“SOMBRAS DE UM CRIME” (“MARLOWE”), 2022,
coprodução EUA/Irlanda, 1h49m, em cartaz no Prime Vídeo, direção de Neil Jordan,
que também assina o roteiro com a colaboração de William Monahan. Os romances
policiais norte-americanos escritos nas décadas de 30 e 40 do século passado resultaram,
na mesma época, no surgimento dos chamados filmes noir, gênero que
Hollywood cansou de explorar. “Sombras de um Crime” tenta resgatar esse estilo.
A história, ambientada em 1939 na cidade de Los Angeles, é baseada no livro “A
Loura de Olhos Negros”, de 2014, escrito pelo irlandês John Banville. O
personagem principal é Philip Marlowe (Liam Neeson), detetive particular criado
nos livros escritos por Raymond Chandler (1888-1959), um dos mais importantes
escritores de romances policiais. Em crise de clientes, Marlowe recebe uma
inesperada cliente, a loura femme fatale Clare Cavendish (Diane Kruger),
que contrata o detetive para encontrar seu desaparecido amante, o vigarista
Nico Peterson (François Arnaud). Durante sua investigação, Marlowe terá que se
confrontar com um empresário malandro (Danny Huston), com a própria mãe de
Clare, uma ricaça interpretada por Jessica Lange, e com gente da pior qualidade, incluindo
um rico empresário (Alan Cumming) e uma dupla de traficantes mexicanos. A trama
é complicada, o filme é um tanto lento e cansativo, com exceção da ótima
direção de arte, uma primorosa fotografia – do espanhol Xavi Giménez – e uma caprichada
recriação de época. O ator Liam Neeson não convence como Philip Marlowe,
personagem que já foi vivido na tela por grandes atores, entre os quais
Humphrey Bogart e Robert Mitchum. O resultado final não é capaz de convencer
nem mesmo os fãs do estilo noir.