O
drama “FAIR PLAY”, 2014,
baseado em fatos reais, foi o representante oficial da República Tcheca no
Oscar/2015 de “Melhor Filme Estrangeiro”. Dirigido por Andrea Sedlácková e
ambientado no início dos anos 80, conta a história da corredora Anna (Judit
Bárdos), uma das maiores promessas do atletismo da então Tchecoslováquia. Ela era
uma das esperanças de medalha do país nas Olimpíadas de Los Angeles, em 1984,
mas que afinal seriam boicotados pela mãe Rússia e seus “filhos” da Cortina de Ferro.
O filme destaca o duro e torturante treinamento de Anna sob o comando do
treinador Bohdan (Roman Luknár). Para melhorar seus resultados, Anna foi
obrigada a utilizar o esteroide anabolizante Stromba, mesmo contra sua vontade.
Sua mãe Irena (Anna Geislerová), chegou a aplicar-lhe injeções de Stromba
dizendo que eram vitaminas. O governo exigia que Anna fosse melhor do que as
russas e alemãs. “Se eles usam anabolizantes, também vamos usá-los”, diz um
agente do governo. Embora o enfoque de toda a história seja o esporte, a
utilização de anabolizantes e o treinamento quase desumano ao qual Anna era obrigada
a se submeter, o aspecto predominante no filme é o político. O enredo escancara
como era viver sob um regime opressor e de vigilância permanente aos cidadãos. Uma
das cenas mais impactantes mostra como eram feitas as chamadas “Buscas
Domiciliares”, quando agentes do governo invadiam as casas de suspeitos durante
a madrugada, vasculhando tudo em busca de indícios de subversão. Trata-se de um
filme bastante revelador, um verdadeiro soco no estomago em quem ainda defende os regimes comunistas. O filme é ótimo, valorizado ainda mais pelo excelente desempenho das atrizes
Judit Bárdos e Anna Geislerová.
sábado, 12 de setembro de 2015
terça-feira, 8 de setembro de 2015
“ALOFT”, EUA,
2014, é o primeiro filme em língua inglesa dirigido pela peruana Claudia Llosa
(“A Teta Assustada”). O filme, cujo roteiro foi escrito por Llosa, tem um pano
de fundo místico. O filme inteiro é ambientado nos cenários gélidos de Minnesota
e da província de Manitoba, no Canadá. Mãe solteira de dois meninos, Nana
Kunning (Jennifer Connelly) descobre sem querer que possui o poder de curar
pessoas. Em meio ao dilema de seguir ou não esse dom, Nana é atingida por uma
tragédia envolvendo seus dois filhos. Ela some do mapa, abandonando Ivan, o
filho mais velho, mais tarde interpretado pelo ótimo ator Cilian Murphy. Vinte
e cinco anos depois, graças à interferência da jornalista Jannia (a atriz
francesa Mélanie Laurent), mãe e filho se reencontram. O filme não foi bem
recebido pela crítica após sua exibição de estreia no Festival de Berlim/2014. A
diretora exagerou na dose e fez um filme esquisito, complicado, um tanto difícil de digerir. Mas
os atores são ótimos, principalmente a bela Jennifer Connelly, uma das poucas atrizes
a ficar mais bonita sem maquiagem. Aliás, merece destaque - e elogios - a maquiagem feita em
Jennifer para torná-la 25 anos mais velha. Enfim, um filme apenas interessante,
sem muitos motivos para uma indicação entusiasmada.
segunda-feira, 7 de setembro de 2015
“MORTE LIMPA” (“Good Kill”), 2014, conta o dilema do Major Tom Egan (Ethan Hawke), um veterano ex-piloto
de combate que agora trabalha no comando de drones utilizados para exterminar
terroristas, “via satélite”, em várias regiões do mundo, como Afeganistão e Iemen.
Egan gosta mesmo de voar e está insatisfeito com a nova função, principalmente
com as missões diárias de eliminar pessoas. Ele está sediado numa base da Força
Aérea no deserto de Nevada e mora em Las Vegas com a família. Cada vez mais incomodado
e estressado por causa dessa rotina de mortes, Egan passa a beber e contestar
algumas ordens, o que prejudica uma possível promoção e seu retorno aos aviões
de verdade. A situação acaba provocando uma séria crise no casamento com Molly
(January Jones). O diretor Andrew Niccol (“Gattaca”, “A Hospedeira” e “O Senhor
das Armas”), que também escreveu o roteiro, baseou a história em depoimentos de
pilotos de drones. Ao mostrar os bastidores desse trabalho, Niccol realizou um
filme bastante interessante. Ao final de sua exibição no Festival de Veneza
2014, no qual concorreu ao “Leão de Ouro”, o filme foi – injustamente, na minha
opinião - vaiado pelos jornalistas. Eu
gostei.
Menos
canastrão e longe daqueles personagens valentões dos filmes de ação que o
levaram ao estrelato, Nicolas Cage até que se sai bem no drama político “FATOR
DE RISCO” (“The Runner”), 2014, escrito e dirigido por Austin Stark.
Cage é o deputado Colin Price, do Estado de Louisiana, cuja carreira está em franca
ascensão graças a um discurso emotivo depois do vazamento de petróleo de uma
plataforma da Britishi Petroleum. Além disso, o político assume a defesa dos
pescadores da região afetada pelo acidente, inclusive angariando fundos para
mantê-los. Tudo indicava que Colin partiria com tudo para se eleger senador,
porém um escândalo provocado por um caso extraconjugal põe fim à pretensão. Ele
renuncia ao posto de deputado, o que provoca o pedido de divórcio da ambiciosa
esposa Deborah (a bela Connie Nielsen). Na tentativa de se reerguer, psicológica
e politicamente, Colin contará com a ajuda da sua ex-assessora Kate Haber
(Sarah Paulson, uma mistura malsucedida de Nicole Kidman com Maitê Proença) e
do pai, o ex-político Rayne Price (Peter Fonda, irmão de Jane), um alcoólatra
convicto. O diretor estreante Austin Stark fez um bom trabalho, conduzindo o
filme num clima tenso até o seu final. Dos filmes recentes com Nicolas Cage,
este é, disparado, o melhor, o que não significa que seja lá muito bom.
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