sábado, 7 de fevereiro de 2015

“MARINA” é uma co-produção Bélgica/Itália de 2013 que conta a história do cantor italiano Rocco Granata, baseada nas memórias escritas pelo próprio. No final dos anos 50, Granata foi um cantor de grande sucesso na Bélgica, na Europa e em vários países do mundo, tendo até se apresentado no Carnagie Hall, em Nova Iorque, em 1959. Ele ainda está vivo e, aos 76 anos, ainda toca (acordeão) e canta por aí. O filme contempla a história de Rocco até 1959, quando “estourou” nas paradas de sucesso com o hit “Marina”. Tudo começa em 1948, quando Salvatore Granata (Luigi Lo Cascio), pai de Rocco, sem emprego e sem esperança decide deixar a Itália e ir trabalhar nas minas de carvão da Bélgica. Um ano depois, Salvatore decide chamar sua família para morar com ele na Bélgica, sua mulher Ida (Donatella Finocchiaro), Rocco (Cristian Campagna quando menino e Matteo Simoni mais velho) e a irmã. O começo dos Granata em terra estrangeira é muito difícil, o que inclui não falar o flamenco, língua oficial da Bélgica. Para concretizar seu sonho de ser cantor e músico, Rocco vai enfrentar o conservadorismo do pai, que o obriga a trabalhar, como ele, nas minas de carvão. Até chegar ao sucesso, Rocco vai enfrentar inúmeros desafios, mas também conhecerá o seu grande amor, Helena (Evelien Bosmans), fonte de inspiração para a canção “Marina”. O diretor belga Stijn Coninx não economiza nos tons melodramáticos, atenuados apenas por algum humor e muita música. Preste atenção na cena em que o dono de uma loja de instrumentos musicais negocia a venda de um acordeão para o jovem Rocco: ele é o verdadeiro Rocco.                                        

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

“A DEMORA” (“La Demora”), 2012, Uruguai, direção de Rodrigo Plá, é um drama comovente, sensível e, ao mesmo tempo, muito triste, de cortar o coração. Mas muito bem feito, tanto que foi premiado em vários festivais pelo mundo afora, inclusive no prestigioso Festival de Berlim. O filme centra toda sua ação na situação desesperadora de Maria (Roxana Blanco), uma quarentona mãe solteira de três filhos pré-adolescentes que se vira do avesso para colocar dinheiro dentro de casa e cuidar do pai Agustín (Carlos Vallarino), um senhor que sofre de confusão mental e perda de memória. Um dia, ela não aguenta mais e pede socorro à irmã, que poderia cuidar do pai por um tempo. A irmã inventa mil desculpas para se livrar da tarefa. Nem visitar o pai ela vai mais. Sem outra saída, Maria decide colocar Agustín num abrigo de idosos. Também não consegue. Num ímpeto desesperado, ela resolve adotar uma atitude radical, que muita gente pensa, mas não tem coragem de fazer: abandonar o velho numa praça. O que acontece depois, só vendo o filme. Aliás, o drama merece ser visto também pela sensacional interpretação da dupla central de atores, Roxana Blanco e Carlos Vallarino, ambos premiados pelo seu desempenho. Enfim, um filme que certamente emocionará quem vive ou viveu problema semelhante ao de Maria, um tipo de sofrimento que acaba com qualquer pessoa.                                      

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

“ONDE ESTÃO AS CELEBRIDADES?” (“Not another Celebrity Movie”), 2013, EUA, direção de Emilio Ferrari, é mais uma daquelas comédias do gênero besteirol - e quanta besteira. Os personagens das celebridades são interpretados por atores ou sósias profissionais. Trata-se de uma paródia do filme “Onze Homens e um Segredo”, dirigido por Steven Soderbergh.  Só que nesta sátira, o objetivo não é roubar um cassino e sim sequestrar Justin Bieber, que está apresentando uma temporada de seu show no Hotel e Cassino Riviera, em Las Vegas. A história mirabolante começa com Charlie Sheen acreditando que Justin Bieber é seu filho biológico. E, como tal, pode ajudá-lo a ganhar uma grana. Ele, então, planeja o sequestro do astro teen. Para isso, convoca seus amigos George Clooney, Brad Pitt, Robert De Niro, Tom Cruise, Justin Timberlake, Angelina Jolie e Lady Gaga. Quem patrocina a aventura maluca é Donald Trump. Em meio à atrapalhada ação de sequestro, ainda aparecem fazendo “pontas” Paris Hilton, Johnny Depp, Daniel Craig, Oprah Winfrey e Ashton Kutcher, além de outras celebridades. Como não poderia deixar de ser, é tudo levado na maior palhaçada, mas não dá para negar que a caracterização dos personagens e o desempenho dos atores e sósias são realmente fantásticos, em especial George Clooney, Angelina Jolie e Tom Cruise. Mesmo quem não curte o gênero besteirol pode se divertir.   

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

“A GAROTA DA BICICLETA” (Girl on a Bicycle”), 2013, é o famoso filme “Nações Unidas”. É uma produção made USA, com direção de um norte-americano (Jeremy Leven, de “Don Juan DeMarco”) e tem nos principais papéis um ator italiano (Vincenzo Amato), uma atriz alemã (Nora Tschirner), uma atriz francesa (Louise Monot) e um ator inglês (Paddy Considini). Além disso, é todo ambientado em Paris. Trata-se de uma ótima comédia romântica, muito divertida e movimentada. Conta a história de Paolo (Amato), motorista de um ônibus turístico que percorre a capital francesa. Ele está noivo da aeromoça alemã Greta (Tschirner), mas isso não o impede, como bom italiano, de se enrabichar pela bela Cécile (Monot), a tal garota da bicicleta do título. Só que Paolo não poderia imaginar que, ao se envolver com Cécile, iria se meter na maior confusão, o que vai colocar em risco o seu noivado com Greta e envolver seu amigo Derek (Considini). Embora tenha sido rotulado de comédia romântica, é mais comédia do que romance e as situações são bastante engraçadas. Os quatro atores principais sustentam o humor com muita competência, em especial a alemã Nora Tschirner como a noiva desconfiada, e o italiano Vincenzo Amato como o atrapalhado Paolo. Louise Monot é linda e muito sexy, além de ótima comediante. Um filme delicioso e divertido, ideal para afastar o estresse. Simplesmente imperdível!  
“PÁLPEBRAS AZUIS” (“Párpados Azules”), 2007, é um drama mexicano premiadíssimo em vários festivais pelo mundo, tendo conquistado inclusive o Prêmio Especial do Júri no Sundance Film Festival, além de competir na 46ª Semana da Crítica Internacional no Festival de Cannes. Consagração exagerada, já que o filme não tem tantas qualidades para merecer tanto. A história é centrada na jovem Marina Farfán (Cecília Suarez), funcionária de uma loja que comercializa uniformes. Solitária, apática e introvertida, ela não tem amigos nem namorado, mora sozinha e seu semblante dá ideia de mulher infeliz. Na festa de 47º aniversário da loja, um sorteio premiará um funcionário com uma viagem de 10 dias, com tudo pago, para um hotel na praia de Salamandra. Marina é a vencedora. Só que tem um problema: o prêmio dá direito a um acompanhante. Ela logo pensa na irmã Lucy (Tiara Scanda). Não dá certo. Aí ela recorre a Victor Minas (Enrique Arreola), que ela conhece numa padaria. Victor, tal qual Marina, também é estranho e solitário. Os dois vivem numa solidão tão grande que o único prazer de ambos é justamente o prazer solitário. Antes da viagem, eles se encontram algumas vezes para se conhecer melhor. Os diálogos entre os dois são mínimos. O relacionamento é feito de silêncios. Um dia, ao sair para dançar com Victor, Marina pinta suas pálpebras de azul, cena que inspirou o título do filme. A produção mexicana marca a estreia do diretor Ernesto Contreras e da própria atriz Cecília Suarez. É um filme bastante interessante. Vale a pena conferir.