“SONG ONE”, 2014,
roteiro e direção de Kate Barker-Froyland, é um drama romântico com um
altíssimo nível de água com açúcar. A história: enquanto estudava tribos
nômades no Marrocos para um trabalho de doutorado, a antropóloga Franny (Anne
Hathaway) recebe um telefonema da mãe Karen (Mary Steenburgen) com a notícia de
que seu irmão mais novo Henry (Ben Rosenfield) tinha sido atropelado e está internado
em coma. Franny retorna imediatamente para casa. Numa espiada no quarto de Ben,
ela acha um diário e ainda vários cartazes e CD’s de um cantor chamado James
Forester, o ídolo musical do irmão. Além de peregrinar pelos locais preferidos
de Ben descritos no diário, Franny resolve também conhecer o tal James Forester
(o ator sul-africano Johnny Flynn), que, por coincidência, estava fazendo uns
shows na cidade. Ela acha um ingresso dentro do diário de Ben e vai assistir ao
show com o intuito de conhecê-lo. É fácil adivinhar o que vai acontecer entre os dois. O filme é recheado
de números musicais, grande parte deles do chamado “Folk Music” ou “Folk Rock”.
Qualquer que seja a denominação certa, as músicas são chatérrimas, violão e voz,
incluindo de vez em quando, para piorar, aqueles falsetes irritantes. Na parte
musical, de interessante mesmo só a apresentação de um cantor barbudo interpretando
“O Leãozinho” (Caetano Veloso) em português. O filme é indicado apenas para aqueles românticos incuráveis que não tenham problemas com diabete, pois é açucarado demais.
sábado, 28 de fevereiro de 2015
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015
“O REI ELEFANTE” (“The Elephant King”), co-produção EUA/Tailândia de 2006, direção
de Seth Grossman. Que eu me lembre, passou em branco por aqui esse drama
ambientado quase que inteiramente na Tailândia. O jovem Jake (Jonno Roberts)
enfrenta problemas com a justiça norte-americana e consegue fugir – o filme não
explica como - para a Tailândia. Sua mãe, Diana Hunt (Ellen Burstyn), quer que o
filho volte para casa, mesmo correndo o risco de ser preso. Jake está feliz na
Tailândia, ganhando um troco nas lutas vale-tudo e vendendo – e consumindo também
- maconha. Ele mora numa espécie de pousada com piscina olímpica (???) e namora
uma bela nativa, Lek (Florence Faivre). Diana envia o filho mais novo, o tímido
Oliver (Tate Ellington), para o país asiático com o intuito de convencer o
irmão a retornar para casa. Quando chega à Tailândia, porém, Oliver deixa a timidez de lado e, levado pelo irmão, cai na gandaia. Durante uma farra, Jake compra um elefante e o leva para a pousada. Trata-se da única, infeliz e inexplicável associação com o título do filme. Oliver se apaixona por Lek, e vice-versa, e
Jake fica transtornado. A situação abala a relação entre os irmãos. Como já dá
para perceber, a história é fraca e o filme desanda de vez em sua segunda
metade, culminando com um final trágico e, ao mesmo tempo, constrangedor. Embora
apareça com destaque no material de divulgação do filme, Ellen Burstyn tem uma
participação mínima, quase uma ponta. A grande atriz, de tantos papeis
memoráveis em ótimos filmes como “Réquiem para um Sonho”, “Alice não Mora mais
Aqui” e “O Exorcista”, entre tantos outros, não merecia estar associada a um
filme tão medíocre. Dessa forma, mesmo com a presença de Ellen, fica difícil
recomendar.
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015
“LA PETITE REINE”, França, 2014, direção
de Alexis Durant-Brault (de “Carona Sinistra”), conta o drama, baseado em fatos
reais, vivido pela ciclista canadense Geneviève Jeanson. Um fenômeno na
modalidade, desde que surgiu, aos 16 anos, atleta olímpica e grande orgulho do
Canadá, ela teve um triste final de carreira, eliminada das competições por uso
de doping. O caso veio à tona em 2008, quando o médico Maurice Duquette, de
Quebec, admitiu ter fornecido o medicamento EPO para a atleta, com a
concordância do treinador Andre Abut. Ambos foram banidos do esporte e também
proibidos de exercer suas funções. Geneviève foi suspensa pela Federação de Ciclismo de Quebec por 10 anos e
resolveu abandonar as pistas. No filme, a ciclista é Julie Arseneau (a atriz
canadense Laurence Leboeuf) e o técnico é JP (Patrice Robitaille). O filme mostra o esforço da
ciclista nos treinamentos e a pressão psicológica exercida pelo técnico para
ela conseguir cada vez mais vitórias. Ele visava, claro, o dinheiro que vinha
dos prêmios e dos patrocinadores. Grande parte desse dinheiro ia para o seu
bolso. Por isso, incentivava Julie a se dopar cada vez mais. Enfim, o técnico
era um mau-caráter de marca maior. O filme trata Julie como vítima, o que não
deixa de ter sido, mas ela era adulta o suficiente para saber que estava fazendo
tudo errado, inclusive quando ia para a cama com ele. Muita gente não conhece a história dessa jovem atleta e como o doping pode encerrar carreiras tão promissoras. O filme é muito bem feito e merece ser visto, principalmente por quem curte temas ligados ao esporte.
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015
“LAR DOCE INFERNO” (“Home Sweet Hell”), 2014, direção de Anthony Burns (seu segundo filme), é uma comédia de humor negro com
pitadas de filme trash. A bela
Katherine Heigl é a estrela do filme. A atriz, ótima comediante, interpreta Mona,
a ciumenta, mandona e megera esposa do empresário Don Champagne (Patrick
Wilson), dono de uma loja de móveis e decoração. Além dos atributos acima, Mona
também é severa e exigente demais com os dois filhos, aos quais educa como um
verdadeiro oficial nazista. Mona também é metódica com relação a fazer sexo com
o marido. Quando este chega “animado”, ela lembra que só vai fazer sexo no dia
9, conforme está estipulado em sua agenda. Marido fiel, Don encara o jejum
forçado como coisas do casamento, pelo menos até a chegada de uma nova
vendedora à sua loja. A jovem e sedutora Dusty (a atriz panamenha Jordana Brewster)
vai fazer com que Don reveja seus conceitos com relação à fidelidade. É claro
que a situação acabará se complicando, pois Dusty parece não ser apenas uma mulher
fogosa sedenta por sexo. Mona acaba descobrindo o caso e aí seu lado psicótico
vai aflorar de uma forma terrível. O filme começa como uma comédia normal, vira
humor negro e acaba num trash
sanguinolento. Pena que o desfecho é abrupto demais, dando a sensação de que
vem parte II por aí, embora o filme não mereça tanto. Um destaque a ser
mencionado é a presença do sumido ator Jim Belushi no elenco. Como
entretenimento, até que funciona.
domingo, 22 de fevereiro de 2015
“MARVELLOUS”, 2014, Reino Unido, é um telefilme produzido e exibido pela BBC Two.
Tomara que chegue por aqui, nem que seja por intermédio de alguma emissora de
TV. O filme é ótimo. Conta a história verdadeira de Neil Baldwin (Toby Jones),
o “Nello”, um sujeito limitado pelo seu retardo mental e que se transformou numa
figura folclórica e querida por todos na cidade de Westlands, na Inglaterra.
Durante algum tempo, “Nello” trabalhou como palhaço num circo. Depois de perder
o emprego, voltou para a casa da mãe, Mary (Gemma Jones), que a essa altura já estava
bastante doente. Preocupada com o futuro do filho, Mary levou-o a uma agência
de empregos. Ele não aceitou nenhuma sugestão. Queria, porque queria, ser
reverendo ou técnico de futebol. A cena é hilariante. Com sua ingenuidade e carisma, “Nello”
foi fazendo amigos tanto na Universidade de Keele, onde ficava na entrada do
prédio dando as boas-vindas aos novos alunos, como na Igreja local, onde
costumava conversar com os padres. Mas foi no clube de futebol Stoke City que
ele faria o sucesso que o tornou quase que uma celebridade. Quando Lou Macari
(Tony Curran) assumiu como técnico do time, que na época disputava a 2ª Divisão
– hoje está na Premier League -, convidou “Nello” para ser o roupeiro da equipe.
No vestiário, durante as preleções do técnico antes das partidas, “Nello”
aparecia com alguma fantasia e sempre animava o ambiente, aliviando a tensão
dos jogadores. Macari passou a acreditar que “Nello” era um fator motivacional
importante para o time. O roteirista Peter Bowker e o diretor Julian Farino
form muito felizes em colocar o verdadeiro Neil Baldwin contracenando com Toby
Jones, um recurso que nem sempre dá certo, mas neste caso ficou muito bom. A história de “Nello” é uma lição de vida e de superação. Um filme tocante, sensível
e muito comovente.
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