sexta-feira, 31 de julho de 2020
quinta-feira, 30 de julho de 2020
“AREIA
MOVEDIÇA” (“STÖRST AV ALLT”), 2019, Suécia, minissérie da Netflix em 6
capítulos, cada um com cerca de 50 minutos de duração, roteiro e direção de Camilla Ahl
Gren. Trata-se de um drama policial adaptado do best-seller de Malin Persson
Giolito. A sequência inicial mostra uma sala de aula de uma escola do ensino
médio de Estocolmo com vários alunos mortos. A polícia chega e prende Maja
Norberg (Hannah Ardéhn). Em estado de choque, ela não sabe dizer o que
aconteceu, mas todos os indícios levam a crer que ela foi a responsável pela
carnificina. A partir daí, o filme acompanha a rotina de Maja (pronuncia-se Maia)
na prisão, suas reuniões com o advogado Peder Sander (David Dencik), as crises emocionais
na solitária e sua amizade com uma agente penitenciária. Paralelamente, em flashbacks,
o roteiro volta aos fatos do passado recente de Maja, destacando o namoro
tumultuado com Sebastian Fagerman (Felix Sandman), seu colega de classe
problemático. O namoro vira um tipo de obsessão de ambas as partes, o ciúme exagerado
de Sebastian e a cegueira de Maja com relação aos desmandos do namorado. Os
capítulos finais serão dedicados ao tão aguardado julgamento de Maja, a
tentativa do advogado de defesa em colocá-la na condição de vítima e os
esforços da promotoria para transformá-la numa assassina cruel. A expectativa
pelo resultado do julgamento torna esta produção sueca ainda mais interessante.
Uma curiosidade: na Suécia não há júri popular. A Corte, constituída por
juízes, é quem dá o veredicto. Os principais trunfos de “Areia Movediça” são o
seu roteiro bem elaborado, a história em si e o elenco afiado, no qual se
destaca a jovem atriz sueca Hannah Ardéhn, de 24 anos (no filme, sua personagem
tem 18), com uma primorosa atuação. Esta é mais uma ótima minissérie do cinema
europeu, realista e impactante, um retrato muito triste e desanimador do futuro
da grande maioria da nossa juventude.
segunda-feira, 27 de julho de 2020
“O
CAMINHO DIFÍCIL” (“THE HARD WAY”), 2019, Estados Unidos, 1h32, direção de Keoni
Waxman, que também assina o roteiro com a colaboração de Thomas J. Churchill.
Esqueça Van Damme, Jason Stathan ou Steven Siegal e outros mocinhos e reis da
pancadaria nos filmes de ação. A bola da vez é o ator norte-americano Michael
Jai White, como você poderá comprovar neste “O Caminho Difícil”. Além de
grandão e fortíssimo, White é especialista em sete estilos diferentes de artes
marciais. Neste recente filme de ação, à disposição na plataforma Netflix, ele
é Payne, um ex-soldado das forças especiais norte-americanas que um dia recebe
a notícia da morte de seu irmão Cody (Grant Campbell), assassinado durante
missão em Bucareste (Romênia). White viaja para a capital romena a fim de
resgatar o corpo do irmão, e então descobre que ele foi morto por um integrante
de uma poderosa gangue chefiada por um tal de “Toro”, uma figura misteriosa e
sinistra que jamais aparece em público e sempre esconde o rosto sob o chapéu de
cowboy que não tira da cabeça. Nem os seus capangas sabem a sua verdadeira
identidade. Com o objetivo de vingar a morte do irmão, White ganha a companhia
de Mason (Luke Goss), parceiro de Cody em sua missão em Bucareste. A dupla
tentará chegar até “Toro”, mas antes terá que enfrentar uma legião de
capangas. E dá-lhe sopapos, ossos quebrados, sangue jorrando e muitos tiros. Ação é a especialidade do diretor Keoni Waxman, conhecido por dirigir
a maioria dos filmes do brucutu canastrão Steven Siegal. Para quem é fã de
filmes de ação, "O Caminho Difícil" pode ser uma boa opção, mas ficará devendo se o espectador
exigir algo com mais profundidade.
domingo, 26 de julho de 2020
“IL
PROCESSO”,
2019, Itália, coprodução Canale 5/RTI/Lucky Red, minissérie com 8 capítulos
(cada um com cerca de 50 minutos), direção de Stefan Ludovichi, seguindo
roteiro escrito por Alessandro Fabbri, Enrico Audenino e Laura Corella. Estreou
na Itália em novembro de 2019 e na Netflix em abril de 2020 (aqui, o título
original em italiano foi mantido). A história começa com um caso policial,
quando a jovem Angelica Petroni (Margherita Caviezel), de 17 anos, é encontrada
morta boiando num canal da cidade de Mântua (Mantova). Durante as
investigações, a polícia local, sob a supervisão da promotora Elena Guerra (Vittoria
Puccini), descobre que Angelica era prostituta de luxo e amante de Claudio
Cavalleri (Michele Morrone, o chefão mafioso de “365 Dias”), que comandaria um
esquema de prostituição na cidade. Só que Claudio é casado com Linda Monaco
(Camilla Filippi), pertencente a uma das mais poderosas e ricas famílias não só
de Mântua como também da Itália. As primeiras suspeitas recaem justamente sobre
Claudio, que talvez tenha assassinado a amante para proteger seu casamento.
Posteriormente, porém, começam a surgir evidências de que o crime teria sido
cometido por Linda, a esposa ciumenta. A promotora Elena Guerra determina a
prisão de Linda e providencia para que ela seja submetida a julgamento. A
partir do segundo episódio, o que se vê é um drama de tribunal que se desenrola
até o desfecho, envolvendo uma verdadeira batalha entre a promotora e o
conceituado advogado Ruggero Barone (Francesco Scianna), defensor da ré. O
enredo, muito bem elaborado e repleto de reviravoltas, prende a atenção do
espectador e cria a expectativa sobre a culpa ou a inocência de Linda, além de
colocar em evidência alguns personagens suspeitos. Quem prestar muita atenção
nos detalhes, como eu fiz, logo descobrirá que o roteiro, muito sutilmente,
fornece uma pista bem forte sobre a arma do crime e, consequentemente, seu
autor. Além da história em si, outro destaque da minissérie são as locações e
os belos e exuberantes cenários de Mântua, notadamente seus palazzos e
suas piazzas. Completam o elenco Roberto Herlitzka,
Euridice Axen, Alessandro Averone e Maurizio Lastrico. “IL PROCESSO” é mais uma
excelente minissérie europeia, um ótimo entretenimento para quem curte dramas
de tribunal.
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