terça-feira, 30 de maio de 2017

“ESTRELAS ALÉM DO TEMPO” (“Hidden Figures”) conta uma história que há muitos anos ficou praticamente escondida do grande público. Pelo menos não me lembro de ter lido ou ouvido falar de cientistas negras que tiveram um papel fundamental no desenvolvimento do programa espacial norte-americano no início da década de 60, no auge da Guerra Fria, quando os Estados Unidos disputavam com a União Soviética quem ganharia a corrida espacial. Inconcebível que durante tanto tempo essa história não tenha sido contada. Até que, em 2014, Margot Lee Shetterly resolveu transformá-la em livro – “Hidden Figures” -, adaptado para o cinema pela roteirista Allison Schroeder e pelo diretor Theodore Melfi (“Um Santo Vizinho”).  O enredo é centrado na matemática Katherine Johnson (Taraji P. Henson), na especialista em computação Dorothy Vaughn (Octavia Spencer) e na engenheira Mary Jackson (Janelle Monáe), que venceram o forte preconceito racial e, com muita coragem e determinação, encontraram seu espaço na NASA, ocupando cargos do mais alto nível. Só para se ter uma ideia da importância dessas mulheres, basta dizer que Katherine, um gênio precoce da matemática, foi a responsável pelos cálculos que permitiram o lançamento e a reentrada na atmosfera terrestre da cápsula espacial com o astronauta John Gleen, o primeiro a entrar em órbita. Apesar do contexto dramático causado pelo preconceito racial e da Guerra Fria como pano de fundo, o filme é levado com muito bom humor, culminando num entretenimento dos mais agradáveis. Ainda estão no elenco Kevin Costner, Kirsten Dunst e Mahershala Ali, que também atuou em “Moonlight: Sob a Luz do Luar”, pelo qual ganhou o prêmio de Melhor Ator Coadjuvante. Por falar em Oscar 2017, “Estrelas Além do Tempo” foi indicado em três categorias: “Melhor Filme”, “Atriz Coadjuvante” (Octavia Spencer) e Roteiro Adaptado. IMPERDÍVEL!


segunda-feira, 29 de maio de 2017

Indicado ao Oscar 2017 em seis categorias, inclusive Melhor Filme, “LION: UMA JORNADA PARA CASA” (“Lion”), EUA/Austrália, direção de Garth Davis, conta a história verídica do indiano Saroo Brierley, que, em 1986, aos cinco anos de idade se perdeu do irmão mais velho Guddu numa estação de trem do interior da India e acabou mais perdido ainda em Calcutá, depois de uma viagem de mais de 1.600 km. Saroo é encaminhado para um orfanato e logo depois adotado por um casal australiano. Vinte e cinco anos depois, ele sente a necessidade de rever sua mãe biológica e seu irmão. Este é, basicamente, o enredo dessa incrível e comovente história, adaptada para o cinema pelo roteirista Luke Davies (“Life – Um Retrato de James Dean”), que se baseou nos fatos narrados por Saroo na autobiografia “A Long Way Home”. O elenco é ótimo: Dev Patel (Saroo), Sunny Pawar (Saroo menino), Rooney Mara (Lucy), Nicole Kidman (Sue, a mãe adotiva) e David Wenham (John, o pai adotivo). Impossível não se emocionar com a trajetória épica de Saroo. Um belo filme que merece ser visto. Espere os créditos finais, nos quais aparecem os personagens verdadeiros se encontrando, inclusive a mãe biológica e a mãe adotiva. Lenços de papel à mão...