quarta-feira, 12 de julho de 2023


“DEIXANDO O AFEGANISTÃO” (“BRATSTVO”), 2021, Rússia, em cartaz no Prime Vídeo, 1h53m, direção de Pavel Lungin, que também assina o roteiro com a colaboração de  Aleksandr Lungin. Não são muitos os filmes sobre a guerra entre União Soviética e o Afeganistão.  Este é o mais recente, cuja história é baseada nas memórias do general Nikolay Kovalyov, agente da KGB na frente afegã. Estamos em 1989, quando as últimas unidades do exército russo deixam o país inimigo depois de dez anos de guerra – a intenção dos russos era implantar o comunismo no Afeganistão, objetivo não concretizado. O filme acompanha os trabalhos de desmobilização da 108ª Divisão de Infantaria. Só que acontece um fato inesperado: um avião russo é abatido e seu piloto, Alexander Vasiliev, acaba sequestrado por guerrilheiros mujahidins. Vasiliev é filho de um general, que ordena aos seus comandados que o resgatem a qualquer custo. Ao mesmo tempo em que mostra a ação sendo planejada e executada, o roteiro destaca a rotina dos soldados russos, com cantorias, muita bebida, corrupção desenfreada e tráfico de armas e drogas, configurando uma crítica ácida e contundente aos invasores russos. Repleta de reviravoltas e traições de lado a lado, a história termina convidando a uma reflexão sobre quem ganha com uma guerra em que não há vencedores, somente vencidos. Exibido em vários festivais mundo afora, “Deixando o Afeganistão” teve uma boa aceitação por parte da crítica especializada, mas não é um filme muito fácil de digerir.                

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terça-feira, 11 de julho de 2023

 

“REI DO RINGUE: A HISTÓRIA DE JEM BELCHER” (“PRIZEFIGHTER: THE LIFE OF JEM BELCHER”), 2022, Inglaterra, 1h47m, direção de Daniel Graham, seguindo roteiro assinado por Matt Hookings, lançamento da Prime Vídeo. Trata-se da adaptação para o cinema da biografia do lutador inglês Jem Belcher (Matt Hookings), que no início do século 19 foi campeão de boxe da Inglaterra. Desde garoto, o ídolo de Jem era o avô Jack Slack (Russell Crowe, ótimo), um beberrão que costumava lutar pelas ruas de Bristol. Jem cresceu e também começou a participar de lutas. Numa delas, derrubou um adversário muito mais forte e chamou a atenção do treinador Bill Warr (Ray Winstone), que o treinou para ser um campeão. O que de fato foi, quando enfrentou o então campeão inglês em Londres. Como a mãe já previra, o sucesso levou Belcher a frequentar a elite da capital inglesa, o que incluiu mulheres e muita bebida. Como na maioria dos filmes que tratam de boxe, a luta decisiva ficou para o desfecho, quando Jem coloca seu título em jogo. Completam o elenco Marton Csokas, Jodhi Mae, Julian Glover, Lucy Martin, Olivia Chenery, Steven Berkoff, Joe Egan e Emily Haigh. Como história baseada em fatos reais, o filme agrada completamente. O que me incomodou em demasia foi a fotografia em tons escuros nas cenas de interiores. A claridade só aparece nas cenas diurnas ao ar livre. Trocando em miúdos, o filme é indicado apenas para os amantes de boxe, que terão a oportunidade de conhecer uma história ambientada nos primórdios do esporte.