sábado, 15 de abril de 2023

 

“PITBULL: FORÇA BRUTA” (“PITBULL”), 2022, Polônia, 1h52m, em cartaz no Amazon Prime, roteiro e direção de Patrik Vega. Filme policial condensado da série “Pitbull’, que foi ao ar na TV polonesa, em 5 capítulos, em março de 2022. Também foi exibida outra série com o mesmo título em 2005. O filme agora lançado no Amazon Prime repete a fórmula que fez sucesso nas séries: muita violência, tiros, explosões e reviravoltas. Explosões em especial, pois o vilão da história, conhecido apenas como “Nos” (Przemyslaw Bluszcz, ótimo), é especialista em armar bombas desde criança. Filho de uma prostituta, “Nos” é expulso de casa aos 10 anos. Aos 14, já era dono de outro bordel, concorrendo com a própria mãe, e vivia nas entranhas do submundo da criminalidade, chegando, anos mais tarde, a fazer sociedade com o chefão mais poderoso da Polônia, um sujeito chamado Pershing (Tomasz Dedek). No meio do caminho, porém, “Nos” terá pela frente um adversário bastante ardiloso e inteligente, o veterano detetive Jacek “Gebels” Goc, chefe da Divisão de Homicídios da Polícia de Varsóvia, que não lhe dará trégua. Muito sangue vai rolar até o desfecho, quando a história acabará envolvendo até mesmo os filhos adolescentes do mafioso e do policial, além da poderosa máfia russa. Pelo que dá a entender o desfecho, vem continuação por aí. Enfim, um filme indicado para fãs de filmes policiais com bastante violência. Eu, que não sou um deles, gostei muito e recomendo.       

 

quinta-feira, 13 de abril de 2023

 

“AMONITE” (“AMMONITE”), 2020, coprodução Inglaterra/Estados Unidos/Austrália, 1h58m, em cartaz na Amazon Prime Video. Este é o segundo longa-metragem escrito e dirigido por Francis Lee (seu primeiro foi o elogiado “O Reino de Deus”, de 2017). “Amonite” é um drama erótico baseado no romance lésbico entre a paleontóloga Mary Anning (Kate Winslet) e a jovem Charlotte Murchison (Saoirse Ronan). A história, ambientada em 1840, é ficcional, embora Mary Anning (1799-1847) tenha realmente existido e considerada responsável por importantes descobertas científicas de fósseis marinhos de amonite, ainda hoje expostos no Museu Britânico, em Londres. Não há registro histórico, porém, da existência de Charlotte, naturalmente personagem criada pelo roteirista e diretor. No filme, Charlotte é casada com o geólogo escocês Roderick Murchison (James McArdle). Ao visitar a paleontóloga no pequeno vilarejo litorâneo Lyme Regis, onde ela descobriu um rico sítio arqueológico, Charlotte fica doente, sendo que o médico local, dr. Lieberson, recomenda-lhe descanso. Dessa forma, Roderick paga a Mary para cuidar da esposa durante o período em que ele estará viajando com uma expedição científica pela Europa. A convivência entre as duas mulheres resultará mais do que uma amizade. As duas se apaixonam – o roteiro dá a entender que Mary já teve um caso com outra mulher -, e acabam vivendo um ardoroso romance, destacando algumas cenas de sexo bastante ousadas, mas filmadas com sensibilidade. A química entre as duas atrizes é um dos trunfos do filme, embora, na vida real, Kate Winslet seja 19 anos mais velha que Saoirse Ronan. Outro destaque é a fotografia, valorizando os cenários naturais – a praia, principalmente -, além da caprichada recriação de época. “Ammonite” estreou durante o Festival Internacional de Cinema de Toronto (Canadá) e foi eleito, pelo jornal The Hollywood Reporter, o 4º melhor filme de 2020. Realmente, cinema de qualidade que vale a pena conferir. Recomendo.     

 

domingo, 9 de abril de 2023

 

“1976: UM SEGREDO DA DITADURA” (“CHILE’1976”), 2022, em cartaz na Netflix, coprodução Chile/Argentina/Qatar, 1h35m, estreia na direção da atriz chilena Manuela Martelli, que também assina o roteiro com a colaboração de Alejandra Moffat. O pano de fundo da história é político, ou seja, a ditadura chilena de Augusto Pinochet. Em 1976, um dos anos mais duros do regime, Carmen (Aline Küppenheim), uma elegante dona-de-casa da classe média alta de Santiago, casada com um importante médico, viaja para um pequeno povoado no litoral para acompanhar a reforma da casa de praia. Ela aproveita para visitar o padre Sanchez (Hugo Medina), amigo da família há muitos anos. Durante a conversa, ele faz um pedido inusitado a Carmen: esconder um refugiado político. Além disso, cuidar do ferimento à bala sofrido pelo rapaz quando era perseguido pela polícia de Pinochet. Até então, Carmen só ouvira falar da situação política do Chile pelos meios de comunicação. De uma hora para outra, ela acaba se envolvendo com os companheiros do refugiado, correndo perigo de ser presa. Graças ao roteiro bem elaborado, o filme consegue transmitir o clima sufocante e angustiante em que vivia o povo chileno naquela época. Ninguém podia confiar em ninguém. O maior trunfo do filme, porém, é a magnífica atuação da atriz Aline Küppenheim, nascida na Espanha e radicada há muitos anos na Argentina. “1976” foi exibido na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes 2022 e também no Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro, entre outros festivais mundo afora, sempre muito elogiado. Mais um excelente lançamento da Netflix. Não perca!