quinta-feira, 9 de novembro de 2023

 

“CRIME EM HOLLYWOOD” (“LAST LOOKS”), 2022, coprodução Inglaterra/EUA, em destaque na Netflix, 1h50m, direção do cineasta inglês Tim Kirkby, seguindo roteiro do escritor Howard Michael Gould, que o adaptou do seu próprio livro “Last Looks”, de 2019. A história, contada com muito humor, é centrada no detetive Charlie Waldo (Charlie Hunnam), que abandonou o Departamento de Polícia de Los Angeles depois que prendeu um sujeito que mais tarde foi considerado inocente. Waldo se transformou numa “persona non grata” no meio policial e resolveu se isolar na floresta, morando em um trailer imundo com seu bicho de estimação, uma galinha. Três anos depois ele é procurado por Lorena (a atriz brasileira Morena Baccarin), uma antiga namorada e detetive particular, que lhe oferece um trabalho especial, ou seja, investigar a morte da esposa de Alastair Pinch (Mel Gibson), um astro da TV que é acusado do assassinato. De início, Waldo recusou a tarefa, mas topou depois de ser espancado por uma turma da pesada que o ameaçou de morte caso aceite o caso. Waldo vai para Los Angeles e começa o seu trabalho, para o qual recebe a ajuda do principal suspeito, o astro Alastair Pinch. Para cercar todas as possibilidades, Waldo visita o estúdio de TV onde Pinch trabalha e ainda a escola onde sua filha estuda. Entre idas e vindas, além de algumas reviravoltas, o detetive finalmente esclarece o mistério. A estética do filme resgata o estilo noir dos filmes policiais de Hollywood nos anos 40 e 50. Claro que Hunnam não é e nem chega perto dos astros Robert Mitchum e Humphrey Bogart, só para citar dois dos atores que se consagraram no gênero, hoje chamado “neo noir” quando a história é ambientada nos dias atuais, como é o caso de “Crime em Hollywood”, que conta ainda no elenco com Clancy Brown, Rupert Friend, Dominic Monaghan e Lucy Fry. Para quem gosta do gênero, trata-se de um filme que pode agradar. Eu gostei.         

terça-feira, 7 de novembro de 2023

 

“NYAD”, 2023, Estados Unidos, 2h01m, produção original e distribuição Netflix, direção de Jimmy Chin e Elizabeth Chai Vasarhelyi (casal mais conhecido por dirigir documentários de esportes radicais), seguindo roteiro assinado por Julia Fox. Só a história vale o filme, ou seja, a incrível trajetória da norte-americana Diana Nyad como nadadora de longas distâncias no mar, que, aos 64 anos, em 2014, nadou cerca de 170 quilômetros entre Cuba e a Flórida, sendo a primeira atleta a vencer essa distância. A história de Nyad começa na infância, quando era uma promissora nadadora em piscinas. Mais tarde, resolveu participar de competições em mar aberto, cumprindo longas distâncias e batendo vários recordes mundiais, como as travessias do Lago Ontário, no Canadá, e da Baía de Nápoles, na Itália. Em 1978, aos 28 anos, ela tentaria vencer o seu mais sonhado desafio: nadar de Cuba até a Flórida. Não conseguiu. Ela então resolveu parar de nadar e passou a escrever livros, fazer reportagens e palestras motivacionais. Em 2010, aos 60 anos, ela voltou a tentar cumprir novamente o trajeto. Também não conseguiu. E assim foi ela tentando até concretizar o seu sonho na quinta tentativa, aos 64 anos, desafiando novamente o mar revolto, águas-vivas venenosas e tubarões, tudo isso sem a gaiola protetora contra tubarões. Ela nadou durante 53 horas. O filme mostra os bastidores dessa incrível jornada de coragem e persistência, com roteiro baseado no livro biográfico da nadadora, “Find a Way”. Como isso só não bastasse, “Nyad” ainda tem como trunfo o sensacional desempenho da atriz Annette Bening, já considerada a grande favorita para o Oscar 2024 de Melhor Atriz. Realmente, sua atuação é impressionante, notadamente quando assume os trejeitos masculinos de Nyad, homossexual assumida. Mas não é só. Ainda tem a seu lado a ótima Jodie Foster, voltando às telas no papel de Bonnie Stoll, a melhor amiga e treinadora de Nyad. Não ficaria surpreso se Jodie também acabe indicada ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante. Também estão no elenco Rhys Ifans, Anna Harriette Pittman, Luke Cosgrove e Karly Rothenberg. Trocando em miúdos, “Nyad” é sensacional, simplesmente imperdível!