sábado, 16 de julho de 2022

 

“POR JUSTIÇA” (“JANA GANA MANA”), 2022, Índia, 2h45m, disponível na plataforma Netflix, direção de Dijo Jose Antony, seguindo roteiro de Sharis Mohammed. Mais um bom filme com a assinatura de Bollywood. Entretanto, não é tarefa fácil aguentar as quase três horas de duração, embora a história seja envolvente e o ritmo perto do alucinante. Claro que não poderiam faltar aquelas cantorias irritantes, mas que não prejudicam o resultado final. Depois que a professora universitária Saba Mariyam (Mamtha Mohandas), da Universidade Central de Ramanagara, é brutalmente assassinada, um clima de revolta se instala praticamente em todo o país, com manifestações contidas com violência pela polícia. O inspetor Sajjan Kumar (Suraj Venjaramoodu) é encarregado de investigar o crime, chegando a prender quatro suspeitos. A pressão popular exige que eles sejam linchados. Então entram em jogo questões políticas e os quatro são realmente assassinados. O caso vai a júri popular e o julgamento ocupa praticamente toda a segunda parte do filme. Muitas reviravoltas acontecem até o desfecho, favorecendo a história. Muitas questões, baseadas em fatos reais, são abordadas no tribunal, como a desigualdade social, o racismo do regime de castas, a violência contra as mulheres e a corrupção em alta na política indiana. Enfim, um filme sério que incentiva muitas reflexões. Recomendo, lembrando que a paciência também é requisito para ser um bom cinéfilo.        

quinta-feira, 14 de julho de 2022

 

“A PERFEIÇÃO” (“THE PERFECTION”), 2019, Estados Unidos, 1h31m, disponível na plataforma Netflix, direção de Richard Shepard, que também assina o roteiro com Nicole Snyder e Eric C. Charmelo. Um misto de terror psicológico e suspense, com pitadas de erotismo, pedofilia e violência física. A jovem Charlotte Willmore (Molly Grace) é um prodígio do violoncelo, a melhor aluna da The Banchoff Academy. Ela, porém, decide interromper sua carreira para cuidar da mãe doente. Dez anos depois, Charlotte (agora Allison Williams, de “Corra!”) tenta retornar à música e resolve procurar o seu antigo professor e tutor, Anton Banchoff (Steven Weber), que está em Shangai, na China, em busca de novos talentos. Numa grande forçada de barra do roteiro, Charlotte parte para a cidade chinesa a fim de reencontrar seu mestre. Para sua decepção, porém, Anton tem sob sua tutela um novo talento musical, a violoncelista Elizabeth “Lizzie” Wells (Logan Browning). Tudo caminha para uma crise de ciúme e uma disputa entre as duas. Ledo engano. Elas ficam amigas. Aliás, mais do que amigas... Em outra decisão forçada do roteiro, as duas partem juntas para uma viagem ao interior da China em um ônibus caindo aos pedaços. Lizzie fica gravemente doente, oportunidade para o roteiro associar o problema com algum vírus chinês. A partir desse momento acontecem várias reviravoltas para culminar em um desfecho dos mais impactantes. Para explicar o título, a perfeição musical é uma das exigências da The Banchoff Academy. Quem erra uma nota vai sofrer as consequências. Trocando em miúdos, “A Perfeição” é um filme bastante perturbador que chega a chocar em algumas cenas, incluindo escatologia e mutilação. Um ótimo programa para espectadores com estômago forte.     

terça-feira, 12 de julho de 2022

 

“ÁRVORES DA PAZ” (“TREES OF PEACE”) , 2021, Estados Unidos, produção e distribuição Netflix (estreou na plataforma dia 10 de junho de 2022), 1h37m, roteiro e direção da atriz e produtora Alanna Brown, em sua estreia em longas-metragens. Vou logo avisando: é preciso ter estômago forte para chegar até o final, além de não sofrer de claustrofobia. A história, baseada em fatos reais, é ambientada em 1994 durante a guerra civil em Ruanda (África oriental), envolvendo milícias da etnia tutsi contra os hutus. “Árvores da Paz” conta a história de quatro mulheres diferentes que se esconderam em um cubículo embaixo de uma cozinha: uma freira católica, uma jovem tutsi, uma mulher grávida e uma jovem branca norte-americana voluntária em uma missão de paz. Elas esperaram, em vão, a chegada de forças da ONU para libertá-las. Doce ilusão, pois a ONU não fez nada para acabar com o conflito. Simplesmente ignorou. Com pouca comida e água, além de nenhuma higiene, elas ficaram presas durante 81 dias, até o final do conflito. O elenco, excelente, conta com Ella Cannon, Omono Okojie, Eliane Umahire, Charmanie Bingwa e Tongayi Chirisa. Mesmo que toda a ação seja ambientada dentro de um cubículo, o filme em nenhum momento é entediante. Pelo contrário, a diretora Alanna Brown fez com que a emoção tomasse conta de cada cena. Premiado em vários festivais mundo afora - injusto não ter sido indicado ao Oscar -, “Árvores da Paz” consagra a valentia de quatro mulheres que enfrentaram o desafio e a coragem de sobreviver em condições sub-humanas. Essa história contribuiu para que as mulheres passassem a ocupar importantes cargos no governo de Ruanda. Filmaço!   

segunda-feira, 11 de julho de 2022

 

“O ATIRADOR: O FIM DE UM ASSASSINO” (“SNIPER: ASSASSIN’S END”), 2020, Estados Unidos, 1h35m, disponível na plataforma Amazon Prime Video, direção de Kaare Andrews, seguindo roteiro assinado por Oliver Thompson. Trata-se do oitavo filme da franquia “Sniper”, iniciada em 1993 com “Sniper, O Atirador”. Cada filme tem uma história diferente, embora com os mesmos personagens. Ou seja, dá para assistir um independente do anterior. Em “Sniper: Assassin’s End” o sargento Brandon Beckett (Chad Michael Collins), um atirador de elite do exército, é acusado de assassinar o presidente de Costa Verde, um país fictício da América Central. Yuki Mifune (Sayaka Akimoto), uma sniper japonesa treinada pela Yakusa, a máfia japonesa, recebe a missão de matar Brandon, contratada por uma organização criminosa. Brandon se esconde na propriedade rural do pai, o também sniper, agora aposentado, Thomas Beckett (Tom Berenger). É aqui que se passa quase toda a ação, envolvendo os mocinhos, agentes da CIA, e os bandidos, a mando de um grupo interessado em obter vantagens no mercado farmacêutico, razão do assassinato do presidente da Costa Verde. Há boas cenas de ação, mas não são muitas, o que prejudica o ritmo do filme. O desfecho é um tanto forçado, mas não chega a prejudicar o resultado final. Também estão no elenco Lochlyn Munro, Emily Trennant, Ryan Robbins, Michael Jonsson, Bethany Brown, Vincent Gale, Jason Day, Alex Barima e Victor Favrin. Resumo da ópera: um bom programa para acompanhar uma pipoca.