Imagine a
cena: a diva italiana Sophia Loren, aos 86 anos, dançando um samba com um
transexual. E mais: o samba é “Malandro”, cantado por Elza Soares. A cena
realmente acontece e, por si só, já vale o ingresso. Estou falando do drama “ROSA
E MOMO” ("LA VITA DAVANTI A SÉ”), que marca a volta (triunfal!) de
Sophia ao cinema, depois de 10 anos do último longa-metragem no qual atuou. Dirigido
por Edoardo Ponti, filho da atriz com o produtor Carlo Ponti, “Rosa e Momo”
teve o roteiro assinado por Ugo Dhiti e Fabio Natale, que se inspiraram no
romance “La Vie Devanti Soi”, do escritor francês Romain Gary. Trata-se de uma
história de amor, tolerância e amizade. Madame Rosa (Sophia) é uma judia
sobrevivente de Auschwitz e ex-prostituta que mantém uma pequena creche
destinada a abrigar menores abandonados, principalmente filhos de prostitutas.
Sua rotina acaba mudando quando concorda em acolher Momo (Ibrahima Gueye), um
garoto senegalês de 12 anos, até então sob a guarda do dr. Coen (Renato
Carpentireri), amigo de longa data de Rosa. Momo, de 12 anos, é um menino bastante
problemático, vive se metendo em encrencas e, pior, vende drogas nas ruas a
mando de um traficante (Massimiliano Rossi). No início, a convivência com Momo
é muito difícil, mas aos poucos Rosa vai ganhando a confiança do garoto, com o
qual viverá uma grande amizade. Ambientado na bela cidade litorânea de Bari, no
sul da Itália, o filme é realizado com grande sensibilidade por Edoardo Ponti. “Rosa
e Momo” tem como trunfo principal a atuação da veterana Sophia Loren e do
estreante Ibrahima Gueye, responsáveis pelos momentos mais cativantes e comoventes
do filme. Ao lado do pote de pipoca, deixe de prontidão uma caixa com lenços de
papel. Ah, o filme é ótimo.