Premiado
em vários festivais de cinema pelo mundo afora, o drama peruano “A
PASSAGEIRA” (“Magallanes”), 2014, conta uma história que tem como
pano de fundo os abusos cometidos por um coronel do exército na época (anos
80/90 do século passado) em que o governo peruano lutava contra o grupo radical
Sendero Luminoso. Vinte e cinco anos depois de ter servido como soldado no quartel
de Ayaucho, o agora taxista Harvey Magallanes (Damián Alcázar) tem uma surpresa
ao fazer uma corrida com uma mulher que ele reconhece como aquela garota de 14
anos que viveu um ano como escrava sexual do tal coronel, seu comandante, hoje sofrendo
de demência e entrevado numa cadeira de rodas. Magallanes quer saber como
Celina (Magaly Solier) está vivendo e em quais condições. Ele descobre que ela
está com dificuldades financeiras e ainda tem de cuidar do filho com
deficiência, fruto daquela sua experiência como escrava sexual. Num misto de
afeição e compaixão, Magallanes resolve ajudar Celina, nem que para isso chegue
ao extremo de planejar um sequestro. O filme marcou a estreia como roteirista e
diretor do ator peruano Salvador Del Solar, que se inspirou no livro “La
Pasajera”, escrito por Alonso Cueto. O filme é ótimo e o trio principal de
atores melhor ainda: o ator mexicano Damián Alcázar, a atriz peruana Magaly
Solier (de “A Teta Assustada”) e o veterano ator argentino Federico Luppi.
sexta-feira, 8 de setembro de 2017
quarta-feira, 6 de setembro de 2017
“FOTÓGRAFO” ("Fotograf"), 2015, República Tcheca, roteiro e direção de Irena
Pavlásková. Trata-se de um filme biográfico centrado na história do famoso
fotógrafo tcheco Jan Saudek, ainda vivo, hoje com 82 anos de idade – Saudek colaborou
com o roteiro e ainda fez a foto do cartaz de divulgação aqui reproduzido.
Saudek começou a fotografar em 1950, aos 15 anos, e ganhou projeção nos meios
artísticos pelo seu estilo inusitado, explorando o erótico e ao mesmo tempo o
grotesco. Ele sempre teve fixação em mulheres gordas, mostradas geralmente nuas
e em posições nada convencionais. Outra de suas marcas registradas era o
tratamento de cores aplicado nas fotos depois da revelação. Sua obra está
exposta nos museus mais importantes do mundo, consagrando um dos artistas
tchecos de maior prestígio internacional. No filme, Saudek é retratado como um
artista excêntrico, um mulherengo pervertido, alcoólatra, egocêntrico e
irresponsável. O filme apresenta alguns fatos importantes que marcaram a vida
de Saudek e influenciaram a sua criatividade. Filho de judeus, ele passou boa
parte da infância num campo de concentração e, mais tarde, já como um fotógrafo
conceituado, foi perseguido pelo governo comunista nos anos de chumbo da antiga
Tchecoslováquia. Suas mulheres também ganharam espaço no filme, principalmente Líba
(Marie Málková), sua secretária e depois amante. O filme é muito bem feito, um
tanto perturbador, mas bastante interessante. Recomendo!
segunda-feira, 4 de setembro de 2017
“O MÍNIMO
PARA VIVER” (“To the Bone”), EUA, 2017,
teve sua estreia mundial pela Netflix no dia 14 de julho. Trata-se do primeiro
filme escrito e dirigido pela diretora norte-americana Marti Noxon. A história
toda é centrada na jovem Ellen (Lily Collins, filha de Phil Collins), de 20
anos de idade, que desde adolescente dá um trabalho danado pelo fato de ser
anoréxica. Ela foi internada inúmeras vezes em clínicas especializadas, mas em
nenhuma o tratamento teve sucesso. Perdendo peso a cada dia, Ellen ingressa num
processo de deterioração física e sua saúde começa a ser afetada. Ou seja, se
não voltar a comer normalmente irá correr risco de morte. Diante desse quadro,
os pais resolvem encaminhá-la para um tratamento alternativo, sob a orientação
do dr. William Beckham (Keanu Reeves), que mantém uma clínica para jovens
anoréxicos. A terapia é a base do tratamento do dr. Beckham, mas Ellen será sua
paciente mais difícil. Bonitinha e boa atriz, Lily Collins emagreceu bastante
para interpretar Ellen. Quem sabe esse trabalho possa lhe render uma indicação ao Oscar/2018 de Melhor Atriz - a Academia adora premiar atores que emagrecem ou engordam para um papel. Numa das entrevistas que deu para a imprensa, Lily, de
28 anos, confessou que foi anoréxica quando mais jovem, o que a ajudou a
desempenhar o papel de Ellen. O elenco conta ainda com Lili Taylor, Liana
Liberato, Kathryn Prescott e Alex Sharp. O filme tem momentos sensíveis e certamente
irá agradar, principalmente, o público feminino.
Assinar:
Postagens (Atom)