Depois
de mudar da telinha (“Friends”) para a telona, a atriz Jennifer Aniston participou
de alguns filmes razoáveis e de outros medíocres. Em nenhum deles, ela
conseguiu um papel à altura do seu indiscutível talento. Na recém-lançada comédia
“VIDA
DE CRIME” (“Life of Crime”), de 2013, ela
interpreta Mickey, esposa de Frank Dawson (Tim Robbins), um empresário
milionário arrogante, embusteiro e mulherengo. Além de tratar a esposa como
lixo, ele esconde dela uma conta secreta num paraíso fiscal. Milhões de dólares
desviados em falcatruas diversas. Habituado a ostentar, Mickey atrai a atenção
de dois marginais, Louis (John Hawkes) e Ordel Robbie (Mos Def), que acabam
sequestrando Mickey e pedem a Frank, como resgate, nada menos do que 1 milhão
de dólares. Só que a negociação não dá certo, primeiro porque, dois dias antes,
Frank havia assinado os papéis do divórcio. Segundo, ao negociar com os
sequestradores, Frank estava ao lado de sua amante Melanie (Isla Fisher), à
qual havia prometido casamento. A confusão está armada, com direito a uma
reviravolta inesperada e surpreendente no final. O roteiro foi baseado em romance
de Elmore Leonard, um dos melhores escritores de livros policiais da
atualidade. Sem dúvida, um ótimo entretenimento.
sexta-feira, 31 de outubro de 2014
quinta-feira, 30 de outubro de 2014
“THE HOMESMAN”
(ainda sem tradução por aqui) é o terceiro filme dirigido pelo ator Tommy Lee
Jones. Estreou no Festival de Cannes 2014, concorrendo à Palma de Ouro. Talvez seja indicado para disputar algumas categorias do Oscar 2015. Não que seja um grande
filme. Quem sabe concorra aos prêmios de Melhor Atriz (Hilary Swank) e Melhor Ator
(Tommy Lee Jones), no máximo. A história, baseada no livro “The Chariot of the
Damned”, de Glendon Swarthout, é ambientada em 1854, portanto, no tempo das
diligências. Numa comunidade de fazendeiros no interior do Nebraska, três
mulheres casadas perdem a sanidade de uma hora para outra, tornando-se um
estorvo para seus maridos fazendeiros. Como não havia hospitais psiquiátricos naquela
época, o trio tem de ser levado para Iowa, onde Altha Carter (Meryl Streep),
esposa do pastor local, aceitou acolhê-las e tratá-las. Como não tem marido ou
filhos, a solteirona Mary Bee Cuddy (Hilary Swank) é escolhida pela comunidade
para conduzir as mulheres até Iowa, numa viagem de pelo menos seis semanas de
duração. Durante os preparativos, Mary conhece George Biggs (Tommy
Lee Jones), um bêbado desertor do exército que topa acompanhá-la. O filme quase
inteiro é dedicado a mostrar essa viagem cheia de dificuldades e perigos, entre
os quais os índios e o rigoroso inverno, além, claro, do sufoco que é cuidar de
três mulheres completamente fora de sintonia. O elenco conta ainda com John
Lithgow, James Spader, Sonja Richter, Hailee Steinfeld, Miranda Otto e Graça
Gummer.
quarta-feira, 29 de outubro de 2014
“O DISCÍPULO” (“Lärjungen”),
2013, é um ótimo drama finlandês. A história é inteiramente ambientada na Ilha Lagskär, no
Mar Báltico. Hasselbond (Nicklas Groudstroem) é o responsável pelo farol existente
na ilha. Ele mora com a mulher Dorrit (Amanda Ooms) e um casal de filhos, Emma
e Gustav. Hasselbond é bastante rígido – e muitas vezes violento – com a
família. A rotina é quebrada quando chega à ilha o jovem Karl Berg (Erik
Lönngren), enviado do continente para cumprir o papel de assistente do
faroleiro e aprender o ofício. Criado num orfanato, Karl vê em Hasselbond o pai
que nunca teve e se esforça ao máximo para agradá-lo. O faroleiro titular acaba
adotando Karl como se fosse seu próprio filho, atraindo o ciúme de Gustav
(Patrik Kumpulainen). Aliás, a família guarda a sete chaves um segredo
envolvendo um filho que já morreu e que era o xodó de Hasselbond. Apesar dos
conflitos familiares, a diretora Ulrika Bengts soube amenizar o clima pesado
com alguma sensibilidade, principalmente no que se refere ao relacionamento de Karl com a sofrida e submissa Dorrit. Ulrika também soube explorar, com uma excelente fotografia, o cenário esplendoroso da ilha. O filme estreou em agosto de 2013 no Montreal World
Film Festival e representou a Finlândia no Oscar 2014 de Melhor Filme
Estrangeiro. Um filme que merece ser conferido.
terça-feira, 28 de outubro de 2014
“KAREN CHORA NO ÔNIBUS” (“Karen
Llora em un Bus”), 2010, é um drama colombiano que conta a história de Karen
(Ángela Carriozosa Aparício), que tenta organizar sua nova vida depois de um
casamento de 10 anos com Mário (Edgar Alexen). Ela decidiu se separar e agora quer
seguir o seu próprio caminho, sem depender mais do dinheiro do marido e começando por tentar arrumar um emprego. Só que tem um
problema: ela nunca trabalhou e não tem nenhuma qualificação profissional. Fica
ainda mais difícil pelo fato de ter passado dos 30. Mesmo morando num pardieiro
cheio de baratas e sem água quente no chuveiro coletivo, além de não ter
dinheiro nem para comer, ela recusa o convite da mãe para voltar a morar em sua
antiga casa. O ex-marido ainda tenta uma reaproximação, mas Karen também
recusa. São as únicas atitudes que ainda lhe restam do seu orgulho. Para conseguir dinheiro para comer, ela adota certas atitudes humilhantes. Com a ajuda de sua nova amiga Patrícia (María Angélica
Sánchez) e de um namorado, Karen tentará dar a volta por cima e recomeçar. Apesar
do título estranho (refere-se à cena inicial do filme, quando Karen aparece
chorando num ônibus), o filme é bastante interessante, valorizado pelo surpreendente
desempenho da atriz estreante Ángela Carriozosa no papel principal. Dirigido
pelo também estreante Gabriel Rojas, o filme foi lançado no Festival de Cinema
de Berlim/2011 e exibido em vários festivais pelo mundo afora. A crítica ficou
dividida: uns elogiaram, outros não gostaram. Em casos como esse, é melhor
assistir e tirar suas próprias conclusões.
segunda-feira, 27 de outubro de 2014
“FUGA PELA VIDA”
(“La Proie”), 2011, dirigido por Eric Valette, é mais um bom policial francês,
embora exageradamente trágico e com um final sentimentalóide demais, mas conta com
todos os clichês do gênero: tem muita ação, pancadaria, tiros e perseguições.
Trata-se da história de Franck Adrien (Albert Dupontel, de “Uma Juíza sem Juízo”),
que assaltou um banco e agora está preso. Só ele e sua mulher Anna (Caterina
Murino) sabem onde está escondido o dinheiro roubado. Seu companheiro de cela é
Jean-Louis Maurel (Stéphane Debac), preso por ter estuprado uma adolescente. Quando
outros presos tentam matar Jean-Louis, Franck sai em sua defesa e, depois da
briga, pega mais seis meses de cana. Jean-Louis é solto por causa de um
depoimento comprado, e, em liberdade, vai voltar à ativa. Logo depois, Franck consegue fugir aproveitando-se de uma confusão.
A detetive Claire Linné (Alice Taglioni, de “Paris-Manhattan”) é encarregada de
chefiar a caçada ao fugitivo, que, para piorar, agora é acusado de assassinatos
que não cometeu. No fim, é claro, a verdade prevalecerá. Mas até lá o
personagem de Franck vai sofrer na pele – e nos ossos – todo tipo de dor. Durante
o filme inteiro, ele é espancado, torturado (o tímpano direito é perfurado com
uma chave de fenda) e baleado várias vezes. Como John McClane, personagem de
Bruce Willis, Franck também é “Duro de Matar”.
“O DESPERTAR DOS DEUSES” (“Prisioners of the Sun”), EUA, 2013, é um filme de aventura e ação dirigido
por Roger Christian. A história é mirabolante: grupo de arqueólogos está no deserto
do Egito à procura da pirâmide da princesa Amanphur. Por um incrível golpe de
sorte, uma violenta tempestade de areia simplesmente faz emergir a pirâmide.
Apesar de toda lenda de perigos e maldições, é formada uma expedição, chefiada
pelo Professor Hayden Masterton (John Rhys Davies), para explorar o interior da
pirâmide. Em determinado dia e hora, segundo os hieróglifos, uma conjunção de
estrelas fará com que uma luz penetre a pirâmide para revelar os seus segredos.
O filme tem todos os clichês dos filmes do gênero: superstições, lendas
egípcias, tesouros escondidos, armadilhas, sustos, romance, vilões, múmias que
revivem etc. Lançado no Brasil diretamente em DVD, o filme tem no elenco, além de
John Rhys, David Charvet, Emily Holmes, Carmen Chaplin (neta do gênio), Nick
Moran e Joss Ackland. Bom programa para uma sessão da tarde.
domingo, 26 de outubro de 2014
“ELDORADO - EM BUSCA DA CIDADE
DO OURO” (“Eldorado - City of the Gold”), 2010, EUA, direção de Terry Cunninghan, é
um filme de aventuras na linha Indiana Jones e outros do gênero. Não tão bom, mas
é bem produzido, a história é legal e, o que é mais importante
nesses filmes, tem bastante ação. Enfim, um bom programa para uma sessão da
tarde. Aqui, o herói é o arqueólogo Jack Wilder (Shane West), que, juntamente
com os parceiros aventureiros Maria (Natalie Martinez) e Gordon (Elson Henson),
segue algumas evidências arqueológicas que dão conta da existência da cidade lendária
de Eldorado, no Peru, conhecida também como a “Cidade do Ouro”. Só que eles não
estão sozinhos nessa busca. O time de bandidos conta com um mercenário sádico contratado
por gente de Wall Street, um general do exército peruano corrupto e ainda um
poderoso traficante de drogas, todos a fim de roubar o ouro dos peruanos. O filme
é bastante movimentado do começo ao fim. O aspecto negativo é o ator Shane West, excessivamente
canastrão e péssimo ator, muito longe – a anos-luz – de Harrison Ford, por
exemplo. Em compensação, a atriz Natalie Martinez, descendente de cubanos, esbanja
beleza, charme e gostosura. Certamente, logo estará na fila para ser a nova
Jennifer Lopez ou Salma Hayek de Hollywood. Importante salientar que o filme é
o segundo episódio da série “Eldorado”, sendo que o primeiro é “Eldorado - Em
Busca do Templo Perdido”, ambos produzidos em 2010. Dá pra ver os dois, um após
o outro, sem dar sono.
“JIMMY P.”,
2013, co-produção França/EUA, é o primeiro filme dirigido pelo francês Arnaud
Desplechin em língua inglesa. A história é baseada no livro “Reality and Dream:
Psychotherapy of a Plains Indian”, escrito em 1951 pelo psicólogo e antropólogo
húngaro Georges Devereux. (seu verdadeiro nome era György Dobó, mas ele mudou por
admirar a cultura francesa). A história é baseada nos fatos reais que
envolveram o índio norte-americano Jimmy “Blackfoot” Picardi e Devereux. Ambientado em 1948, o
filme começa com Jimmy (Benício Del Toro) se queixando de fortes dores de
cabeça, perda de audição e cegueira temporária. Ele é internado num hospital
militar no Kansas e uma junta médica, após rigorosos e detalhados exames, não
encontra nenhum problema fisiológico. Os médicos acreditam que ele deve estar
sofrendo algum trauma psicológico por ter sido ferido na cabeça durante a 2ª Grande
Guerra. Até aventam a hipótese de esquizofrenia. O psicólogo Devereux (Mathieu
Amalric), que também é especialista em culturas indígenas, é contratado para acompanhar
o caso de Jimmy. A partir da chegada de Deveraux ao hospital, o filme se
arrasta nas intermináveis – e muitas vezes enfadonhas - conversas entre ele e
Jimmy. O forte sotaque dos dois também pode causar irritação: de um lado, o indígena de Jimmy e, do outro, o húngaro de Deveraux (dá pra imaginar como se comunicavam...). O psicólogo
chegará à conclusão de que os problemas de Jimmy remontam a um período bem anterior à 2ª Guerra. O filme é mais interessante do que bom e deve interessar
principalmente aos estudantes de Psicologia.
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