sexta-feira, 31 de julho de 2020


"FORÇAS DE SEGURANÇA” (“EL-KHALIYYAH”), 2017, Egito, 2h06m, direção de Tarek Al Eryan e roteiro de Salah El Gehiny, disponível na plataforma Netflix. Surpreendente filme de ação do cinema egípcio, recheado com muita pancadaria, explosões, tiros, perseguições de carro e, para amenizar o contexto violento, também tem romance e muito humor. A trama é centrada no agente Saif (Ahmed Ezz), integrante das forças especiais antiterrorismo do exército egípcio. Numa missão para desbaratar uma organização terrorista responsável por um violento atentado à bomba no Cairo, durante o qual morreram dezenas de pessoas, inclusive um importante ministro do governo, Saif vê seu parceiro e grande amigo ser morto pelos criminosos. Depois disso, ele promete vingança e vai atrás do chefão da organização terrorista, o sanguinário Marwan (Samer Al Masry), que mantém ligação com o Estado Islâmico. Daí em diante, muito sangue vai espirrar na sua telinha. Saif ainda vai encontrar tempo para engatar um romance com uma bela egípcia (Amina Khalil), além de se meter em várias confusões com seu chefe direto, o desajeitado Saber (Mohamed Mamdouh). A dupla resolve agir por conta própria e será responsável pelas sequências mais hilariantes do filme, quando perseguem os terroristas pelas ruas do Cairo. O filme prende a atenção do começo ao fim, tornando-se uma ótima opção para um programa com um saco de pipoca na mão. Recomendo.  

quinta-feira, 30 de julho de 2020


“AREIA MOVEDIÇA” (“STÖRST AV ALLT”), 2019, Suécia, minissérie da Netflix em 6 capítulos, cada um com cerca de 50 minutos de duração, roteiro e direção de Camilla Ahl Gren. Trata-se de um drama policial adaptado do best-seller de Malin Persson Giolito. A sequência inicial mostra uma sala de aula de uma escola do ensino médio de Estocolmo com vários alunos mortos. A polícia chega e prende Maja Norberg (Hannah Ardéhn). Em estado de choque, ela não sabe dizer o que aconteceu, mas todos os indícios levam a crer que ela foi a responsável pela carnificina. A partir daí, o filme acompanha a rotina de Maja (pronuncia-se Maia) na prisão, suas reuniões com o advogado Peder Sander (David Dencik), as crises emocionais na solitária e sua amizade com uma agente penitenciária. Paralelamente, em flashbacks, o roteiro volta aos fatos do passado recente de Maja, destacando o namoro tumultuado com Sebastian Fagerman (Felix Sandman), seu colega de classe problemático. O namoro vira um tipo de obsessão de ambas as partes, o ciúme exagerado de Sebastian e a cegueira de Maja com relação aos desmandos do namorado. Os capítulos finais serão dedicados ao tão aguardado julgamento de Maja, a tentativa do advogado de defesa em colocá-la na condição de vítima e os esforços da promotoria para transformá-la numa assassina cruel. A expectativa pelo resultado do julgamento torna esta produção sueca ainda mais interessante. Uma curiosidade: na Suécia não há júri popular. A Corte, constituída por juízes, é quem dá o veredicto. Os principais trunfos de “Areia Movediça” são o seu roteiro bem elaborado, a história em si e o elenco afiado, no qual se destaca a jovem atriz sueca Hannah Ardéhn, de 24 anos (no filme, sua personagem tem 18), com uma primorosa atuação. Esta é mais uma ótima minissérie do cinema europeu, realista e impactante, um retrato muito triste e desanimador do futuro da grande maioria da nossa juventude.            

segunda-feira, 27 de julho de 2020


“O CAMINHO DIFÍCIL” (“THE HARD WAY”), 2019, Estados Unidos, 1h32, direção de Keoni Waxman, que também assina o roteiro com a colaboração de Thomas J. Churchill. Esqueça Van Damme, Jason Stathan ou Steven Siegal e outros mocinhos e reis da pancadaria nos filmes de ação. A bola da vez é o ator norte-americano Michael Jai White, como você poderá comprovar neste “O Caminho Difícil”. Além de grandão e fortíssimo, White é especialista em sete estilos diferentes de artes marciais. Neste recente filme de ação, à disposição na plataforma Netflix, ele é Payne, um ex-soldado das forças especiais norte-americanas que um dia recebe a notícia da morte de seu irmão Cody (Grant Campbell), assassinado durante missão em Bucareste (Romênia). White viaja para a capital romena a fim de resgatar o corpo do irmão, e então descobre que ele foi morto por um integrante de uma poderosa gangue chefiada por um tal de “Toro”, uma figura misteriosa e sinistra que jamais aparece em público e sempre esconde o rosto sob o chapéu de cowboy que não tira da cabeça. Nem os seus capangas sabem a sua verdadeira identidade. Com o objetivo de vingar a morte do irmão, White ganha a companhia de Mason (Luke Goss), parceiro de Cody em sua missão em Bucareste. A dupla tentará chegar até “Toro”, mas antes terá que enfrentar uma legião de capangas. E dá-lhe sopapos, ossos quebrados, sangue jorrando e muitos tiros. Ação é a especialidade do diretor Keoni Waxman, conhecido por dirigir a maioria dos filmes do brucutu canastrão Steven Siegal. Para quem é fã de filmes de ação, "O Caminho Difícil" pode ser uma boa opção, mas ficará devendo se o espectador exigir algo com mais profundidade.  

domingo, 26 de julho de 2020


“IL PROCESSO”, 2019, Itália, coprodução Canale 5/RTI/Lucky Red, minissérie com 8 capítulos (cada um com cerca de 50 minutos), direção de Stefan Ludovichi, seguindo roteiro escrito por Alessandro Fabbri, Enrico Audenino e Laura Corella. Estreou na Itália em novembro de 2019 e na Netflix em abril de 2020 (aqui, o título original em italiano foi mantido). A história começa com um caso policial, quando a jovem Angelica Petroni (Margherita Caviezel), de 17 anos, é encontrada morta boiando num canal da cidade de Mântua (Mantova). Durante as investigações, a polícia local, sob a supervisão da promotora Elena Guerra (Vittoria Puccini), descobre que Angelica era prostituta de luxo e amante de Claudio Cavalleri (Michele Morrone, o chefão mafioso de “365 Dias”), que comandaria um esquema de prostituição na cidade. Só que Claudio é casado com Linda Monaco (Camilla Filippi), pertencente a uma das mais poderosas e ricas famílias não só de Mântua como também da Itália. As primeiras suspeitas recaem justamente sobre Claudio, que talvez tenha assassinado a amante para proteger seu casamento. Posteriormente, porém, começam a surgir evidências de que o crime teria sido cometido por Linda, a esposa ciumenta. A promotora Elena Guerra determina a prisão de Linda e providencia para que ela seja submetida a julgamento. A partir do segundo episódio, o que se vê é um drama de tribunal que se desenrola até o desfecho, envolvendo uma verdadeira batalha entre a promotora e o conceituado advogado Ruggero Barone (Francesco Scianna), defensor da ré. O enredo, muito bem elaborado e repleto de reviravoltas, prende a atenção do espectador e cria a expectativa sobre a culpa ou a inocência de Linda, além de colocar em evidência alguns personagens suspeitos. Quem prestar muita atenção nos detalhes, como eu fiz, logo descobrirá que o roteiro, muito sutilmente, fornece uma pista bem forte sobre a arma do crime e, consequentemente, seu autor. Além da história em si, outro destaque da minissérie são as locações e os belos e exuberantes cenários de Mântua, notadamente seus palazzos e suas piazzas. Completam o elenco Roberto Herlitzka, Euridice Axen, Alessandro Averone e Maurizio Lastrico. “IL PROCESSO” é mais uma excelente minissérie europeia, um ótimo entretenimento para quem curte dramas de tribunal.