quarta-feira, 12 de julho de 2017

“DRONE”, Canadá, 2017, escrito e dirigido por Jason Bourque (“Black Fly”). Trata-se de um suspense que explora um tema dos mais atuais: a utilização de drones para fins militares. No caso, aviões que lançam mísseis para eliminar terroristas. Neil Winstin (Sean Bean, de “Senhor dos Anéis” e “Game of Thrones”) é contratado pela CIA para operar esses drones. Ele mora num pacato subúrbio de classe média alta em Washington com a esposa Ellen (Mary McCormack) e o filho Shane (Maxwell Haynes). Neil mantém em segredo sua atividade. Ele diz para a família, amigos e vizinhos, que trabalha numa empresa de computação. Certo dia, aparece um sujeito chamado Imir Shaw (Patrick Sabong, de “Uma Noite no Museu 3”), interessado em comprar o barco que pertencia ao pai de Neil, recentemente falecido. O espectador logo percebe que o homem misterioso, que se identificou como paquistanês em viagem a trabalho nos EUA, está escondendo uma segunda intenção, claramente relacionada com o lançamento de um míssel numa cidade do Paquistão e que ocasionou a morte de alguns civis. É melhor ficar por aqui para não estragar o desfecho. O filme não é ruim, mantém um bom ritmo de suspense e tensão, mas poderia ter um final mais bem elaborado. Vale para uma sessão da tarde.                                                

domingo, 9 de julho de 2017

Vencedor do Prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Berlim 2014, o drama alemão “14 ESTAÇÕES DE MARIA” (“KREUZWEG”) foi escrito e dirigido por Dietrich Brüggeman (“Corra se puder”). O enredo segue a trajetória de Maria (Lea van Acken), uma garota de 14 anos criada por uma família católica conservadora. Dividida em 14 segmentos que lembram as estações da Via-Crúcis de Jesus Cristo antes da ser crucificado (o título original "Kreuzweg" significa Via-Crúcis), a história apresenta Maria como uma garota de muita fé e obediente aos preceitos da religião católica. Ela segue as orientações do Padre Weber (Florian Stetter), de uma congregação que prefere seguir uma linha mais rígida, ao contrário da abertura estimulada pelo Concílio Vaticano II. A comunidade onde vive Maria não aceita, por exemplo, músicas gospel ou soul, consideradas obras satânicas. O melhor exemplo de fanatismo religioso, porém, vem da própria mãe de Maria, interpretada pela excelente Franziska Weisz. Cada um dos segmentos foi filmado com a câmera estática, com os atores se movimentando dentro do quadro, numa concepção que lembra muito um espetáculo teatral. O filme é bastante verborrágico. No primeiro segmento, por exemplo, num curso preparatório para a Crisma, o padre Weber fala sem parar durante 15 minutos, durante os quais destaca alguns dos principais preceitos da Igreja Católica para um grupo de crianças. Trata-se de um filme não muito fácil de digerir, um tanto pesado, mas, sem dúvida, um excelente trabalho de roteiro, direção e fotografia.