“APENAS CORRA” (“RUN RABBIT
RUN”), 2023, Austrália, 1h40m, em cartaz na Prime Vídeo, direção
de Daina Reid (das séries “Iluminadas” e “O Conto da Aia”), seguindo roteiro
assinado por Hannah Kent. A tradução literal do título original é “Foge Coelho
Foge”, que também vi em outro material de divulgação. Trata-se de um misto de
suspense e terror sobrenatural, com a vantagem de não ter efeitos especiais, o que garante maior credibilidade. A
história é centrada na médica Sarah (Sarah Snook), uma mulher divorciada mãe da
pequena Mia (Lily Latorre). Aos poucos, a menina começa a apresentar um
comportamento estranho, dizendo ser alguém que jamais conheceu. Em vez de
consultar algum psiquiatra ou psicólogo para diagnosticar o que se passa com sua filha, Sarah mostra
uma atitude muito passiva, mesmo depois que Mia começa a sangrar pelo nariz.
Ora, qualquer mãe teria levado a filha para ser examinada, fazer uma tomografia.
Sarah, porém, começa a apresentar um comportamento também estranho, que, logo o
espectador irá saber, tem tudo a ver com seu passado. Até que o filme mantém um
clima de tensão bastante acentuado, garantindo o suspense necessário para levar
o espectador a esperar alguma revelação bombástica, o que realmente acontece
perto do desfecho. A atriz australiana Sarah Snook se destaca no elenco,
comprovando sua competência consagrada na série “Succession”, pela qual ganhou
2 Globos de Ouro e também um Emmy. Outro destaque no elenco é a presença de
Greta Scacchi, que já foi uma das atrizes mais bonitas do cinema – e uma das
minhas divas. Em respeito justamente à antiga beleza da atriz, hoje com 64 anos, a diretora mostrou Greta entre sombras. Trocando em miúdos, “Apenas Corra” garante uns bons sustos, não
muito mais que isso.
quinta-feira, 21 de novembro de 2024
terça-feira, 19 de novembro de 2024
“O HOMEM QUE AMAVA OS DISCOS
VOADORES” (“EL HOMBRE QUE AMABA A LOS PLATOS VOLADORES”), 2024,
Argentina, 1h47m, em cartaz na Netflix, direção de Diego Lerman, seguindo
roteiro assinado por Adrián Biniez. Na base da sátira bem-humorada, o filme
relembra os fatos reais que envolveram, em 1986, o jornalista e apresentador de
TV José Bernardo Kerzer, cujo nome artístico era José de Zer. Interpretado pelo
ator Leonardo Sbaraglia, o jornalista ficou famoso na Argentina depois que seu
programa alcançou picos de audiência ao explorar o tema “Não Estamos Sozinhos”.
Tudo começa quando José de Zer recebe uma dica de pauta nos pampas argentinos,
próximo ao vilarejo La Candelaria, na província de Córdoba. Aqui, os habitantes
descobrem um círculo perfeito desenhado na mata que mobilizou toda a população
do vilarejo. Enquanto cobre o evento misterioso, o jornalista tem a ideia de
explorar a hipótese de uma aeronave alienígena ter pousado naquele local,
lançando a teoria de que os alienígenas teriam visitado a Argentina. Com
entrevistas forjadas e encenações bizarras, o jornalista exibe várias
reportagens que alavancam a audiência de seu programa, transformando-o numa
celebridade nacional. Audiência que aumentaria ainda mais após um acidente
envolvendo o jornalista. Depois de assistir ao filme fiquei em dúvida se tudo
isso aconteceu mesmo ou o roteiro aumentou a dose. Em todo caso, vale a pena
assistir, pois trata-se de mais um ótimo e interessante filme argentino. Ainda
mais pela presença impecável de Leonardo Sbaraglia, ator de filmes como “Relatos
Selvagens”, “Puan”, “No Fim do Túnel” e “Plata Quemada”, entre outros clássicos.
domingo, 17 de novembro de 2024
"BACK TO BLACK", 2024,
Inglaterra, 2h02m, em cartaz na Prime Vídeo, direção da cineasta inglesa Sam
Taylor-Johnson (“O Garoto de Liverpool”, “Cinquenta Tons de Cinza”), seguindo
roteiro assinado por Matt Greenhalgh. Cinebiografia da cantora e compositora
Amy Winehouse (Marisa Abela), que se notabilizou não apenas como artista, mas por
causa da sua vida particular tumultuada, principalmente com relação ao consumo
de álcool e drogas pesadas, além do seu gênio explosivo. Resultado: morreu jovem, em 2011, aos 27 anos, no
auge do sucesso. Era considerada uma cantora de jazz, no que discordo. Era mais
do soul e R & B, embora tenha tido uma grande influência das grandes
cantoras de jazz, como, por exemplo, Sarah Vaughan, além da avó Cynthia (Lesley
Manville), uma antiga cantora de jazz. O filme relembra sua adolescência e o
início da fase adulta, quando começa a fazer sucesso. Destaca ainda a influência
musical da família judia, seu polêmico casamento com Blake (Jack O’Connell), um
notório viciado em drogas, e a relação conflituosa com os paparazzi, que
não a deixavam em paz um minuto sequer. O foco principal, porém, é a série de
músicas que fizeram sucesso e que a levaram a conquistar vários prêmios Grammy,
interpretadas pela atriz Marisa Abela, cuja ótima atuação é um dos trunfos do
filme. A crítica especializada não gostou muito, mas eu gostei e recomendo.
“BANCO CENTRAL SOB ATAQUE” (“ASALTO
AL BANCO CENTRAL”), 2024, Espanha, minissérie da Netflix em
cinco episódios, direção de Daniel Calparsoro, seguindo roteiro assinado por
Patxi Amezcua. O pano de fundo dessa excelente minissérie, baseada em fatos reais, é a situação política
caótica da Espanha no início dos anos 80. Três meses após a tentativa de golpe de
Estado no congresso espanhol, em fevereiro de 1981, onze homens encapuzados invadem o Banco Central de Barcelona
fazendo 300 reféns, entre funcionários e clientes. Eles exigiam do governo
espanhol que libertasse o tenente-coronel Antonio Tejero Molina, que comandou
a tentativa de golpe contra o congresso. Enquanto isso, arrombaram o cofre para roubar o dinheiro.
Durante 37 horas, os assaltantes e os reféns mantiveram-se trancados no banco, enquanto
o líder da quadrilha negociava com as autoridades. A jornalista novata Maider
(María Pedraza), que cobria o assalto juntamente com o fotógrafo Berni (Hovik
Keuchkerian), desconfiou que havia algo mais por trás do assalto. E começou a
investigar, contando com informações sigilosas do comissário Paco (Isac Férriz),
da polícia de Barcelona, estranhamente afastado do caso. Atuam também com
destaque no elenco Miguel Herrán, como José Juan Martinez Gómez, o chefe da
quadrilha, e Patrícia Vigo, esposa do diretor na vida real, como a
editora-chefe do jornal. Graças a um roteiro bem elaborado, o clima da
minissérie é de tensão do começo ao fim, prendendo a atenção do espectador para
o que acontecerá no desfecho. Minissérie para não perder.