Acaba de
chegar à Netflix esta joia do cinema holandês: “ANTONIA: UMA SINFONIA” (“DE
DIRIGENT”), 2018, roteiro e direção de Maria Peters, 2h17m. Trata-se da
adaptação para o cinema da história daquela que é considerada a primeira
maestrina a reger uma grande orquestra: a holandesa Antonia Brico. O ano é 1926
e estamos em Nova Iorque. A jovem Willie Walters (Christanne de Brujin) é uma estudante
de piano cujo maior sonho é ser maestrina. Ninguém lhe deu atenção e muito
menos esperança, já que o cargo era tradicionalmente exercido por homens. Como
na época as mulheres ainda enfrentavam uma sociedade machista, a moça teria de
enfrentar enormes desafios. O primeiro deles: a total falta de apoio dos pais,
gente pobre e humilde - o pai trabalhava como lixeiro. Willie foi à luta.
Conseguiu emprego como pianista numa pequena orquestra que tocava num teatro de
revista (o pessoal de hoje não sabe o que é isso). Em meio à sua trajetória,
Willie conheceu Frank Thomsen (Benjamin Wainwright), um jovem milionário que
atuava como mecenas de músicos e orquestras. Os dois se apaixonaram, mas Willie
jamais deixou de lado o seu sonho. Impulsiva e determinada, batalhou tanto que conseguiu uma bolsa de
estudos para estudar na Escola Estatal de Música e Belas Artes de Berlim, onde
aprendeu regência com o maestro Karl Muck (Richard Sammel). Paralelamente a
este seu empenho, Willie acabou descobrindo que era adotada e que seu nome de
nascença era Antonia Brico. Ela resolveu abandonar o nome Willie e adotar Antonia em definitivo para seguir carreira. Com desconfiança total, Antonia estreou como
regente profissional na Orquestra Filarmônica de Berlim. Um sucesso tão grande
que foi convidada para reger outras orquestras pela Europa e, depois, para reger
a Orquestra Filarmônica de Nova Iorque. Aqui, também seria responsável pela
primeira orquestra sinfônica de mulheres, com o aval da então primeira-dama
norte-americana, Eleanor Roosevelt. Enfim, uma história incrível de uma mulher
determinada e corajosa, muito à frente do seu tempo. Tudo funciona bem nessa produção
holandesa, falada em inglês, holandês (neerlandês) e alemão: elenco, roteiro,
recriação de época, figurinos, fotografia, trilha sonora e direção de arte. Em seu primeiro papel como protagonista principal, a atriz holandesa Christanne de Brujin arrasa do começo ao fim. Imperdível!