sábado, 20 de março de 2021

 

“MOMENTUM”, 2015, coprodução Estados Unidos/África do Sul, 1h36m, direção de Stephen Camanelli, seguindo roteiro escrito por Debra Sullivan e Adam Marcus. Só para esclarecer antes de começar o comentário: originária do latim, a palavra “Momentum” quer dizer impulso, ímpeto, força, pique. Trata-se, portanto, de um filme de ação com uma história mirabolante dentro de um enredo um tanto confuso. O filme começa com um assalto a um banco na cidade do Cabo (África do Sul). O objetivo dos assaltantes era roubar diamantes, sem saber que no meio deles havia um dispositivo eletrônico com um vídeo estarrecedor e comprometedor envolvendo um poderoso senador norte-americano (Morgan Freeman, em rápidas aparições). Entre os assaltantes está Alex Farraday (Olga Kurylenko), uma ladra com treinamento militar. Para encontrar quem roubou os diamantes e o tal dispositivo, o senador contrata um ex-agente da CIA e uma equipe de mercenários altamente treinados e violentos. O alvo principal é justamente Alex, que será caçada até o final da história. O filme tem ótimas sequências de ação, com muita pancadaria, tiros e perseguições de carro. Só para lembrar, durante muitos anos o diretor Stephen Campanelli foi operador de câmera daqueles filmes de ação do astro Clint Eastwood. “Momentum” também conta com mais um trunfo: a atriz ucraniana Olga Kurylenko. Além de bonita, competente e versátil, ela costuma arrasar em filmes de ação (veja abaixo uma relação deles), dispensando, em muitos deles, os seus dublês. Outro destaque é o ator inglês James Purefoy, que interpreta o vilão que vai atrás de Alex. Sua atuação é primorosa, alternando sadismo e violência com boas pitadas de humor, principalmente nos diálogos com sua vítima Alex. O elenco conta ainda com Ebby Weyime, Jenna Saras, Lee Reviv, Karl Thaning, Lee-Anne Summers, Daniel Fox, Aidan Whytock, Greg Kriek e Lisa Leonard. Resumo da ópera: “Momentum” é apenas um bom filme de ação que não insulta nossa inteligência. Como prometido, indico alguns filmes com a presença da ótima Olga Kurylenko, os quais vale a pena assistir: "007 - Quantum of Solace", "Oblivion", "Hitman - Assassino 47", "A Mensageira" e o recente "Sentinelle", além de outros mais.                         

quinta-feira, 18 de março de 2021

 

“ALÉM DA REALIDADE” (“WHEN THE BOUGH BREAKS”), 2017 1h47m, Estados Unidos, disponível na Netflix, direção de Jon Cassar, seguindo roteiro escrito por Jack Olsen. Apesar do lamentável título em português (a tradução literal do título original é “Quando o Ramo Quebrar”, que também não tem nada a ver com a história), trata-se de um ótimo suspense. John Taylor (Morris Chestnut) e sua esposa Laura Taylor (Regina Hall) resolvem procurar uma “barriga de aluguel” para gerar um filho através da “fertilização ‘in vitro’". Depois de procurar várias candidatas, eles escolhem a jovem Anna Walsh (Jaz Sinclair). Para conhecê-la melhor, John e Laura convidam a moça para jantar, juntamente com seu namorado, Mike Mitchell (Theo Rossi), um soldado do exército de folga. De cara, John não simpatiza com o comportamento do rapaz e depois diz a Laura que devem cancelar o acordo. Ela, porém, se encantou com o jeito doce e tímido de Anna e convence o marido a fechar o “negócio”, ou seja, firmar um contrato de gestação (proibido no Brasil), o que envolve uma boa soma de dinheiro para a gestante contratada. Dias depois de Anna ser submetida ao procedimento de inseminação, ela é espancada pelo namorado e acaba no hospital. John e Laura resolvem levá-la para sua confortável casa para que ela seja melhor cuidada durante a gestação. Aos poucos, porém, Anna acabará revelando uma personalidade completamente diferente daquela mocinha doce que aparentava ser. A partir daí, o suspense rola solto até o desfecho. Além da história em si e do roteiro bem elaborado, outro trunfo do filme é a atuação dos protagonistas principais, em especial da jovem atriz Jaz Sinclair, que arrasa quando se transforma, de repente, de mocinha carente a uma vilã psicótica. Além disso, ela também dá show quando precisa mostrar seu lado sensual. Resumindo, “Além da Realidade” é um ótimo suspense, prende a atenção do começo ao fim. Entretenimento de primeira!.                   

terça-feira, 16 de março de 2021

 

“FILHOS DE ISTAMBUL” (“KAHITTAN HAYATLAR”), 2020, Turquia, 1h37m, produção original Netflix (estreou na plataforma dia 12 de março de 2021), direção de Can Ulkay e roteiro de Ercan Mehmet Erdem. Mais um dramalhão para fazer chorar, assim como “O Milagre da Cela 7”, outro filme turco da Netflix. Dessa vez, a história é centrada no catador de papel Mehmet (Çagatay Ulusoy), que administra um lixão de um bairro pobre na periferia de Istambul. Ele é muito popular por sua bondade, pois há anos ajuda crianças e adolescentes órfãos e sem teto, dando-lhes emprego e até moradia. Certo dia ele encontra escondido num saco de lixo o garoto Ali (Emir Ali Dogrul), de 8 anos, abandonado pela mãe para evitar que ele continuasse a ser espancado pelo padrasto. Mehmet logo se identificou com o drama do garoto, pois ele mesmo havia passado pela mesma experiência na infância. Dessa forma, acolheu Ali em sua própria moradia, exercendo o papel de um verdadeiro pai. Para aumentar o grau de dramaticidade da história, o roteirista incorporou ao personagem de Mehmet uma doença renal grave, que só um transplante de rim poderá salvá-lo. Até o desfecho, que reserva uma revelação para aumentar ainda mais o nível das lágrimas, o filme acompanha a amizade fraterna entre Mehmet e o garoto, recheada de sequências pra lá de comoventes. Além da bonita história de amor, amizade e solidariedade, o filme apresenta belas imagens da capital turca, principalmente as noturnas. “Filhos de Istambul” emociona e convence como drama social. Um belo filme que merece ser visto.                      

segunda-feira, 15 de março de 2021

 

Tahar Rahim e Roschdy Zem são dois dos melhores e mais atuantes atores do cinema francês. Coincidentemente, são filhos de imigrantes árabes, Rahim de argelinos e Zem de marroquinos. Eles são os principais destaques do drama “O PREÇO DO SUCESSO” (“Le Pris Du Succès”), 2017, França, 1h32m, disponível na plataforma Netflix, direção de Teddy Lussi-Modeste (seu segundo longa), que também assina o roteiro com a colaboração de Rebecca Zlotowski. Tahar Rahim é Brahim Mecheri, um comediante de stand-up em ascensão, um sucesso capaz de arrastar multidões para os seus shows. Mourad Mecheri (Roschdy Zem) é seu irmão e empresário, que sempre se dizia responsável pelo sucesso de Brahim. No auge de sua ascensão, Brahim se apaixona por Linda (Maïwenn Le Besco), com quem pretende se casar. Como Linda não é muçulmana, a família Mecheri, ultraconservadora, nunca apoiou o namoro. Além disso, Brahim começou a se desentender com o irmão, cujo comportamento agressivo chegou ao limite quando ele agrediu Linda. Diante desses problemas, Brahim contratou um novo empresário, o que acabou desgastando ainda mais o relacionamento com Mourad e com sua própria família. “O Preço do Sucesso” estreou, com muitos elogios, na Seção de Apresentações Especiais do Toronto International Film Festival. Quando li que nos créditos havia os nomes de Tahim Rahim e Roschdy Zem, já sabia que o filme era bom. Aliás, ótimo e imperdível!