promessas mentirosas de
campanha. No filme, a consultora política é Jane Bodine (Sandra Bullock), que
decidira se aposentar após quatro derrotas seguidas de seus candidatos.
Apelidada de “Jane Calamidade”, ela volta ao cenário para tentar eleger um
candidato à presidência da Bolívia, o senador Pedro Castillo (o ator português
Joaquim de Almeida), último nas pesquisas a apenas dois meses das eleições. No
país sul-americano, Bodine cruza com um antigo inimigo de profissão, o consultor
Pat Candy (Billy Bob Thornton), responsável pela consultoria política ao
candidato líder das pesquisas. A briga promete ser boa. Apesar da presença de
Bullock e de Thornton (dois bons atores), o filme é muito fraco e contém cenas
constrangedoras e dispensáveis, como aquelas em que a marqueteira sai à noite
para beber e dançar com três jovens bolivianos da periferia. Cenas descartáveis
como o próprio filme. Só para ilustrar, George Clooney é um produtores do filme, assim como Bullock.
terça-feira, 8 de março de 2016
“STRATOS” (“MIKRO PSARI”), Grécia,
2013, é um drama policial pesado, sinistro, esquisito e, principalmente, muito
desagradável de assistir. Segundo o diretor Yannis Economides, trata-se de “um
filme noir mediterrâneo”. De qualquer forma, o filme é bastante interessante
pela maneira como foi concebido. Stratos (Vangelis Mourikis) é um
ex-presidiário que trabalha como assassino de aluguel para pagar uma dívida a
um chefão do crime organizado, Leônidas (Alekos Pangalos), que o salvou da morte
na cadeia. Para pagar a tal dívida, Stratos se associa a Yorgos (Yannis
Tsortekis), irmão de Leônidas, para criar e executar um plano de fuga, o que inclui a construção de um túnel subterrâneo. Com o
objetivo de conseguir dinheiro para financiar o plano, Stratos vira um assassino
de aluguel e, de madrugada, trabalha na confecção de massas numa padaria.
Enredo meio estranho, não? É sim, e o personagem Stratos é mais estranho ainda.
Quase não fala, tem o olhar vazio e frio, não esboça reação a nenhum tipo de
provocação. Parece um autômato. Na hora de matar, porém, age com muita competência e uma
frieza polar. Nesse ponto, cabe destacar a ótima interpretação do ator Vangelis Mourikis. O desfecho apresenta uma reviravolta surpreendente. O filme não é
para iniciantes, ou seja, é difícil de aturar, ainda mais pelos seus longos 137
minutos de duração. Na sua sessão de estreia, durante a competição oficial do
Festival de Berlim/2014, muita gente abandonou a plateia na metade do filme. Concordo
que o filme não é muito fácil de digerir, mas tem muitos méritos, como a
história em si, o roteiro bem estruturado, um ótimo elenco e uma incrível
fotografia.
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