“EIS MEU CORAÇÃO” (“Behold
My Heart”, a tradução é minha, pois o filme até agora não chegou por aqui;
também é apresentado com um título alternativo, “Dark Was the Night”), 1h20m, EUA.
É um filme independente dirigido por Joshua Leonard, que também assina o roteiro
com a colaboração de Rebecca Lowman. Sua primeira exibição aconteceu em 2018
durante o Galway Film Fleadh (Irlanda). Começa o filme e a gente se depara com
uma família feliz: o pai Steven Lang (Timothy Olyphant), a mãe Margaret (Marisa
Tomei) e o filho Marcus (Charlie Plummer). Steven é um marido amoroso e um pai
sempre presente, dando-se às mil maravilhas com a esposa e com Marcus – de vez
em quando, os dois até fumam um baseado juntos. A felicidade da família, porém,
é abalada com a morte trágica de Steven, covardemente agredido no estacionamento
de um bar. Margaret entra numa depressão profunda, parte para o alcoolismo e se
enfurna dentro de casa. Marcus é obrigado a vigiar a mãe o tempo inteiro, o que
faz com a maturidade de um adulto. Até que um dia a mãe, bêbada, confunde
Marcus com o falecido. Constrangido e revoltado, Marcus resolve sair de casa. O
amor de mãe fala mais alto e Margaret decide ficar sóbria para recuperar o
filho. O drama até que tem seus momentos comoventes, mas o seu maior destaque
realmente é a atuação de Marisa Tomei, uma ótima atriz um tanto rejeitada por
Hollywood. Ela até chegou a ganhar um Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante, em
1993, por seu trabalho em “Meu Primo Vinny”. Aos 54 anos, ainda está com cara de menina e em grande
forma. O jovem Charlie Plummer também tem se revelado um bom ator, como já
provou, por exemplo, em “Todo o Dinheiro do Mundo”, quando interpretou John
Paul Getty II, o neto sequestrado do magnata John Paul Getty. Enfim, “Eis Meu
Coração” não tem qualidade suficiente para motivar uma recomendação
entusiasmada, mas é bom filme.
quinta-feira, 25 de julho de 2019
quarta-feira, 24 de julho de 2019
“MISTÉRIO
NO MEDITERRÂNEO” (“MURDER MISTERY”), 2019, EUA, 1h37m, produção da
Netflix. Kyle Newacheck assina a direção e James Vanderbilt o roteiro. Trata-se
de uma comédia bem movimentada, com a presença de um elenco de peso,
destacando-se Adam Sandler, Jennifer Aniston, Luke Evans, Terence Stamp, Gemma
Arterton e o ator francês Dany Boon. Nick Spitz (Sandler) trabalha como
segurança num supermercado de Nova Iorque, mas diz para a família e amigos que
é detetive. Audrey (Aniston), sua esposa, é cabeleireira
e sócia de um salão de beleza. Prestes a comemorar 15 de casados, Spitz dá de
presente à mulher uma viagem à Europa. No avião, ao bisbilhotarem o bar da 1ª classe,
eles acabam conhecendo o figurão Charles Cavendish (Evans), um ricaço sobrinho
do magnata bilionário Malcolm Quince (Stamp). Cavendish convida o casal para se
hospedar no iate do tio ancorado em Mônaco, com direito a assistir de camarote
a uma prova da Fórmula 1. Além de Cavendish, Spitz e Audrey, estão hospedados
no iate o filho do bilionário, uma ex-amante, a atual esposa chinesa, um coronel
africano, um segurança particular, um guru indiano e até um piloto de Fórmula
1. Em meio a um jantar, quando falta energia no iate, o magnata é assassinado
com uma facada. Quem seria o assassino? Nesse ponto, o filme faz menção ao
famoso livro “O Assassinato no Expresso do Oriente”, de Agatha Christie, quando
vários personagens poderiam ter cometido o crime. Mas, quem? Resolver esse mistério
ficará a cargo do inspetor De La Croix (Dany Boon), com a ajuda do “detetive”
interpretado por Sandler, cujas trapalhadas, tendo como “cúmplice” a esposa, são
motivos para boas risadas (Sandler e Aniston já trabalharam juntos em outra
comédia, “Esposa de Mentirinha”). Sandler, aliás, é um dos produtores do filme.
A atriz Charlize Theron, que não faz parte do elenco, assina como produtora
executiva. “Murder Mistery” foi o filme mais visto até agora entre os
produzidos pela Netiflix. Em sua estreia mundial, nos dias 14, 15 e 16 de
junho de 2019, a comédia foi assistida por 31 milhões de contas. Destaco no filme os
deslumbrantes cenários de Mônaco, muito bem aproveitados pela produção. Jennifer Aniston continua em grande forma, bonita e charmosa. E que mulherão é a atriz inglesa Gemma Arterton... O
destaque negativo fica por conta de Adam Sandler, que acho intragável e sem
graça, principalmente quando faz papel de adulto abobado, como é o caso. Para
resumir o que achei do filme, aproveito a definição de um colega comentarista: para
assistir “Mistério no Mediterrâneo”, coloque o cérebro no colo e fique fazendo carinho nele como se fosse o gato de estimação. Deu pra entender?
segunda-feira, 22 de julho de 2019
“O
MELHOR DOS INIMIGOS” (“The Best of Enemies”), 2019, EUA, 2h13m, primeiro
longa-metragem escrito e dirigido por Robin Bissell. A história é baseada em
fatos reais relatados no livro “The Best of Enemies: Race and Redempetion in
the New South” (“O Melhor dos Inimigos: Raça e Redenção no Novo Sul”), escrito
por Gray Davidson. O ano é 1971 e o cenário é a cidade de Durham, na Carolina
do Norte, onde, há muitos anos, o racismo faz parte do cotidiano da população.
Quando uma escola municipal frequentada por crianças negras é praticamente
destruída por um incêndio (criminoso?), a ativista dos direitos civis Ann
Atwater (Taraji P. Henson) pressiona o Conselho da cidade a abrir as portas de
um colégio particular, frequentado por brancos, para acomodar aquelas crianças que
ficaram sem aula. A partir de então, a cidade entra em clima de guerra, já que
os pais dos alunos da escola particular não aceitam que ela receba crianças
negras. Um dos membros do Conselho é o comerciante Claiborne Paul Ellis (Sam
Rockwell), dono de um posto de gasolina e, nas horas vagas, líder local da Ku
Klux Klan. Atwater tem de lidar com a forte oposição da
parte branca da cidade, incluindo o pessoal da KKK e toda a sociedade
conservadora. É justamente esse trabalho de Atwater que o filme destaca, numa
atuação inesquecível da atriz Taraji P. Henson, que se submeteu a uma maquiagem
especial e roupas com enchimento para parecer mais gorda. Sam Rockwell é um
dos melhores atores do cinema norte-americano, mas injustamente pouco aproveitado
por Hollywood. Ainda estão no elenco Wes Bentley, Anne Heche, Bruce McGill,
Caitlin Mehner e Babou Ceesay. Uma ótima estreia de Robin Bissell como
roteirista e diretor, mais conhecido até agora como produtor de filmes como, por exemplo, "Jogos Vorazes". "O Melhor dos Inimigos" é excelente. Não perca!
domingo, 21 de julho de 2019
“O
PROFESSOR” (“The Professor”), 2018, EUA, 1h31m, roteiro e
direção de Wayne Roberts. Trata-se de misto de drama e comédia, contando a
história de Richard Brown (Johnny Depp, ótimo), um professor universitário que
um dia recebe a notícia fatídica: está com câncer agressivo, com metástase, e
poucas chances de sobreviver nos próximos seis meses – um ano se receber o
tratamento. Arrasado, vai para casa decidido a contar logo para a esposa
Veronica (Rosemarie DeWitt) e a filha adolescente Olivia (Odessa Young). Só que
começa o jantar e Olivia toma a palavra e anuncia que é lésbica e está
apaixonada por uma amiga. Depois da notícia, Veronica tem um acesso histérico e
confessa que está tendo um caso. Richard resolve ficar quieto e não contar o
seu drama. Porém, diante de tanta tragédia, resolve mudar o seu jeito de agir. Diz
adeus às regras e passa a tomar atitudes com toda liberdade possível, deixando
de lado o politicamente correto, em cenas que resultam em boas risadas. Em seu surto libertário, ele chega a levar
seus alunos para um bar, liberando a bebida, ou para uma aula ao ar livre, contrariando
as orientações da conservadora diretoria da universidade. Este foi o segundo filme
escrito e dirigido por Wayne Roberts (o primeiro foi “Katie Says Goodbye”, de
2016). “O Professor” é excelente, um filme inteligente e bem-humorado. O elenco
conta ainda com as presenças de Danny Huston, Zoey Deutch e Ron Livingston. Mas
o destaque é mesmo Johnny Depp com uma atuação genial.
Assinar:
Postagens (Atom)