sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Depois de mudar da telinha (“Friends”) para a telona, a atriz Jennifer Aniston participou de alguns filmes razoáveis e de outros medíocres. Em nenhum deles, ela conseguiu um papel à altura do seu indiscutível talento. Na recém-lançada comédia “VIDA DE CRIME” (“Life of Crime”), de 2013, ela interpreta Mickey, esposa de Frank Dawson (Tim Robbins), um empresário milionário arrogante, embusteiro e mulherengo. Além de tratar a esposa como lixo, ele esconde dela uma conta secreta num paraíso fiscal. Milhões de dólares desviados em falcatruas diversas. Habituado a ostentar, Mickey atrai a atenção de dois marginais, Louis (John Hawkes) e Ordel Robbie (Mos Def), que acabam sequestrando Mickey e pedem a Frank, como resgate, nada menos do que 1 milhão de dólares. Só que a negociação não dá certo, primeiro porque, dois dias antes, Frank havia assinado os papéis do divórcio. Segundo, ao negociar com os sequestradores, Frank estava ao lado de sua amante Melanie (Isla Fisher), à qual havia prometido casamento. A confusão está armada, com direito a uma reviravolta inesperada e surpreendente no final. O roteiro foi baseado em romance de Elmore Leonard, um dos melhores escritores de livros policiais da atualidade. Sem dúvida, um ótimo entretenimento.                                           

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

“THE HOMESMAN” (ainda sem tradução por aqui) é o terceiro filme dirigido pelo ator Tommy Lee Jones. Estreou no Festival de Cannes 2014, concorrendo à Palma de Ouro. Talvez seja indicado para disputar algumas categorias do Oscar 2015. Não que seja um grande filme. Quem sabe concorra aos prêmios de Melhor Atriz (Hilary Swank) e Melhor Ator (Tommy Lee Jones), no máximo. A história, baseada no livro “The Chariot of the Damned”, de Glendon Swarthout, é ambientada em 1854, portanto, no tempo das diligências. Numa comunidade de fazendeiros no interior do Nebraska, três mulheres casadas perdem a sanidade de uma hora para outra, tornando-se um estorvo para seus maridos fazendeiros. Como não havia hospitais psiquiátricos naquela época, o trio tem de ser levado para Iowa, onde Altha Carter (Meryl Streep), esposa do pastor local, aceitou acolhê-las e tratá-las. Como não tem marido ou filhos, a solteirona Mary Bee Cuddy (Hilary Swank) é escolhida pela comunidade para conduzir as mulheres até Iowa, numa viagem de pelo menos seis semanas de duração. Durante os preparativos, Mary conhece George Biggs (Tommy Lee Jones), um bêbado desertor do exército que topa acompanhá-la. O filme quase inteiro é dedicado a mostrar essa viagem cheia de dificuldades e perigos, entre os quais os índios e o rigoroso inverno, além, claro, do sufoco que é cuidar de três mulheres completamente fora de sintonia. O elenco conta ainda com John Lithgow, James Spader, Sonja Richter, Hailee Steinfeld, Miranda Otto e Graça Gummer.                                             

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

“O DISCÍPULO” (“Lärjungen”), 2013, é um ótimo drama finlandês. A história é inteiramente ambientada na Ilha Lagskär, no Mar Báltico. Hasselbond (Nicklas Groudstroem) é o responsável pelo farol existente na ilha. Ele mora com a mulher Dorrit (Amanda Ooms) e um casal de filhos, Emma e Gustav. Hasselbond é bastante rígido – e muitas vezes violento – com a família. A rotina é quebrada quando chega à ilha o jovem Karl Berg (Erik Lönngren), enviado do continente para cumprir o papel de assistente do faroleiro e aprender o ofício. Criado num orfanato, Karl vê em Hasselbond o pai que nunca teve e se esforça ao máximo para agradá-lo. O faroleiro titular acaba adotando Karl como se fosse seu próprio filho, atraindo o ciúme de Gustav (Patrik Kumpulainen). Aliás, a família guarda a sete chaves um segredo envolvendo um filho que já morreu e que era o xodó de Hasselbond. Apesar dos conflitos familiares, a diretora Ulrika Bengts soube amenizar o clima pesado com alguma sensibilidade, principalmente no que se refere ao relacionamento de Karl com a sofrida e submissa Dorrit. Ulrika também soube explorar, com uma excelente fotografia, o cenário esplendoroso da ilha. O filme estreou em agosto de 2013 no Montreal World Film Festival e representou a Finlândia no Oscar 2014 de Melhor Filme Estrangeiro. Um filme que merece ser conferido.           

terça-feira, 28 de outubro de 2014

 

“KAREN CHORA NO ÔNIBUS” (“Karen Llora em un Bus”), 2010, é um drama colombiano que conta a história de Karen (Ángela Carriozosa Aparício), que tenta organizar sua nova vida depois de um casamento de 10 anos com Mário (Edgar Alexen). Ela decidiu se separar e agora quer seguir o seu próprio caminho, sem depender mais do dinheiro do marido e começando por tentar arrumar um emprego. Só que tem um problema: ela nunca trabalhou e não tem nenhuma qualificação profissional. Fica ainda mais difícil pelo fato de ter passado dos 30. Mesmo morando num pardieiro cheio de baratas e sem água quente no chuveiro coletivo, além de não ter dinheiro nem para comer, ela recusa o convite da mãe para voltar a morar em sua antiga casa. O ex-marido ainda tenta uma reaproximação, mas Karen também recusa. São as únicas atitudes que ainda lhe restam do seu orgulho. Para conseguir dinheiro para comer, ela adota certas atitudes humilhantes. Com a ajuda de sua nova amiga Patrícia (María Angélica Sánchez) e de um namorado, Karen tentará dar a volta por cima e recomeçar. Apesar do título estranho (refere-se à cena inicial do filme, quando Karen aparece chorando num ônibus), o filme é bastante interessante, valorizado pelo surpreendente desempenho da atriz estreante Ángela Carriozosa no papel principal. Dirigido pelo também estreante Gabriel Rojas, o filme foi lançado no Festival de Cinema de Berlim/2011 e exibido em vários festivais pelo mundo afora. A crítica ficou dividida: uns elogiaram, outros não gostaram. Em casos como esse, é melhor assistir e tirar suas próprias conclusões.                                                                                                       

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

“FUGA PELA VIDA” (“La Proie”), 2011, dirigido por Eric Valette, é mais um bom policial francês, embora exageradamente trágico e com um final sentimentalóide demais, mas conta com todos os clichês do gênero: tem muita ação, pancadaria, tiros e perseguições. Trata-se da história de Franck Adrien (Albert Dupontel, de “Uma Juíza sem Juízo”), que assaltou um banco e agora está preso. Só ele e sua mulher Anna (Caterina Murino) sabem onde está escondido o dinheiro roubado. Seu companheiro de cela é Jean-Louis Maurel (Stéphane Debac), preso por ter estuprado uma adolescente. Quando outros presos tentam matar Jean-Louis, Franck sai em sua defesa e, depois da briga, pega mais seis meses de cana. Jean-Louis é solto por causa de um depoimento comprado, e, em liberdade, vai voltar à ativa. Logo depois, Franck consegue fugir aproveitando-se de uma confusão. A detetive Claire Linné (Alice Taglioni, de “Paris-Manhattan”) é encarregada de chefiar a caçada ao fugitivo, que, para piorar, agora é acusado de assassinatos que não cometeu. No fim, é claro, a verdade prevalecerá. Mas até lá o personagem de Franck vai sofrer na pele – e nos ossos – todo tipo de dor. Durante o filme inteiro, ele é espancado, torturado (o tímpano direito é perfurado com uma chave de fenda) e baleado várias vezes. Como John McClane, personagem de Bruce Willis, Franck também é “Duro de Matar”.                                                                                                
“O DESPERTAR DOS DEUSES” (“Prisioners of the Sun”), EUA, 2013, é um filme de aventura e ação dirigido por Roger Christian. A história é mirabolante: grupo de arqueólogos está no deserto do Egito à procura da pirâmide da princesa Amanphur. Por um incrível golpe de sorte, uma violenta tempestade de areia simplesmente faz emergir a pirâmide. Apesar de toda lenda de perigos e maldições, é formada uma expedição, chefiada pelo Professor Hayden Masterton (John Rhys Davies), para explorar o interior da pirâmide. Em determinado dia e hora, segundo os hieróglifos, uma conjunção de estrelas fará com que uma luz penetre a pirâmide para revelar os seus segredos. O filme tem todos os clichês dos filmes do gênero: superstições, lendas egípcias, tesouros escondidos, armadilhas, sustos, romance, vilões, múmias que revivem etc. Lançado no Brasil diretamente em DVD, o filme tem no elenco, além de John Rhys, David Charvet, Emily Holmes, Carmen Chaplin (neta do gênio), Nick Moran e Joss Ackland. Bom programa para uma sessão da tarde.                 

domingo, 26 de outubro de 2014

“ELDORADO - EM BUSCA DA CIDADE DO OURO” (“Eldorado - City of the Gold”), 2010, EUA, direção de Terry Cunninghan, é um filme de aventuras na linha Indiana Jones e outros do gênero. Não tão bom, mas é bem produzido, a história é legal e, o que é mais importante nesses filmes, tem bastante ação. Enfim, um bom programa para uma sessão da tarde. Aqui, o herói é o arqueólogo Jack Wilder (Shane West), que, juntamente com os parceiros aventureiros Maria (Natalie Martinez) e Gordon (Elson Henson), segue algumas evidências arqueológicas que dão conta da existência da cidade lendária de Eldorado, no Peru, conhecida também como a “Cidade do Ouro”. Só que eles não estão sozinhos nessa busca. O time de bandidos conta com um mercenário sádico contratado por gente de Wall Street, um general do exército peruano corrupto e ainda um poderoso traficante de drogas, todos a fim de roubar o ouro dos peruanos. O filme é bastante movimentado do começo ao fim.  O aspecto negativo é o ator Shane West, excessivamente canastrão e péssimo ator, muito longe – a anos-luz – de Harrison Ford, por exemplo. Em compensação, a atriz Natalie Martinez, descendente de cubanos, esbanja beleza, charme e gostosura. Certamente, logo estará na fila para ser a nova Jennifer Lopez ou Salma Hayek de Hollywood. Importante salientar que o filme é o segundo episódio da série “Eldorado”, sendo que o primeiro é “Eldorado - Em Busca do Templo Perdido”, ambos produzidos em 2010. Dá pra ver os dois, um após o outro, sem dar sono.                                                                                         
“JIMMY P.”, 2013, co-produção França/EUA, é o primeiro filme dirigido pelo francês Arnaud Desplechin em língua inglesa. A história é baseada no livro “Reality and Dream: Psychotherapy of a Plains Indian”, escrito em 1951 pelo psicólogo e antropólogo húngaro Georges Devereux. (seu verdadeiro nome era György Dobó, mas ele mudou por admirar a cultura francesa). A história é baseada nos fatos reais que envolveram o índio norte-americano Jimmy “Blackfoot” Picardi e Devereux. Ambientado em 1948, o filme começa com Jimmy (Benício Del Toro) se queixando de fortes dores de cabeça, perda de audição e cegueira temporária. Ele é internado num hospital militar no Kansas e uma junta médica, após rigorosos e detalhados exames, não encontra nenhum problema fisiológico. Os médicos acreditam que ele deve estar sofrendo algum trauma psicológico por ter sido ferido na cabeça durante a 2ª Grande Guerra. Até aventam a hipótese de esquizofrenia. O psicólogo Devereux (Mathieu Amalric), que também é especialista em culturas indígenas, é contratado para acompanhar o caso de Jimmy. A partir da chegada de Deveraux ao hospital, o filme se arrasta nas intermináveis – e muitas vezes enfadonhas - conversas entre ele e Jimmy. O forte sotaque dos dois também pode causar irritação: de um lado, o indígena de Jimmy e, do outro, o húngaro de Deveraux (dá pra imaginar como se comunicavam...). O psicólogo chegará à conclusão de que os problemas de Jimmy remontam a um período bem anterior à 2ª Guerra. O filme é mais interessante do que bom e deve interessar principalmente aos estudantes de Psicologia.