quinta-feira, 25 de julho de 2019


“EIS MEU CORAÇÃO” (“Behold My Heart”, a tradução é minha, pois o filme até agora não chegou por aqui; também é apresentado com um título alternativo, “Dark Was the Night”), 1h20m, EUA. É um filme independente dirigido por Joshua Leonard, que também assina o roteiro com a colaboração de Rebecca Lowman. Sua primeira exibição aconteceu em 2018 durante o Galway Film Fleadh (Irlanda). Começa o filme e a gente se depara com uma família feliz: o pai Steven Lang (Timothy Olyphant), a mãe Margaret (Marisa Tomei) e o filho Marcus (Charlie Plummer). Steven é um marido amoroso e um pai sempre presente, dando-se às mil maravilhas com a esposa e com Marcus – de vez em quando, os dois até fumam um baseado juntos. A felicidade da família, porém, é abalada com a morte trágica de Steven, covardemente agredido no estacionamento de um bar. Margaret entra numa depressão profunda, parte para o alcoolismo e se enfurna dentro de casa. Marcus é obrigado a vigiar a mãe o tempo inteiro, o que faz com a maturidade de um adulto. Até que um dia a mãe, bêbada, confunde Marcus com o falecido. Constrangido e revoltado, Marcus resolve sair de casa. O amor de mãe fala mais alto e Margaret decide ficar sóbria para recuperar o filho. O drama até que tem seus momentos comoventes, mas o seu maior destaque realmente é a atuação de Marisa Tomei, uma ótima atriz um tanto rejeitada por Hollywood. Ela até chegou a ganhar um Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante, em 1993, por seu trabalho em “Meu Primo Vinny”. Aos 54 anos, ainda está com cara de menina e em grande forma. O jovem Charlie Plummer também tem se revelado um bom ator, como já provou, por exemplo, em “Todo o Dinheiro do Mundo”, quando interpretou John Paul Getty II, o neto sequestrado do magnata John Paul Getty. Enfim, “Eis Meu Coração” não tem qualidade suficiente para motivar uma recomendação entusiasmada, mas é bom filme.  

quarta-feira, 24 de julho de 2019


“MISTÉRIO NO MEDITERRÂNEO” (“MURDER MISTERY”), 2019, EUA, 1h37m, produção da Netflix. Kyle Newacheck assina a direção e James Vanderbilt o roteiro. Trata-se de uma comédia bem movimentada, com a presença de um elenco de peso, destacando-se Adam Sandler, Jennifer Aniston, Luke Evans, Terence Stamp, Gemma Arterton e o ator francês Dany Boon. Nick Spitz (Sandler) trabalha como segurança num supermercado de Nova Iorque, mas diz para a família e amigos que é detetive. Audrey (Aniston), sua esposa, é cabeleireira e sócia de um salão de beleza. Prestes a comemorar 15 de casados, Spitz dá de presente à mulher uma viagem à Europa. No avião, ao bisbilhotarem o bar da 1ª classe, eles acabam conhecendo o figurão Charles Cavendish (Evans), um ricaço sobrinho do magnata bilionário Malcolm Quince (Stamp). Cavendish convida o casal para se hospedar no iate do tio ancorado em Mônaco, com direito a assistir de camarote a uma prova da Fórmula 1. Além de Cavendish, Spitz e Audrey, estão hospedados no iate o filho do bilionário, uma ex-amante, a atual esposa chinesa, um coronel africano, um segurança particular, um guru indiano e até um piloto de Fórmula 1. Em meio a um jantar, quando falta energia no iate, o magnata é assassinado com uma facada. Quem seria o assassino? Nesse ponto, o filme faz menção ao famoso livro “O Assassinato no Expresso do Oriente”, de Agatha Christie, quando vários personagens poderiam ter cometido o crime. Mas, quem? Resolver esse mistério ficará a cargo do inspetor De La Croix (Dany Boon), com a ajuda do “detetive” interpretado por Sandler, cujas trapalhadas, tendo como “cúmplice” a esposa, são motivos para boas risadas (Sandler e Aniston já trabalharam juntos em outra comédia, “Esposa de Mentirinha”). Sandler, aliás, é um dos produtores do filme. A atriz Charlize Theron, que não faz parte do elenco, assina como produtora executiva. “Murder Mistery” foi o filme mais visto até agora entre os produzidos pela Netiflix. Em sua estreia mundial, nos dias 14, 15 e 16 de junho de 2019, a comédia foi assistida por 31 milhões de contas. Destaco no filme os deslumbrantes cenários de Mônaco, muito bem aproveitados pela produção. Jennifer Aniston continua em grande forma, bonita e charmosa. E que mulherão é a atriz inglesa Gemma Arterton... O destaque negativo fica por conta de Adam Sandler, que acho intragável e sem graça, principalmente quando faz papel de adulto abobado, como é o caso. Para resumir o que achei do filme, aproveito a definição de um colega comentarista: para assistir “Mistério no Mediterrâneo”, coloque o cérebro no colo e fique fazendo carinho nele como se fosse o gato de estimação. Deu pra entender?       

segunda-feira, 22 de julho de 2019


“O MELHOR DOS INIMIGOS” (“The Best of Enemies”), 2019, EUA, 2h13m, primeiro longa-metragem escrito e dirigido por Robin Bissell. A história é baseada em fatos reais relatados no livro “The Best of Enemies: Race and Redempetion in the New South” (“O Melhor dos Inimigos: Raça e Redenção no Novo Sul”), escrito por Gray Davidson. O ano é 1971 e o cenário é a cidade de Durham, na Carolina do Norte, onde, há muitos anos, o racismo faz parte do cotidiano da população. Quando uma escola municipal frequentada por crianças negras é praticamente destruída por um incêndio (criminoso?), a ativista dos direitos civis Ann Atwater (Taraji P. Henson) pressiona o Conselho da cidade a abrir as portas de um colégio particular, frequentado por brancos, para acomodar aquelas crianças que ficaram sem aula. A partir de então, a cidade entra em clima de guerra, já que os pais dos alunos da escola particular não aceitam que ela receba crianças negras. Um dos membros do Conselho é o comerciante Claiborne Paul Ellis (Sam Rockwell), dono de um posto de gasolina e, nas horas vagas, líder local da Ku Klux Klan. Atwater tem de lidar com a forte oposição da parte branca da cidade, incluindo o pessoal da KKK e toda a sociedade conservadora. É justamente esse trabalho de Atwater que o filme destaca, numa atuação inesquecível da atriz Taraji P. Henson, que se submeteu a uma maquiagem especial e roupas com enchimento para parecer mais gorda. Sam Rockwell é um dos melhores atores do cinema norte-americano, mas injustamente pouco aproveitado por Hollywood. Ainda estão no elenco Wes Bentley, Anne Heche, Bruce McGill, Caitlin Mehner e Babou Ceesay. Uma ótima estreia de Robin Bissell como roteirista e diretor, mais conhecido até agora como produtor de filmes como, por exemplo, "Jogos Vorazes". "O Melhor dos Inimigos" é excelente. Não perca!   

domingo, 21 de julho de 2019


“O PROFESSOR” (“The Professor”), 2018, EUA, 1h31m, roteiro e direção de Wayne Roberts. Trata-se de misto de drama e comédia, contando a história de Richard Brown (Johnny Depp, ótimo), um professor universitário que um dia recebe a notícia fatídica: está com câncer agressivo, com metástase, e poucas chances de sobreviver nos próximos seis meses – um ano se receber o tratamento. Arrasado, vai para casa decidido a contar logo para a esposa Veronica (Rosemarie DeWitt) e a filha adolescente Olivia (Odessa Young). Só que começa o jantar e Olivia toma a palavra e anuncia que é lésbica e está apaixonada por uma amiga. Depois da notícia, Veronica tem um acesso histérico e confessa que está tendo um caso. Richard resolve ficar quieto e não contar o seu drama. Porém, diante de tanta tragédia, resolve mudar o seu jeito de agir. Diz adeus às regras e passa a tomar atitudes com toda liberdade possível, deixando de lado o politicamente correto, em cenas que resultam em boas risadas.  Em seu surto libertário, ele chega a levar seus alunos para um bar, liberando a bebida, ou para uma aula ao ar livre, contrariando as orientações da conservadora diretoria da universidade. Este foi o segundo filme escrito e dirigido por Wayne Roberts (o primeiro foi “Katie Says Goodbye”, de 2016). “O Professor” é excelente, um filme inteligente e bem-humorado. O elenco conta ainda com as presenças de Danny Huston, Zoey Deutch e Ron Livingston. Mas o destaque é mesmo Johnny Depp com uma atuação genial.