“MEU IRMÃO, MINHA IRMÔ
(“MIO FRATELLO MIA SORELLA”), 2021, Itália, produção original Netflix,
1h50m, direção de Roberto Capucci, que também assina o roteiro com a colaboração
de Paola Mammini. Drama familiar recheado de humor e sequências tocantes. Com a
morte do patriarca da família, o cinquentão Nick (Alessandro Preziosi) volta a rever
a irmã Tesla (Claudia Pandolfi), depois de 20 anos separados. Nick terá a
oportunidade de conhecer seus dois sobrinhos adolescentes, Carolina (Ludovica
Martino) e Sebastiano (Francesco Cavallo). Este último é um garoto
problemático, diagnosticado com esquizofrenia avançada, mas que a mãe esconde a
doença e o protege demais. “Sebas” vive conversando com amigo imaginário e com
o qual combina viajar para Marte com o objetivo de levar a música clássica – o jovem
é um excelente violoncelista. Quando o advogado da família reúne Nick e Tesla para
ler o testamento, uma surpresa: eles terão de morar juntos durante um ano. É
durante esse tempo que Nick terá a chance de recuperar o tempo perdido em que
ficou sem ver a irmã e os sobrinhos. E é justamente com Sebastiano que ele terá
a maior aproximação. A cena em que Nick toca piano e o sobrinho violoncelo é
bastante comovente. O que seria um convidado inconveniente transforma-se numa
pessoa que, com seu jeito franco de encarar a vida, ajudará a irmã na difícil
responsabilidade de educar um filho problemático e uma filha rebelde. O filme é
muito bom, sensível, o elenco é ótimo e o roteiro muito bem elaborado. Pena que
o desfecho apela para a fantasia espiritual, querendo provocar lágrimas. Não
precisava.