sábado, 5 de setembro de 2020

 

“ISTAMBUL VERMELHO” (“ISTANBUL KIRMIZISI”), 2018, co-produção Turquia/Itália, 1h49m, roteiro e direção do cineasta turco Ferzan Özpetek. A história é baseada no romance “Rosso Istambul”, escrito pelo próprio Özpetek. Toda a trama é centrada em Orhan (Halit Ergenç), que trabalha em Londres como editor. Após alguns anos, ele volta a Istambul para visitar o amigo Deniz (Nejat Isler), escritor cujos livros são editados por Orhan. Nas longas conversas que ambos engatam madrugada adentro, Orhan fica sabendo a origem de alguns personagens do último livro escrito por Deniz e fica surpreso em descobrir suas verdadeiras identidades na vida real. No dia seguinte, Deniz desaparece misteriosamente, deixando em pânico toda a sua família e, principalmente, o seu editor. O sumiço do escritor é realmente intrigante. Por outro lado, em sua permanência em Istambul, Orhan será afetado por recordações não muito agradáveis do seu passado, um deles bastante trágico. Ele também vai rever um amor do passado, a bela Neval (Tuba Büyüküstün), e se confrontar com Yusuf (Mehmet Günsür), um drogado que teve uma forte ligação com Deniz e que talvez saiba do paradeiro do escritor. Para filmar “Istambul Vermelho”, Ferzan Özpetec voltou à Turquia depois de 16 anos radicado na Itália, onde fez questão de se naturalizar. Definitivamente, "Istambul Vermelho" não é um filme feito para o público comum, embora possa ser visto sem gastar muito os neurônios. Conheci o roteirista e diretor turco naturalizado italiano quando assisti ao ótimo “Saturno em Oposição”, de 2007, assim como “A Janela da Frente” e “O Primeiro que Disse”, entre outros produzidos na Itália. “Istambul Vermelho” acrescenta mais um gol de placa na carreira de Ferzan Özpetek. Quem curte cinema de qualidade deve visitar a obra do cineasta turco. Ah, “Istambul Vermelho” está disponível na plataforma Netflix.     

 

“FREAKS – VOCÊ É UM DE NÓS” (“FREAKS – DU BIST EINE VON UNS”), 2020, Alemanha, 1h32m, produção e distribuição Netflix, direção de Felix Binder, a partir de roteiro escrito por Marc O. Seng. Vamos à história. Desde criança, Wendy (Cornelia Gröschel) demonstrava ter poderes especiais que costumamos ver somente em super-heróis nos quadrinhos e no cinema. Depois de uma demonstração prática na escola, Wendy foi levada aos cuidados da dra. Stern (Nina Kunzendorf), uma renomada psiquiatra. Para conter os poderes de Wendy, ela receitou uma medicação especial para a vida toda. O filme dá um salto no tempo e agora Wendy aparece casada, com um filho, e trabalhando como cozinheira numa lanchonete. Ao conhecer Marek (Wotan Wilke Möhring), um morador de rua cuja fome é saciada com restos de comida jogados no lixo, ela descobre que ele também tem os mesmos poderes, assim como seu colega de trabalho na lanchonete, o jovem Elmar (Tim Oliver Schultrz). Ao combinarem deixar de tomar os remédios para com seus poderes livrarem o mundo do mal, o trio terá que lidar com muitas situações inusitadas, principalmente por conta de Elmar, que se autodenomina “Electroman” devido ao seu poder de dar choque nas pessoas e sua capacidade de desligar a energia de uma cidade. A polícia é mobilizada para prender o trio e entregá-lo de volta aos cuidados da dra. Stern.  Embora perca seu ritmo de aventura na segunda metade, “Freaks” não deixa de ser uma ótima opção para uma sessão da tarde com a família, pois tem muito humor, efeitos especiais da melhor qualidade – sem os exageros costumeiros - menções a uma série de super-heróis e boas sequências de ação.  Aliás, não deixe de assistir à cena que acontece após os créditos finais, que dá a ideia de que poderá haver um “Freaks 2”.             

terça-feira, 1 de setembro de 2020

“A LOUVA-A-DEUS” (“LA MANTE”) é uma excelente minissérie francesa – uma das melhores do conteúdo Netflix – com seis capítulos, cada um com cerca de 55 minutos. Foi produzida e exibida pela TV francesa TF1 em outubro de 2017, estreando na Netflix no dia 30 de dezembro de 2017. Ao investigar o terceiro assassinato seguido, a polícia descobre que o modus operandi é o mesmo de uma serial killer que aterrorizou a França na década de 90. Responsável por 8 mortes com requintes de crueldade, Jeanne Deber (Carole Bouquet), conhecida também pelo apelido de a “Louva-a-Deus”, estava presa há mais de 20 anos. Diante das evidências de que o novo assassino não passa de um imitador, a polícia resolveu pedir a ajuda justamente de Jeanne Deber. Por uma fantástica coincidência, o detetive Damien Carrot (Fred Testot), encarregado das investigações, é filho da famosa assassina. O serial killer não parou de matar. A polícia terá que se desdobrar para encontrar o assassino, só revelado no desfecho. O roteiro, assinado por Alice Chegaray-Breugnot, Grégoire Demaison, Nicolas Jean e Laurente Vivier, a cada capítulo inventa um possível suspeito, oferecendo ao espectador a chance de adivinhar a verdadeira identidade do assassino. Esse jogo faz com que esta minissérie prenda a atenção do início ao fim, tornando-se um ótimo entretenimento. Destaque para o excelente elenco, comandado por Carole Bouquet, que chegou a ser uma das mais belas atrizes francesas, uma verdadeira diva nos anos 70/80/90. Ao seu lado, atuam, além de Fred Testot, Manon Azem – a atriz francesa mais bonita do atual cinema francês -, Frédérique Bel, Pascal demolon, Élodie Navarre, Robinson Stévenin e Jacques Werber. A direção ficou a cargo de Alexandre Laurent, bastante conhecido na França como roteirista e diretor de séries televisivas. “A Louva-a-Deus” é um suspense psicológico da melhor qualidade. Imperdível!         

VINGANÇA” (“VENDETTA”), 2015, Estados Unidos, 1h46m, direção das gêmeas Sylvia e Jen Soska, com roteiro de Justin Shady. A história: o detetive Mason Danvers (Dean Cain) e sua esposa Jocelyn (Kyra Zagorsky) vivem um momento especial no casamento. Ela está grávida. Mas essa felicidade não dura muito. Jocelyn é brutalmente assassinada por Victor Abbott (Paul Donald Wight II), um marginal que havia sido preso por Danvers anos antes. Detido em flagrante pelo crime, Abbott volta à prisão. O policial resolve retribuir na mesma moeda: mata o irmão de Victor. Mas a vingança não para por aí: ele quer ficar frente à frente com o assassino de sua esposa. Para isso, ela forja sua própria prisão e vai para a penitenciária onde está Victor, que, em conluio com o diretor da unidade, manda e desmanda no pedaço, transformando a vingança de Danvers numa missão quase suicida. O ator Dean Cain é o mais conhecido do elenco, graças ao seu papel de Super-Homem na série “Lois & Clark: The New Adventures of Superman”, que fez grande sucesso na década de 90. Mas o personagem que mais se destaca é o do vilão Victor Abbott, interpretado pelo lutador profissional de luta-livre Paul Donald Wight II, conhecido nos ringues como “Big Show”, um gigante de 2m13, fortão e mal-encarado, uma figura que realmente assusta qualquer um. As gêmeas diretoras Sylvia e Jen Soska, mais conhecidas por dirigir filmes de terror, não economizam nas pancadarias, fazendo sangue jorrar pela telinha o filme inteiro, em quantidade suficiente para abastecer de plasma qualquer hospital. “Vingança”, portanto, deve agradar o público que gosta de ação e violência. Assista com a faca nos dentes.