quinta-feira, 19 de novembro de 2020

 

Imagine a cena: a diva italiana Sophia Loren, aos 86 anos, dançando um samba com um transexual. E mais: o samba é “Malandro”, cantado por Elza Soares. A cena realmente acontece e, por si só, já vale o ingresso. Estou falando do drama “ROSA E MOMO” ("LA VITA DAVANTI A SÉ”), que marca a volta (triunfal!) de Sophia ao cinema, depois de 10 anos do último longa-metragem no qual atuou. Dirigido por Edoardo Ponti, filho da atriz com o produtor Carlo Ponti, “Rosa e Momo” teve o roteiro assinado por Ugo Dhiti e Fabio Natale, que se inspiraram no romance “La Vie Devanti Soi”, do escritor francês Romain Gary. Trata-se de uma história de amor, tolerância e amizade. Madame Rosa (Sophia) é uma judia sobrevivente de Auschwitz e ex-prostituta que mantém uma pequena creche destinada a abrigar menores abandonados, principalmente filhos de prostitutas. Sua rotina acaba mudando quando concorda em acolher Momo (Ibrahima Gueye), um garoto senegalês de 12 anos, até então sob a guarda do dr. Coen (Renato Carpentireri), amigo de longa data de Rosa. Momo, de 12 anos, é um menino bastante problemático, vive se metendo em encrencas e, pior, vende drogas nas ruas a mando de um traficante (Massimiliano Rossi). No início, a convivência com Momo é muito difícil, mas aos poucos Rosa vai ganhando a confiança do garoto, com o qual viverá uma grande amizade. Ambientado na bela cidade litorânea de Bari, no sul da Itália, o filme é realizado com grande sensibilidade por Edoardo Ponti. “Rosa e Momo” tem como trunfo principal a atuação da veterana Sophia Loren e do estreante Ibrahima Gueye, responsáveis pelos momentos mais cativantes e comoventes do filme. Ao lado do pote de pipoca, deixe de prontidão uma caixa com lenços de papel. Ah, o filme é ótimo.          

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