sexta-feira, 8 de setembro de 2017



Premiado em vários festivais de cinema pelo mundo afora, o drama peruano “A PASSAGEIRA” (“Magallanes”), 2014, conta uma história que tem como pano de fundo os abusos cometidos por um coronel do exército na época (anos 80/90 do século passado) em que o governo peruano lutava contra o grupo radical Sendero Luminoso. Vinte e cinco anos depois de ter servido como soldado no quartel de Ayaucho, o agora taxista Harvey Magallanes (Damián Alcázar) tem uma surpresa ao fazer uma corrida com uma mulher que ele reconhece como aquela garota de 14 anos que viveu um ano como escrava sexual do tal coronel, seu comandante, hoje sofrendo de demência e entrevado numa cadeira de rodas. Magallanes quer saber como Celina (Magaly Solier) está vivendo e em quais condições. Ele descobre que ela está com dificuldades financeiras e ainda tem de cuidar do filho com deficiência, fruto daquela sua experiência como escrava sexual. Num misto de afeição e compaixão, Magallanes resolve ajudar Celina, nem que para isso chegue ao extremo de planejar um sequestro. O filme marcou a estreia como roteirista e diretor do ator peruano Salvador Del Solar, que se inspirou no livro “La Pasajera”, escrito por Alonso Cueto. O filme é ótimo e o trio principal de atores melhor ainda: o ator mexicano Damián Alcázar, a atriz peruana Magaly Solier (de “A Teta Assustada”) e o veterano ator argentino Federico Luppi.                                                    

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

“FOTÓGRAFO” ("Fotograf"), 2015, República Tcheca, roteiro e direção de Irena Pavlásková. Trata-se de um filme biográfico centrado na história do famoso fotógrafo tcheco Jan Saudek, ainda vivo, hoje com 82 anos de idade – Saudek colaborou com o roteiro e ainda fez a foto do cartaz de divulgação aqui reproduzido. Saudek começou a fotografar em 1950, aos 15 anos, e ganhou projeção nos meios artísticos pelo seu estilo inusitado, explorando o erótico e ao mesmo tempo o grotesco. Ele sempre teve fixação em mulheres gordas, mostradas geralmente nuas e em posições nada convencionais. Outra de suas marcas registradas era o tratamento de cores aplicado nas fotos depois da revelação. Sua obra está exposta nos museus mais importantes do mundo, consagrando um dos artistas tchecos de maior prestígio internacional. No filme, Saudek é retratado como um artista excêntrico, um mulherengo pervertido, alcoólatra, egocêntrico e irresponsável. O filme apresenta alguns fatos importantes que marcaram a vida de Saudek e influenciaram a sua criatividade. Filho de judeus, ele passou boa parte da infância num campo de concentração e, mais tarde, já como um fotógrafo conceituado, foi perseguido pelo governo comunista nos anos de chumbo da antiga Tchecoslováquia. Suas mulheres também ganharam espaço no filme, principalmente Líba (Marie Málková), sua secretária e depois amante. O filme é muito bem feito, um tanto perturbador, mas bastante interessante. Recomendo!                                                 

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

“O MÍNIMO PARA VIVER” (“To the Bone”), EUA, 2017, teve sua estreia mundial pela Netflix no dia 14 de julho. Trata-se do primeiro filme escrito e dirigido pela diretora norte-americana Marti Noxon. A história toda é centrada na jovem Ellen (Lily Collins, filha de Phil Collins), de 20 anos de idade, que desde adolescente dá um trabalho danado pelo fato de ser anoréxica. Ela foi internada inúmeras vezes em clínicas especializadas, mas em nenhuma o tratamento teve sucesso. Perdendo peso a cada dia, Ellen ingressa num processo de deterioração física e sua saúde começa a ser afetada. Ou seja, se não voltar a comer normalmente irá correr risco de morte. Diante desse quadro, os pais resolvem encaminhá-la para um tratamento alternativo, sob a orientação do dr. William Beckham (Keanu Reeves), que mantém uma clínica para jovens anoréxicos. A terapia é a base do tratamento do dr. Beckham, mas Ellen será sua paciente mais difícil. Bonitinha e boa atriz, Lily Collins emagreceu bastante para interpretar Ellen. Quem sabe esse trabalho possa lhe render uma indicação ao Oscar/2018 de Melhor Atriz - a Academia adora premiar atores que emagrecem ou engordam para um papel. Numa das entrevistas que deu para a imprensa, Lily, de 28 anos, confessou que foi anoréxica quando mais jovem, o que a ajudou a desempenhar o papel de Ellen. O elenco conta ainda com Lili Taylor, Liana Liberato, Kathryn Prescott e Alex Sharp. O filme tem momentos sensíveis e certamente irá agradar, principalmente, o público feminino.