quinta-feira, 24 de setembro de 2020

 

“MUITO AMOR PRA DAR” (“CORAZÓN LOCO”), 2020, Argentina, 1h48m, disponível no catálogo Netflix desde o dia 9 de setembro de 2020, direção de Marcos Carnevale, que também assina o roteiro ao lado de Adrián Suar, também o ator principal do filme. Trata-se de uma saborosa e divertida comédia centrada no médico ortopedista Fernando Ferro (Suar), que logo no começo é apresentado como um homem com o coração enorme. Afinal, ele tem tanto amor para dar que mantém dois casamentos ao mesmo tempo. Ou seja, um bígamo de primeira. Ele mora em Mar Del Plata e é casado há 19 anos com Paula (Gabriela Toscano) e tem duas filhas adolescentes. Em Buenos Aires, onde trabalha num hospital público, ele é casado há 9 com sua colega também médica Vera (Soledad Villamil), com quem tem um filho. A história é quase toda dedicada aos estratagemas de Fernando para contornar sua inusitada condição de bígamo. É dentro desse contexto maluco que acontecem as situações mais engraçadas do filme. Até quando Fernando conseguirá enganar as duas esposas? Posso responder lembrando a velha expressão “Mentira tem perna curta”. A comédia argentina é bastante divertida. Nenhuma surpresa em se tratando do diretor Marcos Carnevale, responsável por outras excelentes comédias, entre as quais “Elsa & Fred: Um Amor de Paixão”, “Coração de Leão: O Amor não tem Tamanho” e “Inseparáveis”, só para citar algumas.        

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

 

“REMÉDIO AMARGO” (“ELPRACTICANTE” – nos países de língua inglesa ficou “The Paramedic”), 2020, Espanha, 1h34m, disponível no catálogo Netflix desde o dia 16 de setembro de 2020. A direção é assinada por Carles Torras, que teve a ideia da história, que virou roteiro nas mãos de David Desola e Hèctor Hernández Vicens. Trata-se de um thriller repleto de suspense que prende a atenção do começo ao fim. Durante um atendimento emergencial à noite, a ambulância que transporta o paramédico Ángel Hernández (Mario Casas) e um paciente colide violentamente com um caminhão. Resultado: Ángel fica paraplégico. Quando volta para casa numa cadeira de rodas, ele fica aos cuidados de sua namorada Vane (a atriz belga Débora François). Aos poucos, porém, Ángel começa a se comportar de maneira estranha, assumindo um lado violento e psicótico. Sua primeira vítima será o cachorro do vizinho que não o deixa dormir. Ángel também é acometido de um ciúme doentio pela namorada, que logo vira obsessão. Vane não aguenta mais a situação e abandona o namorado. Algum tempo depois, Ángel descobre que Vane está envolvida com outra pessoa e resolve se vingar. Claro que não vou contar o resto para não estragar as surpresas que o filme reserva. O diretor Carles Torras acerta ao criar um clima de tensão e suspense até o desfecho, para o qual ficou reservada uma surpreendente reviravolta. O ator espanhol Mario Casas, normalmente aproveitado em papéis de galã, talvez tenha feito o seu melhor trabalho no cinema. Ele atua com expressões que realmente remetem a um psicopata. Claro que o nome do seu personagem, Ángel (Anjo), é uma óbvia ironia. A bela atriz belga Débora François também está ótima. Para quem é chegado num bom suspense, “Remédio Amargo” proporciona um excelente programa.

terça-feira, 22 de setembro de 2020

 

 

“LINHA DE AÇÃO” (“BROKEN CITY”), 2013, Estados Unidos, 1h49m, direção de Allen Hughes e roteiro de Brian Tucker (disponível no catálogo da Netflix). Trata-se de um suspense policial com fundo político, tendo como principal trunfo o elenco de primeira: Mark Wahlberg, Russell Crowe, Catherine Zeta-Jones, Alona Tal, Natalie Martinez, Jeffrey Wright, Barry Pepper e Kyle Chandler. Às vésperas da eleição para a prefeitura de Nova Iorque, o ex-policial e agora detetive particular Billy Taggart (Wahlberg) é contratado pelo prefeito Nicholas Hostetler (Crowe) para seguir sua esposa Cathleen (Zeta-Jones), que supostamente o estava traindo, e também descobrir quem é o amante. Candidato à reeleição, Hostetler teme que a traição da mulher acabe chegando à mídia, o que ocasionaria um escândalo capaz de prejudicar sua candidatura. O pior de tudo é que o suspeito de ser o amante de Cathleen é Paul Andrews (Chandler), o principal conselheiro político do outro candidato, o vereador Jack Valliant (Pepper). Ao longo de suas investigações, o detetive descobre que as intenções do prefeito não são exatamente aquelas que afirmou quando o contratou. Em meio a toda essa confusão, um assassinato misterioso coloca mais molho na história. Quando estreou, “Linha de Ação” não foi muito bem de bilheteria, apesar dos astros do elenco. A crítica especializada massacrou o roteiro, que, apesar de algumas reviravoltas interessantes, realmente ficou devendo por mais confundir do que esclarecer. De qualquer forma, é um programa interessante. Não mais do que isso.

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

 

“À QUEIMA-ROUPA” (“POINT BLANK”), 2019, Estados Unidos, 1h27m, à disposição no catálogo Netflix, direção de Joe Lynch, seguindo roteiro assinado por Adam G. Simon, que se inspirou no filme de grande sucesso em 2010, “A Bout Portant”, escrito e dirigido por Fred Cavayé. Mais um filme de ação que utiliza a fórmula bem-sucedida de dois personagens trabalhando em dupla, geralmente policiais, que nos anos 80 teve como maior expoente “Máquina Mortífera”, com Mel Gibson e Danny Glover, que bateu recordes de bilheteria e ganhou algumas sequências. No caso de “À Queima-Roupa”, porém, a dupla é inusitada. Um é o enfermeiro Paul Booker (Anthony Mackie) e o outro Abe Guevara (Frank Grillo), um marginal em fuga depois de ser acusado de um crime que diz não ter cometido. Ambos se conhecem em meio à perseguição policial que termina com a prisão de Guevara, que, ferido, é internado, sob escolta policial, no hospital onde Booker trabalha como enfermeiro. Para convencê-lo a ajudar o irmão a fugir do hospital, Mateo Guevara (Christian Cooke) sequestra a esposa de Booker, grávida de 9 meses. Enquanto isso, a detetive Regina Lews (a ótima Marcia Gay Harden) comanda a investigação na base da violência, que fica ainda pior quando ela fica sabendo que Abe possui um vídeo com provas que incriminam alguns policiais, inclusive ela, dos crimes de corrupção e assassinato. A confusão ainda terá a participação de “Big D” (Markice Moore)”, o chefão de uma poderosa gangue envolvida no tráfico de drogas. Além de bandidão, “Big D” tem o sonho de ser cineasta, o que acaba gerando ótimas sequências de humor. “À Queima-Roupa” tem algumas boas cenas de ação, uma história razoável e um bom elenco, mas não dá para levar muito a sério, ou seja, pode ser visto sem a preocupação de gastar os neurônios.