sábado, 9 de agosto de 2014
“Traição Perigosa” (“The
Kate Logan Affair”), 2010, direção de Noël Mitrani, é um drama policial canadense
baseado numa história verídica ocorrida em 2002 na Província de Alberta (Canadá).
Kate Logan (Alexis Bledel) é uma policial novata que um dia aborda e algema um
homem cujas características físicas são iguais a de um estuprador procurado na
região. O homem se identifica como Benoit Gando (Laurent Lucas), um executivo
francês de uma empresa de seguros que está no Canadá para participar de um seminário
de negócios. Ele está dizendo a verdade e Kate fica toda sem graça. Como pedido
de desculpas, convida Benoit para um drink. Eles acabam tendo um caso, mais por
insistência dela, pois ele diz que é casado e jamais trairia a mulher. Kate,
porém, é do tipo “atração fatal” e insiste em assediar o francês (recusar a gracinha Alexis Bledel também seria demais). Só que um dia
acontece um acidente com a arma de Kate e a situação se complica, pois hóspedes
do motel ligam para a polícia depois de ouvirem o disparo. Com medo de perder o
emprego na polícia, Kate foge com Benoit. Durante a fuga, ela elabora e executa
um plano audacioso para salvar a própria pele. Não dá para comentar mais para
não estragar a reviravolta trágica no final. Um filme mediano que pode ser
visto mais pelo interesse da história. Aliás, nos créditos finais faltou a
informação de como ficou a situação dos envolvidos no caso depois de tudo o que aconteceu.
sexta-feira, 8 de agosto de 2014
“INVASOR” é um
drama espanhol de 2012 dirigido por Daniel Calparsoro. A temática já foi
abordada por dezenas de outros filmes, principalmente norte-americanos: soldados
voltando da guerra feridos, a maioria sofrendo de stress pós-traumático e, muitas
vezes, obrigados a guardar segredo sobre algum fato tenebroso. Pablo (Alberto
Ammann) e Diego (Antonio de La Torre), médicos do exército espanhol em missão humanitária
no Iraque em 2003, voltam para casa feridos – Pablo em estado grave – e são
tratados como heróis. A história que chega à opinião pública, transmitida por
fontes do exército espanhol, é a de que eles conseguiram descobrir um arsenal
de armas e eliminar os terroristas da aldeia, sendo depois resgatados por
soldados norte-americanos. Mas não foi bem assim que aconteceu. Pior: Pablo e
Diego ainda testemunharam uma execução de civis iraquianos. Segundo ordens
vindas do governo espanhol, eles devem ficar quietos e concordar com a
história. Só que Pablo, mesmo sabendo que poderá perder a pensão do exército e
colocar em risco a vida de sua família, resolve contar a verdade e muito mais,
o que inclui um vídeo feito por celular da tal execução. As cenas da ação no
Iraque até que foram bem feitas, conseguindo transmitir aquela tensão própria
das situações de guerra. Mas lá perto do final, quando filmam uma perseguição
de carros e uma troca de socos, era melhor ter convocado o pessoal de Hollywood.
Isso não quer dizer que o filme é ruim, pois garante o suspense até o final. Estão ainda no elenco a atriz Inma Cuesta, de “Blancanieves”,
e Karra Elejalde.
quinta-feira, 7 de agosto de 2014
“15 Anos e um Dia”
(“15 Años y um Día”), 2012, direção de Gracia Querejeta. Começa o filme e você
acha que vai assistir a uma comédia juvenil. Ledo engano. A partir da sua metade,
esta produção espanhola vira um drama e, no final, um misto de suspense e
policial, com direito a um assassinato e a uma reviravolta típica desses
gêneros perto do desfecho. Jon (Aarón Piper), de 15 anos, é um terror. Sua mãe
Margo (Maribel Verdú) não aguenta mais os aprontos do garoto, o que inclui
envenenar o cachorrinho do vizinho e atazanar a vida dos professores da escola.
Ela vai aguentando a barra até o dia em que Jon é expulso do colégio. No ato da
expulsão, o diretor da escola diz a Margo – que é viúva – que o adolescente está
precisando da autoridade de um homem. Margo, então, decide enviar Jon para
passar uns tempos com o avô Max (Tito Valverde), um ex-oficial linha dura do
exército espanhol que mora num vilarejo à beira-mar. A relação com o avô não
vai contribuir para uma mudança no comportamento de Jon, que logo se envolve
com alguns jovens delinquentes do local. A trama prende a atenção, mas poderia ter
um desfecho mais bem elaborado, quem sabe com alguma mensagem de aprendizado por parte do
garoto sobre tudo o que aconteceu. Mas não deixa de ser uma boa opção de programa.
terça-feira, 5 de agosto de 2014
“Piedade” (“Gnade”),
2012, é uma co-produção Alemanha/Noruega dirigida por Mathias Glasner. Trata-se
de um drama pesado, triste e um tanto depressivo. Mas, sem dúvida, um filme bem
feito e de muito impacto. Para tentar salvar o casamento em crise, Niels (Jürgen
Vogel) e Maria (Birgit Minichmayr) resolvem sair da Alemanha para tentar uma
vida nova na Noruega. Mudam-se com o filho adolescente Markus (Henry Stange) para
a pequena cidade de Hammesrfest, à beira do Oceano Ártico, onde, em novembro, dezembro
e janeiro, o sol não aparece por lá e a noite dura, portanto, 24 horas. Um frio
danado, paisagens brancas e gélidas (a fotografia do filme é um dos destaques). Niels vai trabalhar numa usina de gás natural
e logo arruma uma amante. Maria arruma emprego como enfermeira na ala de pacientes
terminais do hospital local. Na escola, Markus escolhe a companhia de um dos
piores alunos. Como se tudo isso não bastasse, quando volta de um plantão,
cansada e com sono, Maria bate com o carro em algo que pensa ser um animal e,
por causa da escuridão, decide não parar para verificar. Só depois é que vai
ficar sabendo que atropelou uma jovem de 16 anos, que morreria logo em seguida.
Maria, junto com o marido, vai carregar essa culpa o filme inteiro. E, nesse
ponto, vale destacar o excelente trabalho da atriz Birgit Minichmayr e do ator
Jürgen Vogel. O filme estreou, fora de competição, no Festival de Berlim 2012.
segunda-feira, 4 de agosto de 2014
“S.O.S. Mulheres ao Mar”, 2013, direção de Cris D’Amato, é
diversão pura, um ótimo programa para relaxar. Adriana (Giovanna Antonelli),
tradutora de filmes pornô, vai buscar o marido Eduardo (Marcello Airoldi) no aeroporto.
No caminho de volta para casa, ela nota que ele está estranho e pergunta o que
está acontecendo. “Eu quero me separar”, diz Eduardo de supetão. Adriana entra numa
enorme depressão e é consolada pela irmã Luiza (Fabíola Nascimento) e por sua
empregada Dialinda (Thalita Karauta). Até que um dia elas lêem uma notícia no
jornal que anuncia a viagem de lua-de-mel da estrela de TV Beatriz (Emanuelle
Araújo) com o novo marido, justamente Eduardo, o ex de Adriana. A viagem
compreende um cruzeiro pelo Mediterrâneo. Adriana, Luiza e Dialinda embarcam no
navio com o objetivo de complicar a lua-de-mel dos dois, o que dá margem a
muitas situações hilariantes. Adriana também vai conhecer André (Reynaldo
Gianecchini), um estilista de moda que está fazendo a viagem para refletir
sobre uma decisão importante que terá de tomar. O time de mulheres do elenco dá
show, principalmente Fabíola Nascimento, bem à vontade como a espevitada e assanhada Luiza.
O destaque maior do filme, porém, fica por conta dos cenários deslumbrantes,
principalmente quando os protagonistas passeiam por Roma e Veneza. Fazia tempo
que eu não via um filme brasileiro com um visual tão bonito.
domingo, 3 de agosto de 2014
“Bem-Vindo a Nova Iorque” (“Welcome
to New York”), 2014, é mais um filme polêmico do diretor norte-americano Abel
Ferrara. Ele apresentou o filme no Festival de Cannes e afirmou que a história é
ficcional, embora inspirada no escândalo que envolveu o então diretor-geral do
FMI e candidato ao governo francês Dominique Strauss-Kahn em 2011, acusado e
preso por ter assediado sexualmente uma camareira do hotel em que estava
hospedado, em Nova Iorque. No filme de Ferrara, o personagem principal ganhou o
nome de Devereaux (Gérard Depardieu) e é apresentado como um maníaco sexual dado
a participar de orgias (a primeira meia-hora do filme é dedicada a elas) e a
atacar desde aeromoças, recepcionistas e jornalistas. Um promíscuo de marca
maior. Mas quando atacou a camareira no hotel em Nova Iorque, a turma da algema
o colocou atrás das grades. Embora tudo provado, ele ainda recebeu o apoio da
mulher Simone (Jacqueline Bisset) e da filha Sophie (Marie Monté). Logo que o
filme foi apresentado em Cannes, Dominique Strauss-Kahn entrou com processo
contra o diretor Ferrara. Além de toda polêmica que envolve o filme, há que se
destacar o desempenho de Depardieu, que aparece completamente nú (frente e
verso) em diversas cenas, um visual grotesco que o grande ator não teve medo de
esconder. Não resta dúvida de que é um filme de grande impacto, como quase todos
de Ferrara.
“O Sétimo Andar” (“Séptimo”),
2013, dirigido por Patxi Amezcua, é um filme de suspense reunindo Ricardo
Darín, o “Messi” do cinema argentino, e a atriz espanhola Belén Rueda. A
história começa com o advogado Sebastián (Darín) indo buscar os filhos no edifício
onde mora sua ex-mulher Delia (Belén Rueda). As crianças pedem para descer de
escada, enquanto ele vai de elevador. Só que, quando Sebastián chega ao térreo,
se dá conta de que as crianças sumiram no meio do caminho. O advogado se
desespera com a situação, mobiliza a polícia, invade apartamentos sem mandado,
chega a confrontar até mesmo um delegado de polícia que mora no prédio. O que
será que aconteceu com as crianças? Não dá para contar mais para não estragar
as surpresas do filme. Desde o início, porém, é preciso ficar atento a alguns
detalhes que no final serão decisivos para desvendar o mistério. Um interessante
jogo de adivinhação para o espectador. O clima de suspense predomina quase até
o final, acompanhando a estressante situação de Sebastián, que somente no desfecho
encontrará a surpreendente verdade dos fatos. O desfecho do filme, porém, é
decepcionante.
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