quinta-feira, 21 de novembro de 2024

“APENAS CORRA” (“RUN RABBIT RUN”), 2023, Austrália, 1h40m, em cartaz na Prime Vídeo, direção de Daina Reid (das séries “Iluminadas” e “O Conto da Aia”), seguindo roteiro assinado por Hannah Kent. A tradução literal do título original é “Foge Coelho Foge”, que também vi em outro material de divulgação. Trata-se de um misto de suspense e terror sobrenatural, com a vantagem de não ter efeitos especiais, o que garante maior credibilidade. A história é centrada na médica Sarah (Sarah Snook), uma mulher divorciada mãe da pequena Mia (Lily Latorre). Aos poucos, a menina começa a apresentar um comportamento estranho, dizendo ser alguém que jamais conheceu. Em vez de consultar algum psiquiatra ou psicólogo para diagnosticar o que se passa com sua filha, Sarah mostra uma atitude muito passiva, mesmo depois que Mia começa a sangrar pelo nariz. Ora, qualquer mãe teria levado a filha para ser examinada, fazer uma tomografia. Sarah, porém, começa a apresentar um comportamento também estranho, que, logo o espectador irá saber, tem tudo a ver com seu passado. Até que o filme mantém um clima de tensão bastante acentuado, garantindo o suspense necessário para levar o espectador a esperar alguma revelação bombástica, o que realmente acontece perto do desfecho. A atriz australiana Sarah Snook se destaca no elenco, comprovando sua competência consagrada na série “Succession”, pela qual ganhou 2 Globos de Ouro e também um Emmy. Outro destaque no elenco é a presença de Greta Scacchi, que já foi uma das atrizes mais bonitas do cinema – e uma das minhas divas. Em respeito justamente à antiga beleza da atriz, hoje com 64 anos, a diretora mostrou Greta entre sombras. Trocando em miúdos, “Apenas Corra” garante uns bons sustos, não muito mais que isso.                              

terça-feira, 19 de novembro de 2024

“O HOMEM QUE AMAVA OS DISCOS VOADORES” (“EL HOMBRE QUE AMABA A LOS PLATOS VOLADORES”), 2024, Argentina, 1h47m, em cartaz na Netflix, direção de Diego Lerman, seguindo roteiro assinado por Adrián Biniez. Na base da sátira bem-humorada, o filme relembra os fatos reais que envolveram, em 1986, o jornalista e apresentador de TV José Bernardo Kerzer, cujo nome artístico era José de Zer. Interpretado pelo ator Leonardo Sbaraglia, o jornalista ficou famoso na Argentina depois que seu programa alcançou picos de audiência ao explorar o tema “Não Estamos Sozinhos”. Tudo começa quando José de Zer recebe uma dica de pauta nos pampas argentinos, próximo ao vilarejo La Candelaria, na província de Córdoba. Aqui, os habitantes descobrem um círculo perfeito desenhado na mata que mobilizou toda a população do vilarejo. Enquanto cobre o evento misterioso, o jornalista tem a ideia de explorar a hipótese de uma aeronave alienígena ter pousado naquele local, lançando a teoria de que os alienígenas teriam visitado a Argentina. Com entrevistas forjadas e encenações bizarras, o jornalista exibe várias reportagens que alavancam a audiência de seu programa, transformando-o numa celebridade nacional. Audiência que aumentaria ainda mais após um acidente envolvendo o jornalista. Depois de assistir ao filme fiquei em dúvida se tudo isso aconteceu mesmo ou o roteiro aumentou a dose. Em todo caso, vale a pena assistir, pois trata-se de mais um ótimo e interessante filme argentino. Ainda mais pela presença impecável de Leonardo Sbaraglia, ator de filmes como “Relatos Selvagens”, “Puan”, “No Fim do Túnel” e “Plata Quemada”, entre outros clássicos.                            

         

domingo, 17 de novembro de 2024



 

"BACK TO BLACK", 2024, Inglaterra, 2h02m, em cartaz na Prime Vídeo, direção da cineasta inglesa Sam Taylor-Johnson (“O Garoto de Liverpool”, “Cinquenta Tons de Cinza”), seguindo roteiro assinado por Matt Greenhalgh. Cinebiografia da cantora e compositora Amy Winehouse (Marisa Abela), que se notabilizou não apenas como artista, mas por causa da sua vida particular tumultuada, principalmente com relação ao consumo de álcool e drogas pesadas, além do seu gênio explosivo. Resultado: morreu jovem, em 2011, aos 27 anos, no auge do sucesso. Era considerada uma cantora de jazz, no que discordo. Era mais do soul e R & B, embora tenha tido uma grande influência das grandes cantoras de jazz, como, por exemplo, Sarah Vaughan, além da avó Cynthia (Lesley Manville), uma antiga cantora de jazz. O filme relembra sua adolescência e o início da fase adulta, quando começa a fazer sucesso. Destaca ainda a influência musical da família judia, seu polêmico casamento com Blake (Jack O’Connell), um notório viciado em drogas, e a relação conflituosa com os paparazzi, que não a deixavam em paz um minuto sequer. O foco principal, porém, é a série de músicas que fizeram sucesso e que a levaram a conquistar vários prêmios Grammy, interpretadas pela atriz Marisa Abela, cuja ótima atuação é um dos trunfos do filme. A crítica especializada não gostou muito, mas eu gostei e recomendo.                    

 

“BANCO CENTRAL SOB ATAQUE” (“ASALTO AL BANCO CENTRAL”), 2024, Espanha, minissérie da Netflix em cinco episódios, direção de Daniel Calparsoro, seguindo roteiro assinado por Patxi Amezcua. O pano de fundo dessa excelente minissérie, baseada em fatos reais, é a situação política caótica da Espanha no início dos anos 80. Três meses após a tentativa de golpe de Estado no congresso espanhol, em fevereiro de 1981, onze homens encapuzados invadem o Banco Central de Barcelona fazendo 300 reféns, entre funcionários e clientes. Eles exigiam do governo espanhol que libertasse o tenente-coronel Antonio Tejero Molina, que comandou a tentativa de golpe contra o congresso.  Enquanto isso, arrombaram o cofre para roubar o dinheiro. Durante 37 horas, os assaltantes e os reféns mantiveram-se trancados no banco, enquanto o líder da quadrilha negociava com as autoridades. A jornalista novata Maider (María Pedraza), que cobria o assalto juntamente com o fotógrafo Berni (Hovik Keuchkerian), desconfiou que havia algo mais por trás do assalto. E começou a investigar, contando com informações sigilosas do comissário Paco (Isac Férriz), da polícia de Barcelona, estranhamente afastado do caso. Atuam também com destaque no elenco Miguel Herrán, como José Juan Martinez Gómez, o chefe da quadrilha, e Patrícia Vigo, esposa do diretor na vida real, como a editora-chefe do jornal. Graças a um roteiro bem elaborado, o clima da minissérie é de tensão do começo ao fim, prendendo a atenção do espectador para o que acontecerá no desfecho. Minissérie para não perder.