quinta-feira, 14 de julho de 2016
“MORTE EM BUENOS AIRES” (“Muerte en Buenos Aires”), Argentina,
2014, marca a estreia na direção de Natalia Meta, que também escreveu o
roteiro, e também a estreia de Chino Darín (filho do astro Ricardo) como
protagonista. Trata-se de um filme policial ambientado nos anos 80 cuja
história é centrada nas investigações de um homicídio de um homem da alta
sociedade portenha. Quem cuida do caso é o inspetor Chavez (o ator mexicano
Demian Bichir), que nomeia como seu assistente direto o agente Gómez “El Ganso”
(Chino Darín). Logo no começo das investigações, descobre-se que a vítima
gostava de rapazes e logo aparece um suspeito, o afetado, prepotente e trambiqueiro Kevin
González (Carlos Casella). É nele que o inspetor Chavez mira sua lupa,
utilizando “El Ganso” como isca. O filme termina sem uma conclusão fácil para o
espectador, que é obrigado a adivinhar quem, afinal, é o verdadeiro assassino.
Achei exagerada e um tanto forçada a insinuação de que o inspetor Chavez, pai
de família e um rígido policial, é chegado num lance homossexual. Ficou fora do
contexto, assim como a correria dos cavalos pelas ruas de Buenos Aires. Se o filme não é tão bom, pelo menos tem a presença de dois bons
atores, o mexicano Bichir, que atuou no último filme de Tarantino, “Os Oito
Odiados”, e chegou a ser indicado para o Oscar de Melhor Ator pelo filme "Uma Vida Melhor", e Chino Darín, que tem talento – talvez nem tanto quanto o pai – e que
se entrega de corpo e alma – principalmente corpo – ao papel do agente Gómez.
Um filme apenas interessante, bem longe dos melhores argentinos.
“MEMÓRIAS SECRETAS” (“Remember”), Canadá, 2015, direção de Atom Egoyan (dos ótimos “O Doce Amanhã”, “À Procura”, “O
Preço da Traição”). O diretor egípcio, naturalizado canadense, acerta mais uma
vez num drama repleto de suspense, com uma surpreendente reviravolta no
desfecho e um desempenho magistral do veterano ator Christopher Plummer. Companheiros
de sofrimento no campo de concentração de Auschwitz, durante a Segunda Guerra
Mundial, Zev (Plummer) e Max (Martin Landau), ambos agora à beira dos 90 anos, se
reencontram numa casa de repouso para idosos nos EUA. Max planeja uma vingança
contra o nazista Rudy Kurlander, responsável pelo assassinato da sua família e
a de Zev em Auschwitz, e que estaria morando nos EUA provavelmente com outro
nome. Max, preso a uma cadeira de rodas e respirando por aparelhos, pede a Zev
que encontre e mate Kurlander. Só que tem um problema: Zev está apresentando
sintomas de demência. O filme vira um road
movie, acompanhando a aventura de Zev por várias cidades dos EUA. O clima é
de suspense e tensão, culminando com um desfecho inesperado, a cereja do bolo
de um ótimo filme. Além de Plummer e Landau, estão no elenco Jürgen Prochnow e
Bruno Ganz. Filmaço!
domingo, 10 de julho de 2016
“XXY” é um drama argentino de 2007 que trata de um
tema pouco explorado pelo cinema: o hermafroditismo. Escrito e dirigido por
Lucía Puenzo (do ótimo “O Médico Alemão”), o filme conta a história de Alex
(Ines Efron), uma garota de 15 anos hermafrodita. Seus pais, Kraken (Ricardo
Darín) e Suli (Valeria Bertuccelli), sempre se recusaram submetê-la a uma cirurgia
para resolver o problema. Cansados dos constrangimentos habituais, resolvem mudar-se
para um vilarejo litorâneo no Uruguai, onde o biólogo marinho Kraken consegue
um emprego. Tudo transcorre normalmente até a chegada de um casal amigo
trazendo o filho Álvaro (Martin Piroyansky), de 16 anos, que na hora faz
amizade com Alex. Uma amizade, aliás, que trará consequências para determinar o
rumo dos acontecimentos. Segundo alguns entendidos que assistiram “XXY”, o
problema de Alex não chega a ser o hermafroditismo e sim a Síndrome de XXY,
também conhecida como Klinefelter. Como não conheço o assunto, para mim Alex é mesmo
uma hermafrodita. O filme é muito bom, tanto que foi o vencedor do Prêmio da
Semana da Crítica no Festival de Cannes 2007, além de ter sido premiado em
vários festivais importantes, entre eles o Goya (Oscar espanhol).
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