sexta-feira, 8 de julho de 2016
“AMOR AO PRIMEIRO FILHO” (“ANGE & Gabrielle”), 2015, é
uma comédia romântica francesa ainda não exibida por aqui nos cinemas. Foi
lançada diretamente em DVD. Pena, pois o filme é bastante divertido e
simpático, além de ambientado nos cenários deslumbrantes de Paris. O casal de protagonistas é formado pelo feio/charmoso Patrick Bruel e pela bonita Isabelle Carré, atores
franceses muito competentes. Trata-se do primeiro filme escrito e dirigido por Anne
Giafferi. Uma ótima estreia. A história: o arquiteto Ange Pagani (Bruel) é
surpreendido em seu escritório com a visita de Gabrielle (Carré), até então, para ele, uma
ilustre desconhecida. Ela diz que sua filha Claire (Alice de Lencquesaing) ficou
grávida e acusa o filho de Pagani, Simon (Thomas Soliveres), de tê-la engravidado.
Pagani fica uma fera, pois afirma que nunca soube que tinha um filho. O
primeiro encontro entre Pagani e Gabrielle termina em desavença, tapas e
ofensas, mas o espectador logo percebe que os dois vão acabar se apaixonando.
Nem mesmo esse fato tão previsível prejudica o transcorrer da história, repleta
de cenas divertidas (Pagani é hipocondríaco crônico e suas consultas com o
médico são hilariantes). Para um gênero repleto de bobagens cinematográficas, esta
comédia romântica é uma das poucas raridades que merecem ser vistas.
quinta-feira, 7 de julho de 2016
“BLACKWAY”, 2015, EUA, direção do sueco Daniel
Alfredson (“A Menina que brincava com Fogo” e “Jogada de Mestre”). É um filme
de ação e suspense baseado no romance “Go With Me”, escrito por Castle Freeman
Jr. Aliás, foi com esse nome que o filme foi exibido no Festival de Veneza
2015, mas, quando lançado comercialmente, recebeu o título "Blackway". O vilão da história é Blackway (Ray Liotta), um ex-policial psicopata que
um dia resolve assediar de forma violenta a jovem Lillian (Julia Stiles),
atendente de um bar. Ela procura o xerife da cidade e denuncia Blackway. Com
medo, o homem da lei a aconselha a deixar a cidade. Revoltada com a situação,
ela procura ajuda junto aos trabalhadores de uma madeireira e consegue o apoio
de Lester (Anthony Hopkins) e Nate (Alexander Ludwig). Lester também tem uma
razão especial para se vingar de Blackway. Os três partem então para uma
floresta onde Blackway tem seu reduto. O desfecho é mais do que previsível. Algumas
cenas, de tão ruins, acabam sendo constrangedoras, como a briga no bar logo no
início. Os Trapalhões faziam brigas bem melhores. O filme, no geral, é muito
fraco e não entendo por que um ator da grandeza de Anthony Hopkins se propôs a
participar. Quem sabe pela amizade com o diretor, que já o dirigiu em “Jogada
de Mestre”. Portanto, fica a dica: se o filme chegar por aqui, prefira levar a
família para comer uma pizza...
“A TERRA E A SOMBRA” (“La Tierra y La Sombra”), 2015, Colômbia, marca a estreia na direção
de longas de César Acevedo. Uma bela estreia, aliás, pois o filme é muito bom. Toda
a história é ambientada numa região de plantações de cana-de-açúcar. O filme
começa com a volta de Alfonso (Haimer Leal), depois de 17 anos, à sua antiga
casa, onde vivem seu filho, a nora, o neto e sua antiga esposa. Seu filho
Gerardo (Edison Raigosa) está gravemente doente, o que obrigou sua esposa Esperanza
(Marleyda Soto) e sua mãe Alícia (Hilda Ruiz) a trabalhar como cortadoras de
cana para suprir as despesas da casa. O filme é impactante ao mostrar a
realidade nada fácil dos cortadores de cana, que trabalham muito e em condições
insalubres, ganham mal e vivem abaixo da linha da miséria. Gerardo, por
exemplo, que trabalhava como cortador de cana, acabou tendo sérios problemas
respiratórios que o paralisaram na cama. Diante de tantas dificuldades, a
família de Alfonso permanece unida e com força para seguir adiante. Todos os
atores são amadores e suas faces sofridas fornecem maior credibilidade aos
personagens. O filme conquistou o Prêmio “Caméra D’Or” (melhor filme de diretor
estreante) e o Grande Prêmio da Mostra Semana da Crítica do Festival de Cannes
2016. Por aqui, foi exibido na 39ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em outubro de 2015. Um belo filme a ser conferido.
quarta-feira, 6 de julho de 2016
Representante
da Áustria na disputa do Oscar 2016 de Melhor Filme Estrangeiro, “BOA NOITE, MAMÃE” (“Ich Seh, Ich Seh”) é um terror psicológico dos melhores. Não
economiza nos sustos, nas torturas sádicas e no clima de tensão que percorre
toda a duração do filme (1h40). Toda a ação é ambientada numa bela casa à beira
de um lago. Os irmãos gêmeos Lukas (Lukas Schwarz) e Elias (Elias Schwarz), de
9 anos, recebem a mãe de volta do hospital, onde passou por uma cirurgia de reconstrução
facial depois de um acidente. Dia após dia, Lukas e Elias reparam que as atitudes
e o comportamento da mãe mudaram e passam a desconfiar que a mulher não passa
de uma farsante. O desenrolar dos acontecimentos também leva o espectador a
duvidar da real identidade da mulher, mas, ao mesmo tempo, faz acreditar que
ela pode ser a verdadeira mãe. Os gêmeos, porém, não têm dúvida: a mulher não é
sua mãe verdadeira. Criar a expectativa sobre o que vai acontecer no final é o
grande mérito do roteiro, escrito pela dupla Veronica Franz e Severin Fiala –
eles também dirigiram. Aliás, sou obrigado a confessar: terminou o filme e eu
não soube definir o que aconteceu. Assista e tire suas próprias conclusões.
Em
1952, uma violenta tempestade atingiu a Costa da Nova Inglaterra (EUA),
resultando no naufrágio de dois navios petroleiros. Um deles, o “SS Pendleton”,
foi partido ao meio, deixando mais de 30 tripulantes à beira da morte. Numa
missão quase suicida, um pequeno barco da Guarda Costeira sai em socorro dos
possíveis sobreviventes. E consegue salvá-los, naquele que é considerado o
maior ato heroico da Guarda Costeira dos EUA. Claro que a história dava um
filme. A Disney apostou e bancou “HORAS DECISIVAS” (“The
Finest Hours”), 2015, direção de Graig
Gillespie (“A Garota Ideal”). O herói é Bernie Webber (Chris Pine), que topa
conduzir o pequeno barco para o alto-mar, enfrentando ondas de mais de 20
metros de altura e ventos com a força de um furacão. Além disso, no trajeto,
perde a bússola e o motor do barco começa a apresentar defeito. Enquanto isso,
na metade que sobrou do “SS Pendleton”, Raymond Sybert (Casey Affleck, irmão do
Ben) assume o comando da tripulação, tentando fazê-la acreditar que o
salvamento chegará. As cenas no mar são bem feitas e não há como o espectador
não ficar tenso com a situação. O filme é um ótimo programa para uma sessão da
tarde com pipoca. E dramin, claro... Completam o elenco Eric Bana, Ben Foster e
Holliday Grainger.
terça-feira, 5 de julho de 2016
Baseada
nas últimas semanas de vida do poeta romântico alemão Heinrich von Kleist, em
1811, a austríaca Jessica Hausner escreveu o roteiro e dirigiu “AMOR LOUCO” (“AMOUR
FOU”), 2014. Em dificuldades financeiras e em crise existencial, Kleist fica
obcecado pela ideia de se suicidar. O problema é que ele não quer morrer
sozinho. Quer um suicídio duplo, conforme manda a tradição romântica da época,
de preferência junto com a mulher amada. Ele tenta persuadir a prima Marie a
entrar no seu jogo trágico. Não consegue. Então desvia sua atenção para a bela
Henriette Vogel (Birte Schonoeink), esposa de um empresário bem sucedido que o
recebe em casa para os saraus de sexta-feira, onde o poeta recita seus novos poemas
e Henriette canta para os convidados. De início, Henriette foge ao assédio de
Kleist. Porém, poderá mudar de ideia quando descobre que sofre de uma doença incurável e
tem pouco tempo de vida. O tratamento dado à história é bastante teatral, a
casa de Henriette funcionando como palco. Na maioria das cenas, Hausner utiliza
a câmera fixa, com enquadramentos que lembram quadros de pintores clássicos da
época. O filme foi apresentado no Festival de Cannes e venceu o Prêmio de Melhor
Filme no Lisbon/ Estoril Film Festival. Alerto: não é um filme fácil de
assistir. É monótono e, em alguns momentos, como nas cantorias dos saraus, terrivelmente
entediante.
“MIDNIGHT SPECIAL”, 2015, EUA, roteiro e direção de
Jeff Nichols (“Amor Bandido” e “O Abrigo”), é um filme de ficção científica
ambientado nos dias atuais. A história é centrada no garoto Alton (Jaeden
Liberher), de 8 anos de idade, que possui poderes especiais, entre os quais
ouvir ondas de rádio e decifrar coordenadas de satélites. Além disso, não pode
sair à luz do dia e é obrigado a usar óculos escuros, já que seus olhos emitem raios
de luz. A notícia de um garoto com esses poderes chega não apenas à Imprensa,
mas também às autoridades norte-americanas, entenda-se o FBI. Preocupado em
proteger o garoto, seu pai biológico, Roy (Michael Shannon), o sequestra de
onde estava vivendo, um rancho administrado por religiosos extremistas. Para
isso, conta com a ajuda do amigo policial Lucas (Joel Edgerton). Daí para
frente, o filme se transforma num road movie
com algum suspense. Estão ainda no elenco Kirsten Dunst, Sam Shepard e Adam
Driver. Como não sou fã de filmes de ficção científica, não gostei também deste
– achei a história uma bobagem sem tamanho -, embora tenha sido elogiado pela
crítica quando de sua exibição no Festival de Berlim. Recomendo apenas para os
fãs do gênero.
segunda-feira, 4 de julho de 2016
“ROCK EM CABUL” (“Rock The Kasbah”), EUA, 2015, direção do veterano Barry
Levinson. Richie Vance (Bill Murray) é um empresário norte-americano decadente,
quase falido, que vende seus serviços dizendo (mentindo) que descobriu Madonna
e outros astros da música. A fase é terrível e ele só tem uma cantora para
empresariar, a jovem Roonie (Zoey Deschanel, ótima). Cansado de tentar colocá-la
para atuar em bares de quinta categoria, ele aceita a ideia de um bêbado: levar
Roonie para entreter as tropas norte-americanas no Afeganistão. Chegando lá, com
medo da reação dos afegãos, Roonie foge e leva todo o dinheiro e o passaporte
de Richie. A partir daí, o empresário se meterá em muitas confusões,
principalmente depois de conhecer o mercenário Bombaim Brian (Bruce Willis), a
garota de programa Merci (Kate Hudson, linda e sedutora) e, principalmente, a
jovem Salima Khan (Leem Lubany). Esta última, descoberta por Richie enquanto cantava
escondida numa caverna, é levada para cantar no programa Afghan Star,
equivalente ao famoso American Idol. Só que Salima é uma jovem pachtun e sua família a proíbe de se
apresentar na TV, ainda mais cantando em inglês. A vida dela e a de Richie correm
perigo depois do sucesso da apresentação. Nos créditos finais aparece que o
filme é dedicado à jovem Setara Hussainzada, que desafiou a família e os talibãs
para cantar no Afghan Star. O filme é uma comédia e quem dá show é novamente
Bill Murray. Uma das cenas mais hilariantes é quando ele fica desorientado
depois de seu carro ser atingido por uma bomba. É pra rolar de rir. Diversão
garantida!
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