sábado, 3 de março de 2018



“BORG vs. MCENROE”, 2017, Suécia/Dinamarca, direção de Janus Metz Pedersen, com roteiro de Ronnie Sandahl. O filme apresenta os bastidores dos meses que antecederam a disputa do Torneio de Wimbledon de 1980, quando o tenista nº 1 do mundo, o sueco Björn Borg, tentaria sua quinta vitória consecutiva, atingindo um feito inédito. Em seu caminho, porém, estava o norte-americano John McEnroe. Tudo levava a crer que a final seria entre os dois, o que a mídia da época já alardeava como a partida do século. Os grandes tenistas tinham temperamentos completamente diferentes: Borg, de 24 anos, era frio e calculista, jogava no fundo da quadra e tinha enorme paciência para conquistar os pontos – por isso, era chamado de “IceBorg”; McEnroe, com 20 anos, era explosivo, sacava e corria para a rede para fechar os pontos, reclamava toda hora com o juiz de cadeira e brigava com o público. Enquanto Borg era idolatrado, McEnroe era odiado e sempre vaiado pelos torcedores. Pressionado com a perspectiva de conquistar o seu 5º título consecutivo de Wimbledon, Borg sofria com a pressão de sair vitorioso, o que gerou desentendimentos com o seu treinador Lennart Bergelin (Stellan Skarsgard) e com a namorada Mariana Simionescu (Tuva Novotny). Ou seja, Borg não era aquele tenista livre de sentimentos. Borg é interpretado com muita competência pelo ator sueco Sverrir Gudnason, que tem uma incrível semelhança física com o grande tenista. O ator Shia Labeouf faz um McEnroe bastante antipático e histérico, exatamente o perfil do original. Enfim, o filme deve agradar apenas aos amantes do tênis, principalmente aqueles que curtiram e acompanharam a trajetória dessas duas lendas do esporte. O filme teve sua estreia mundial durante o 42º Festival de Toronto, em setembro de 2017.                 

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018


“MARSHAL”, EUA, 2017, direção de Reginald Hudlin. Trata-se de um ótimo drama de tribunal, que ficou melhor ainda por ser baseado em fatos reais. Ambientado no início dos anos 40, o filme recorda um dos casos mais famosos do advogado Thurgood Marshall (Chadwick Boseman, o “Pantera Negra” atualmente em cartaz), que anos mais tarde seria o primeiro juiz afro-descendente a pertencer à Corte Suprema Americana. Em início de carreira, Marshall percorria o território norte-americano como advogado da ANPPC (Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor), defendendo os negros acusados, justa ou injustamente, por algum crime – ser negro nos EUA, naquela época, era meio caminho andado para a prisão. O caso retratado no filme relembra como Marshall atuou na defesa do motorista particular Josepho Spell (Sterling K. Brown), acusado de estuprar e tentar assassinar sua patroa, a socialite Eleonor Strubing (Kate Hudson, ótima como mulher fatal). Durante o julgamento, Marshall contou com a colaboração de Sam Friedman (Josh Gad), um advogado bastante atrapalhado e responsável por várias e ótimas cenas de humor. A surpreendente reviravolta no final torna o filme ainda mais interessante. “Marshall” disputará o Oscar 2018 na categoria Melhor Canção Original (“Stand up for Something”).             

domingo, 25 de fevereiro de 2018

Mais do que um excelente filme, “O DESTINO DE UMA NAÇÃO” (“Darkest Hour”) é uma verdadeira e saborosa aula de História, cujo principal personagem é Winston Churchil, primeiro-ministro inglês que comandou a resistência aliada contra as forças alemãs de Hitler. O filme, escrito por Anthony McCarten e dirigido por Joe Wright, aborda os bastidores da política inglesa no início da Segunda Guerra Mundial, quando o Parlamento e o Rei George VI decidem destituir Neville Chamberlain do cargo de primeiro-ministro e colocar Winston Churchil em seu lugar. De início, Churchil é pressionado pelo comitê de guerra para negociar um tratado de paz com Hitler, pois havia o temor de que as tropas alemãs invadissem a Inglaterra. Churchil foi contra essa ideia e, com seus discursos de forte cunho patriótico, motivou o povo inglês a pegar em armas contra os nazistas. O filme dá grande destaque ao episódio de Dunquerque, quando 300 mil soldados ingleses foram encurralados no litoral francês pelo forte exército alemão. Churchil, interpretado com maestria pelo ator Gary Oldman, é humanizado e apresentado como um político surpreendentemente indeciso, apreciador de uísque e comidas gordurosas no café da manhã, além dos seus inseparáveis charutos e champanhe no almoço e no jantar. O filme disputará o Oscar 2018 em seis categorias: Melhor Filme, Ator, Fotografia, Direção de Arte, Figurino e Maquiagem. Estão no elenco, além de Oldman, Kristin Scott Thomas, Lily James, Ronald Pickup, Ben Mendelsohn e Stephen Dillane. O filme é ótimo, simplesmente imperdível!