sexta-feira, 21 de outubro de 2016

“ELVIS & NIXON”, EUA, 2015. No dia 21 de dezembro de 1970, o cantor Elvis Presley esteve na Casa Branca em visita ao então presidente Richard Nixon. O encontro, a pedido do ídolo do rock, só foi aceito por insistência da filha mais velha de Nixon, fã de Elvis. O que de fato se sabe é que Elvis estava muito preocupado com os rumos da nação norte-americana e de sua juventude, principalmente com relação às drogas, e por isso pediu uma audiência especial na Casa Branca. Elvis também queria um distintivo de agente policial a paisana para ajudar o governo no que fosse necessário. Não há documentos nem gravações do que foi conversado entre os dois. Mesmo assim, num exercício de criatividade e baseados nas personalidades de Elvis e Nixon, os roteiristas Suzan Stadner, Cary Elwes e Joe Sagal imaginaram e escreveram como teria sido a conversa do Rei do Rock com o presidente da nação mais poderosa do mundo. O filme explora em grande parte os fatos que antecederam a visita. O encontro em si é de pouca duração. A diretora Liza Johnson (“Amores Inversos”) manteve o bom humor do roteiro e fez um filme delicioso de assistir, escalando dois dos melhores atores da atualidade: Michael Shannon (Elvis) e Kevin Spacey (Nixon). O fato de não terem qualquer semelhança com os personagens valoriza o tom irônico e cômico empregado no filme. Algumas cenas são hilariantes, como aquelas em que o verdadeiro Elvis é confundido com um de seus inúmeros sósias e imitadores. Curiosidade: a foto oficial do encontro, que realmente aconteceu, é, até hoje, a mais requisitada aos Arquivos Nacionais do Governo dos EUA. Imperdível!                           
 
              

                                  

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

“DOCE VENENO” (“Un Moment D’Égarement”), 2015, França, direção de Jean-François Richet, que também escreveu o roteiro em parceria com Lisa Azuelos. Trata-se de uma comédia, refilmagem de outro filme francês com o mesmo título, de 1977, dirigido por Claude Berri. Dois amigos de longa data, Antoine (François Cluzet) e Laurent (Vincent Cassel), resolvem sair de Paris e passar uns dias na paradisíaca ilha de Córsega, levando suas respectivas filhas, Louana (Lola Le Lann) e Marie (Alice Isaaz),  ambas na faixa dos 17 anos. Eles se hospedam na antiga casa de Antoine, na qual ele passou sua infância. Antoine, recém-separado, é durão com a filha Louana, enquanto Laurent é mais liberal com Marie. Aliás, a maneira como um e outro educa a filha é motivo de muita discussão. Mas o que ninguém esperava acaba acontecendo: Louana se apaixona por Laurent e tenta seduzí-lo de tudo o que é jeito. Esse assédio – e a fuga dele por Laurent – rende os melhores momentos de humor do filme. Esconder o fato do seu melhor amigo e da própria filha atormentará Laurent até o final. O enredo me fez lembrar uma comédia norte-americana, de 2011, “A Filha do Meu Melhor Amigo”, onde uma ninfeta (Leighton Meester) também se envolve com um quarentão. A versão norte-americana é muito mais recatada. O filme francês tem até nu frontal e cenas quentes de sexo – sem ser explícito. Portanto, tirem as crianças da sala e aproveitem para se divertir com essa boa comédia francesa.                      
 
              

                                  

terça-feira, 18 de outubro de 2016

“RESSURREIÇÃO” (“Risen”), EUA, 2015, direção de Kevin Reynolds, conta um episódio bíblico pouco explorado pelo cinema. A mando do governador romano Pôncio Pilatos (Peter Firth), o comandante militar Clavius (Joseph Fiennes) recebe a missão de evitar uma revolta em Jerusalém após a crucificação do Messias. Pouco depois, Pilatos convoca novamente Clavius para investigar o desaparecimento do corpo de Yeshua (Jesus), que havia sido confinado em uma gruta. Os rumores davam conta de que Jesus havia ressuscitado, algo inconcebível para os incrédulos romanos e, politicamente, um desastre. Clavius infiltra-se entre os apóstolos e discípulos, acompanhando sua peregrinação e presenciando as três aparições de Jesus depois de ressuscitado. Clavius também terá a oportunidade de testemunhar alguns milagres. Pela primeira vez no cinema, que eu me lembre, Jesus não é interpretado por um ator branco, cabelos longos e olhos claros. Aqui, ele é interpretado pelo ator neozelandês Cliff Curtis, moreno de pele escura, quase um mulato, tipo indiano. O roteirista Paul Aiello e o diretor Kevin Reynolds (“Robin Hood: O Princípe dos Ladrões” e “Tristão & Isolda”), criaram um filme bastante interessante e esclarecedor. Para quem curte filmes bíblicos, trata-se de um ótimo programa.                   

 

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

“ÁGUAS RASAS” (“The Shallows”), 2016, EUA, direção do espanhol Jaume Collet-Serra, é um suspense de arrepiar. Para colocar a cabeça em ordem depois da morte recente da mãe, o que a fez abandonar a faculdade de medicina, a jovem Nancy (Blake Lively) resolve passar uns dias surfando numa praia isolada do litoral mexicano. Tudo vai bem até um enorme tubarão branco aparecer e atacar a moça, quase arrancando a sua perna esquerda. Nancy passa o filme inteiro fugindo do feroz agressor, primeiro subindo numa baleia morta, depois num recife de corais ― até a maré subir ― e por fim numa boia de sinalização. Se a briga entre a bela surfista e o tubarão já vale o filme, o espectador ainda vai aproveitar para curtir um cenário paradisíaco e deslumbrante, onde se destaca um mar de azul transparente, valorizado por espetaculares imagens aéreas e subaquáticas, acrescidas de ótimas sequências de surfe. O clima de suspense predomina do começo ao fim, num ritmo bastante ágil, apesar de ter apenas uma personagem em cena durante a maior parte dos 90 minutos de filme, como já aconteceu em filmes como "127 Horas", com James Franco, "Até o Fim", com Robert Redford, e "Náufrago", com Tom Hanks. O diretor espanhol acerta mais uma vez, como já tinha conseguido em ótimos filmes como “A Órfã”, “Sem Escalas” e “A Casa de Cera”. E a loiraça Blake Lively, que ganhou destaque após ser a principal protagonista de “A Incrível História de Adaline”, também dá conta do recado, comprovando ser uma ótima atriz. Programão perfeito para uma sessão da tarde com pipoca.