quinta-feira, 14 de abril de 2022

 

“UM JANTAR ENTRE ESPIÕES” (“ALL THE OLD KNIVES”), 2022, Estados Unidos, produção original Amazon Studios, 1h41m, direção do cineasta dinamarquês Janus Metz Pedersen (da série “True Detective”). Trata-se de uma adaptação para o cinema do livro homônimo de 2015 escrito por Olen Steinhauer, que também é o autor do roteiro, por sinal primoroso. Trata-se de um thriller de espionagem envolvendo um caso ocorrido em 2012. Um avião foi sequestrado por terroristas chechenos no aeroporto de Viena. Os agentes do escritório da CIA na capital austríaca foram mobilizados para ajudar a polícia. Entre os passageiros do avião havia um agente que fornecia informações sobre o que estava ocorrendo dentro da aeronave. Não se sabe como, os terroristas foram avisados de que havia o tal agente entre os passageiros. Ele foi morto e seu corpo atirado para fora do avião. Não havia o que fazer e logo aconteceria uma matança generalizada, provocando a morte de todos os passageiros, tripulantes e terroristas. Quando o pessoal da CIA em Viena começou a investigar o que aconteceu, chegou-se à conclusão de que alguém do escritório ajudou os terroristas a identificar o agente entre os passageiros. Ou seja, um traidor. Mas quem? O agente Henry Pelham (Chris Pine) ficou encarregado da investigação. Oito anos depois, sem chegar a nenhuma conclusão, Henry vai até a Califórnia para reencontrar Celia Harrison (Thandiwe Newton), que na época também trabalhava no escritório da CIA em Viena. Henry e Celia eram amantes e, depois da tragédia, se desencontraram. Celia voltou para os Estados Unidos, casou e agora era mãe de três filhos. Os antigos colegas de trabalho combinaram um jantar para conversar sobre os fatos que aconteceram em Viena. Durante o encontro, eles rememoraram todos os pormenores que envolveram o trabalho da CIA em Viena, tentando, com essas memórias, quem sabe descobrir quem havia sido o traidor. O jantar toma quase metade da projeção, entremeado pelas lembranças transformadas em flashbacks, o que não deixa o filme cair no tédio em nenhum momento. No desfecho, para valorizar ainda mais a história, acontece uma surpreendente e inesperada revelação. Além de Thandiwe e Pine, completam o elenco Jonathan Price, Laurence Fishburne, Orli Shuka, Gala Gordon, Corey Johnson, Colin Stinton, Erhard Kamel, David Bedella, David Dawson, Nasser Memarzia e Jonjo O’Neill. Resumo da ópera: o filme é excelente, muito acima da média entre os filmes de espionagem lançados nos últimos anos. Filmaço!                                                                

 

terça-feira, 12 de abril de 2022

 

“LAÇOS DE AFETO” ("IL FILO INVISIBLE”), 2021, Itália, disponível na plataforma, 1h43m, direção de Marco Simon Puccioni, que também assina o roteiro em parceria com Luca De Bei e Gianluca Bernardini. A atriz e diretora Valeria Golino é a produtora. Trata-se de uma comédia dramática, com mais humor que drama, leve, sensível e comovente. A história é centrada no adolescente Leone Ferrari (Francesco Gheghi), filho do casal de gays Paolo Ferrari (Filippo Timi) e Simone Lavia (Francesco Scianna). Com a “colaboração técnica” de ambos, Leone foi gerado na barriga de uma amiga norte-americana, Tilly Nolan (Jodhi May). Mesmo com as gracinhas que ouve diariamente no colégio, Leone adora os pais, tanto que está produzindo um vídeo sobre sua família, com a colaboração de seu colega e melhor amigo Jacopo (Emanuele Maria Di Stefano). Trata-se de um trabalho de encerramento de curso, para ser exibido na festa de formatura. Mesmo com a traição de um dos seus pais e a consequente crise conjugal, Leone continuou a produzir o vídeo. Nesse meio tempo, ele também conhece Anna (Giulia Maenza), uma aluna nova no colégio, por quem se apaixona. O elenco é ótimo, a história é contagiante, o ritmo é intenso e as cenas de humor são hilariantes. Tudo funciona com perfeição no filme, que é muito simpático e divertido, agradável de assistir. Não perca!                                                               

 

domingo, 10 de abril de 2022

 

“FURIOZA”, 2021, Polônia, 2h19m, direção de Cyprian T. Olencki, que também assina o roteiro com a colaboração de Tamasz Klimala. Desde que estreou na Netflix, dia 6 de abril de 2022, “Furioza” é um dos filmes mais vistos da plataforma. Trata-se, sem dúvida, de um filme bastante impactante, um dos mais violentos produzidos nos últimos anos e, sem dúvida, o mais violento no cardápio da Netflix. Quando o grupo foi criado, seu principal objetivo era formar uma torcida organizada para torcer pelo time de futebol local. Aos poucos, porém, a violência começou a fazer parte da sua rotina. Dessa forma, marcavam brigas coletivas com outras torcidas, em confrontos bastante violentos, muito sangue jorrando. Uma parte da “Furioza”, porém, passou a traficar drogas e isso chamou a atenção da polícia. Diante do problema, a policial Dzika (Weronika Ksiazkiewicz) pediu ao seu namorado, o médico e ex-hoolligan David (Mateusz Banasiurd), para se infiltrar na gangue, prometendo que não prenderia seu irmão Kashubian (Wojciegh Zielinski), acusado de um outro delito. Muita água vai rolar e muito sangue vai jorrar até o desfecho. Pelas cenas de luta bastante realistas e violentas, o filme é desagradável de assistir e difícil de digerir, mas uma coisa é certa: é muito bem feito e tem tudo para agradar quem curte filmes de ação com pancadaria. Aliás, o filme tem sido um grande sucesso de público e crítica na Polônia desde que chegou aos cinemas em outubro de 2021 – proibido para menores de 18 anos, claro. O filme agradou tanto que no começo deste ano foi transformado em uma minissérie em quatro capítulos a ser exibida no Canal+. Além disso, concorreu em várias categorias ao Prêmio “Polish Film Awards”. Não é recomendável para quem tiver estômago sensível.                                                     

 

 

“MEDO DE CHUVA” (“FEAR OF RAIN”), 2021, Estados Unidos, disponível na plataforma Amazon Prime Video, 1h32m, roteiro e direção de Castille Landon. Trata-se de um suspense psicológico com algumas pitadas de terror. A história é centrada na jovem Rain Burroughs (Madison Iseman), que sofre de esquizofrenia, ouve vozes e de vez em quando tem surtos e alucinações, além de visões fantasmagóricas. Em suas alucinações, ela é atacada por um psicopata na floresta, vê larvas saindo das suas mãos e sangue jorrando das paredes. Rain sofre bullying na escola, onde tem a fama de louca. Por causa disso tudo, Rain, filha única, torna-se um tormento e uma preocupação constante para os pais Michelle (Katherine Heigl) e John (Harry Connick Jr.). A situação se complica ainda mais quando Rain afirma que viu a vizinha Dani McConnell (Eugenie Bondurant) torturando uma menina na janela. Foi mais um delírio? A acusação acaba envolvendo a polícia, que chega à conclusão que Rain está mentindo. Para provar o que afirmou, ela conta com a ajuda de Caleb (Israel Broussard), um novo colega de classe por quem ela se apaixona, mesmo que tenha dúvida se ele existe ou é mais uma alucinação. Mesmo com o risco de ser internada em uma clínica psiquiátrica, Rain enfrenta o desafio de esclarecer o mistério da casa da vizinha, que por sinal é sua professora no colégio. O filme é um tanto arrastado, com muito papo furado entre a jovem e seus pais. Pouca coisa acontece, não há sustos convincentes nem mesmo muita tensão, restando esperar pelo desfecho. Madison Iseman convence como a jovem doente, assim como Katherine Heigl, uma bonita atriz que estamos acostumados a ver em comédias românticas, e por fim Harry Connick Jr., um cantor e pianista de jazz que também deu certo no cinema. Até agora estou tentando descobrir a relação do título “Medo de Chuva” com a história. Trocando em miúdos, trata-se de mais uma bobagem cinematográfica daquelas bem descartáveis.