“15
MINUTOS DE GUERRA” (L’ INTERVENTION”), 2018, França, 1h38m, roteiro
e direção de Fred Grivois. A história, baseada em fatos reais, é ambientada em fevereiro
de 1976 na então colônia francesa de Djibut, na África Oriental. Terroristas
somalianos – a Somália faz fronteira com Djibut – sequestram, na capital Djibut
(mesmo nome do país), 21 crianças francesas que ocupavam um ônibus que as
levaria para a escola. Sua intenção era atravessar a fronteira, ingressar na
Somália e depois exigir da França a soltura de somalianos presos por atos
terroristas. Ao chegar perto da fronteira, porém, o ônibus encalha num banco de
areia. As forças armadas francesas cercam o local, mas não conseguem impedir
que Jane Anderson (a bela atriz ucraniana Olga Kurylenko), professora das
crianças, entre no ônibus para tentar salvá-las. Acaba também como refém. Diante
da situação caótica, o governo francês envia para Djibut uma força especial do
Groupe D’ Intervention de La Gendarmerie Nationale (GIGN) comandada pelo
capitão André Gerval (Alban Renoir). São homens treinados para atuar em missões
anti-terroristas e a reagir em situações com reféns, tanto na França como em
qualquer outro lugar do mundo. André e seus homens querem acabar logo com os
terroristas, mas o governo da França impede que eles entrem em ação antes de
tentar um acordo diplomático com a governo da Somália. Só que a tensão aumenta
quando chega a informação de que um ônibus estaria vindo da Somália para levar as crianças para o outro lado da fronteira. Aí
não dá mais para esperar. André Gerval resolve planejar e executar a missão de
resgate das crianças, tomando cuidado para que elas não sejam alvejadas. A
tensão domina o filme inteiro e o desfecho conta com ótimas cenas de ação,
muito bem executadas pelo diretor Grivois. O filme revela-se mais interessante
ainda por recordar uma história que estava esquecida no tempo. Recomendo!
sábado, 1 de junho de 2019
sexta-feira, 31 de maio de 2019
“NO
PORTAL DA ETERNIDADE” (“AT ETERNITY’S GATE” – embora seja uma produção
francesa, o título original ficou em inglês), 2018, direção e roteiro do
cineasta norte-americano Julian Schnabel. A história, baseada em fatos reais,
acompanha os dois últimos anos de vida do pintor holandês Vincent Van Gogh
(Willem Dafoe), ou seja, a partir de 1888 até sua morte em 1890. Com seu
trabalho rejeitado por grande parte das galerias de arte de Paris, Van Gogh, a
conselho de seu amigo e mentor Paul Gauguin (Oscar Isaac), segue para o sul da
França, mais especificamente para as aldeias de Arles e Auvers-Sur-Oise – suas despesas
eram bancadas por seu irmão Theo Van Gogh (Rupert Friend). Em contato direto
com a Natureza, o pintor holandês viverá o seu período mais prolífico, quando
criou inúmeras obras importantes. Ao mesmo tempo, porém, começará a apresentar
sintomas de demência e depressão, fatores que o levaram a cortar a própria orelha.
A arte de Van Gogh só seria reconhecida muitos anos após sua morte – o pintor
morreu na pobreza. O diretor Julian Schnabel, que além de cineasta é um
renomado pintor, reconhecido como um dos mais importantes nomes do
neo-expressionismo atual, fez questão de explicar a arte e o pensamento de Van
Gogh através de longos e esclarecedores diálogos principalmente com seu amigo Paul Gauguin, com
o dr. Paul Gachet (Mathieu Amalric), seu médico no sanatório, e ainda com o
padre (Mads Mikkelsen) responsável por sua avaliação psicológica. Como podem
perceber, um elenco de luxo, que conta ainda com Niels Arestrup, Lolita
Chammah, Vincent Perez, Emmanuelle Seigner e Anne Consigny. Lembro ainda que
Schnabel também dirigiu filmes importantes como “O Escafandro e a Borboleta”,
“Antes do Anoitecer”, “Miral” e Basquiat – Traços de Uma Vida”. No caso de “No
Portal da Eternidade”, Schnabel talvez tenha realizado o melhor e mais interessante filme sobre o
famoso e polêmico pintor holandês. Imperdível!
quinta-feira, 30 de maio de 2019
“BIGGER
– THE JOE WEIDER STORY” (o filme não chegou até aqui e, portanto,
ainda não há uma tradução para o título), 2018, EUA, 108 minutos, direção de
George Gallo, com roteiro do próprio com a colaboração de Ellen Brown Furman,
Brad Furman e Andy Weiss. Afinal, quem é esse tal de Joe Weider? Pois foi ele,
ao lado do irmão Ben Weider, quem criou o movimento de fisiculturismo e a
prática do fitness. Foi ainda um dos pioneiros na montagem de academias de
ginástica, além de fundador da Federação Internacional de Fisicultura e Fitness
(IFBB). Joe Weider ficaria ainda mais conhecido por ter descoberto e levado
para os Estados Unidos, no início dos anos 70, o austríaco Arnold Schwarzeneger
para competir no “Mr. Olympia”, famosa competição internacional de
fisiculturismo. Schwarzeneger ganhou e poucos anos depois estava em Hollywood. “Bigger”
acompanha a trajetória dos irmãos Weider desde os anos 40, quando moravam com a
família de poucos recursos em Montreal (Canadá). Ainda jovens, foram para Nova
Iorque atrás de novas oportunidades de trabalho. Joe resolveu editar uma
revista sobre fisiculturismo e logo se transformou num grande empresário, uma
verdadeira celebridade no mundo dos negócios e dos esportes. “Bigger” conta toda essa incrível história de pioneirismo
e empreendedorismo. O elenco conta com Tyler Hoechlin (Joe Weider), Aneurin
Barnard (Ben Weider), a estonteante Julianne Hough (Betty Weider), Kevin Durand
(Bill Hauk) e Calum Von Moger (Schwarzeneger), australiano eleito Mr. Universo
em 2014. Embora com alguma maquiagem, a semelhança com o jovem Schwarzeneger é impressionante.
Enfim, o filme é ótimo, tem uma primorosa recriação de época e, repito, uma
história bastante interessante que vale a pena ser conhecida.
terça-feira, 28 de maio de 2019
“O
PESO DO PASSADO” (“Destroyer”), 2018, Estados Unidos, 2h3m,
roteiro de Phil Hay e Matt Manfredi, direção de Karyn Kusama (diretora de
origem japonesa nascida no Tio Sam, conhecida por ter assinado filmes como “Aeon
Flux”, “Boa de Briga” e “Garota Infernal” – fracos, aliás). “O Peso do Passado”
conta a história de Erin Bell (Nicole Kidman), uma policial veterana que não consegue
se livrar de um trauma do passado. Vive bêbada e sua aparência é tão horrível
que lembra mais um zumbi (uma Nicole Kidman transfigurada como nunca se viu). Quando
ainda era uma novata na polícia, ela conseguiu se infiltrar numa gangue de
assaltantes de banco juntamente com seu parceiro Chris (Sebastian Stan). Num
dos assaltos em que eles também participariam, a coisa foge do controle e acaba
em tragédia, culminando com a descoberta, pelos bandidos, das suas verdadeiras identidades.
Dezoito anos depois, ainda traumatizada por aquele episódio trágico, Erin recebe
a informação de que Silas (Toby Kebbell), o antigo chefe da gangue, voltou a
agir. Pronto, ela fica obcecada por se vingar e vai atrás dele e de seus
comparsas. Em meio à investigação, Erin ainda enfrenta problemas com sua filha
adolescente, Shelby (Jade Pettyjohn), de 16 anos, que insiste em namorar um
tipo marginal. Li que o filme foi feito para Nicole ganhar seu segundo Oscar (o
primeiro foi por “As Horas”, em 2002). Vamos aguardar... De qualquer forma, é realmente Nicole quem carrega o filme nas costas.
domingo, 26 de maio de 2019
“CAFARNAUM”
(“CAPHARNAÜM”), 2018, Líbano, duração de duas horas, terceiro
longa-metragem escrito e dirigido por Nadine Labaki. Impactante drama centrado no
garoto Zain (Zain Al Rafeea), de 12 anos, que mora com a numerosa família num
subúrbio de Beirute, onde o cenário é de grande pobreza, com desempregados, crianças
famintas, bebês abandonados e refugiados numa situação de miséria. A diretora
Labaki não economizou no drama e no realismo, mas conseguiu realizar um filme muito sensível e comovente. Logo que sua irmã preferida Sahar (Haia Izzan), de apenas
11 anos, é prometida e entregue para casar com um homem muito mais velho, Zain
se revolta e resolve sair de casa. Passa a morar nas ruas. É quando conhece
Rahil (Yordanos Shiferaw), uma refugiada etíope que mora com o filho num
casebre caindo aos pedaços num bairro onde vivem centenas de imigrantes
ilegais. Para Rahil trabalhar como faxineira num parque de diversões, Zain se
oferece para cuidar do bebê e ajudar no sustento de mãe e filho. Um dia, porém,
ao realizar uma visita à família que abandonou, Zain recebe uma trágica notícia
que o fará tomar uma atitude extrema, sendo preso, julgado e condenado por
cinco anos – lá no Líbano, a lei é dura para menores infratores. Lançado durante
a programação oficial do 71º Festival de Cannes, “Cafarnaum” disputou a Palma
de Ouro e conquistou o Prêmio do Júri. Ganhou ainda o Prêmio de Melhor Filme
Estrangeiro no “César” (o Oscar francês), o Prêmio de Público da 42ª Mostra
Internacional de Cinema de São Paulo, além de ter sido indicado ao Oscar 2019
como Melhor Filme Estrangeiro, ficando entre os cinco finalistas. Mais um belo
filme da cineasta e atriz libanesa Nadine Labaki (além de competente, é
linda – ela aparece no filme como a advogada de Zain), que já havia nos
brindado com pequenas obras-primas como “Caramelo” (2007) e “E Agora, Onde Vamos?”
(2011). Informação adicional: Cafarnaum era uma cidade bíblica que ficava na
margem norte do Mar da Galileia. “Cafarnaum” é mais um filme para se escrever
IMPERDÍVEL com letras maiúsculas. E exclamar: “Viva o Cinema!”.
Assinar:
Postagens (Atom)