sexta-feira, 7 de março de 2014

“Oldboy – Dias de Vingança” (“Oldboy”), de 2013, direção de Spike Lee, é mais uma prova contundente da falta de roteiristas criativos na indústria cinematográfica do Tio Sam. Trata-se de um novo remake, desta vez do filme sul-coreano “Oldboy” de 2003 dirigido por Park Chan-wook. O executivo Joe Douchett (Josh Brolin) é sequestrado e fica preso num quarto, isolado, durante 20 anos. Ele nem imagina o motivo. Pelo noticiário da TV instalada no quarto, ele ouve a notícia do assassinato da mulher. Os sequestradores forjam tudo, espalham provas na cena do crime como se Joe tivesse feito tudo aquilo. A filha de três anos, Mia, é entregue para adoção. Durante todo o período em que fica preso, Joe treina artes marciais através de um programa na TV. Quando é libertado, vira uma arma mortal e aí vai tentar descobrir quem o sequestrou e o manteve preso durante 20 anos e o motivo pelo qual fez isso. A partir daí, a pancadaria vai correr solta. Nesse meio tempo, ele conhece Marie (Elizabeth Olsen), uma assistente social, pela qual acaba se apaixonando. No final, uma reviravolta de embrulhar o estômago – o estômago dele, Joe. É um filme bastante interessante não apenas para quem quiser comparar as duas versões, mas pelo trabalho de Spike Lee, que, todo mundo sabe, é um diretor diferenciado, que tem um estilo próprio de filmar. Vale a pena conferir! 

quinta-feira, 6 de março de 2014

“Desafio no Ártico” (“The Snow Walter”) é um filme repleto de ação e aventura, daqueles em que a gente reúne a família na sala com muita pipoca. Trata-se de um filme canadense da Columbia Pictures produzido em 2003 e dirigido por Charles Martin Smith. O enredo é baseado no conto “Walk Well, my Brother”, de Farley Mowat. A história acontece em 1953, quando o piloto Charlie (Barrie Pepper), herói na 2ª Guerra Mundial, é designado pelo seu chefe Walter (James Cromwell), dono de uma companhia de aluguel de aviões pequenos, para testar um novo modelo de aeroplano. Ele aterrissa numa área deserta e encontra uma família de esquimós, cuja filha Kanaalaq (Annabella Piugattuk) parece estar com tuberculose. Charlie se compromete a levá-la a um hospital da cidade mais próxima, o que significará uma mudança no seu roteiro de viagem e também irá dificultar as buscas posteriores. Por causa de um problema mecânico, o avião acaba caindo numa região inóspita e gelada do Ártico canadense. A partir daí, a sobrevivência de ambos vai depender de muito sacrifício e da experiência de caçadora da jovem esquimó. O filme mantém um ritmo constante de ação e aventura até o final. Vale a pena!                 

terça-feira, 4 de março de 2014

A cineasta francesa Claire Denis fez filmes bem melhores que esse “Bastardos” (“Les Salauds”), que dirigiu em 2012 e que estreou no Festival de Cannes/2013.  Por exemplo, “35 Doses de Rum (2008), ou então “Minha Terra África” (2009). Não que “Bastardos” seja ruim. Mas é pesado demais, arrastado demais, escuro demais, os personagens são todos problemáticos, depressivos e estressados, e o enredo é um tanto confuso. Marco (Vincent Lindon) é comandante de navio e volta para terra quando seu cunhado se suicida. A irmã Sandra (Julie Battaille) está completamente falida e, ainda por cima, tem uma filha prostituta e drogada. Marco vende tudo que tem, até o carro e o relógio, para ajudar a irmã. No prédio em que aluga um apartamento, Marco conhece uma vizinha misteriosa, Raphaelle (Chiara Mastroianni), amante de um poderoso empresário, com a qual começa um caso. Daí para a frente, a história deixa de lado a coerência para entrar num labirinto de situações que pode deixar o espectador meio perdido. É um filme de difícil digestão, mas, como trunfo, conta com um elenco excelente. Além de Vincent,  Battaille e Mastroianni, tem ainda Michel Subor, Lola Creton, Alex Descas e Grégoire Colin. Só para os aficionados pelo cinema francês ou então para quem está estudando a língua.   
“Os filhos do Padre” (“Svecenikova Djeca”), de 2013, é uma comédia muito divertida. Trata-se de uma co-produção Croácia/Sérvia. Don Fabian (Kresimir Mikic) é um jovem padre católico designado para a paróquia de uma vila litorânea na Dalmácia, região do Mar Adriático. Nas primeiras semanas, ele percebe que não há nascimentos, só mortes. Intrigado, acaba descobrindo que o motivo é a alta demanda de preservativos. Fabian, então, resolve adotar uma medida drástica: furar as camisinhas. O resultado é um boom de nascimentos jamais visto na vila, o que vai gerar muita confusão, ainda mais pelo fato de que nem todo mundo na vila é santo ou fiel. O diretor Vinko Bresan, na base do humor, é claro, dá umas cutucadas na Igreja. Faz piadas envolvendo pedofilia e sexo. A mais engraçada, porém, acontece quando um bispo vem visitar a vila. Uma luxuosa lancha está atracando e um morador diz a Fabian que o barco deve ser de algum mafioso, no exato momento em que sai da lancha justamente o bispo. Além do filme ser bastante interessante e engraçado, deve-se destacar o fato de ter sido co- produzido por sérvios e croatas, que até pouco tempo atrás se digladiavam. É a arte promovendo a paz.        

segunda-feira, 3 de março de 2014

“Além da Fronteira” (“Out in the Dark”) é uma co-produção Israel/EUA/Palestina de 2012. Trata-se de um drama e conta a história do jovem palestino Nimer Masharawi (Nicholas Jacob), que frequentemente costuma burlar a segurança da fronteira com Israel para ir a boates homossexuais de Tel Aviv. Numa noite, conhece o advogado israelense Roy Schaefer (Michael Aloni). Os dois se apaixonam. Nimer faz teste para cursar Psicologia numa Escola de Tel Aviv e é aprovado. Com isso, ganha um passe livre para permanecer em território israelense, o que reforçará sua relação com Roy, que o convida para morar em seu apartamento. Só que vão ocorrer alguns imprevistos que mudarão o rumo da história. Por exemplo, a família de Namir descobre sua opção sexual e, pior, seu caso amoroso com um israelense, o que é considerado uma traição à causa palestina. Namir é expulso de casa. Nesse meio tempo, o serviço secreto de Israel descobre que Nabil (Jamil Khoury), irmão de Namir, pertence a uma organização terrorista e guarda armas em sua casa. Por causa disso, Namir perde o passe livre e é expulso de Israel. A situação fica crítica e Namir terá que contar com a ajuda de Roy para encontrar uma solução. A partir de sua metade, o filme ganha em ação e suspense, prendendo a atenção do espectador até o final. Como tudo isso vai acabar? Enfim, o filme é muito bom e sua qualidade fica ainda mais comprovada pelos vários prêmios que conquistou em festivais de cinema pelo mundo afora.     

domingo, 2 de março de 2014

 

 “O Último Roubo” (“Den Sorte Madonna”), de 2007, é uma comédia policial dinamarquesa com o ator Anders W. Berthelsen, dos ótimos “Rosa Morena” (co-produção brasileira) e “SuperClássico”. Ele faz um policial encarregado de investigar o roubo de um famoso quadro intitulado “A Madona Negra”. A tela havia sido roubada por uma quadrilha e acaba nas mãos de Maria (Tuva Novotny), filha de um dos ladrões. Além da polícia e da quadrilha que roubou o quadro, está atrás da obra um perigoso mafioso russo. Aí a confusão está armada. O filme tem bastante ação, cenas de filme pastelão, tiros, perseguições e até um romance. Os bandidos são todos atrapalhados. Com pipoquinha, numa sessão da tarde, até que dá para ver. E pela curiosidade de conhecer o humor dinamarquês.      
“Mary e Martha, Unidas pela Esperança” (“Mary & Martha), 2013, EUA/Inglaterra, conta uma história bonita e comovente (baseada em fatos reais). Os destinos de duas mães, uma residente nos EUA e a outra na Inglaterra, vão se cruzar na África. Ambas acabam de enfrentar dramas semelhantes: seus filhos são mortos pela malária no continente africano. Depois da tragédia, a norte-americana Mary (Hillary Swank) e a inglesa Martha (Brenda Blethyn) ficam por um tempo na África como voluntárias assistenciais ajudando as vítimas da doença. Era preciso, porém, mobilizar as autoridades mundiais para o grave problema. Havia necessidade primordial de remédios, médicos, comida, postos de saúde etc. Nos EUA, as duas conseguem uma audiência pública com uma Comissão especial do Congresso, durante a qual apresentam números impressionantes com relação à malária. Por exemplo: some-se o número de mortos nos conflitos do Oriente Médio desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967, até hoje; mais os mortos nas guerras da Coreia, Vietnã, Iraque e Afeganistão; mais os mortos em atentados terroristas realizados nos últimos vinte anos. Esse total, multiplicado por dois, é o equivalente ao número de mortes por malária no mundo em apenas um ano, em sua grande maioria crianças. A incidência maior acontece, é claro, na África. O filme é ótimo, mostra cenários deslumbrantes do continente africano e conta com duas grandes atrizes como Hillary Swank e, principalmente, a maravilhosa Brenda Blethyn. Simplesmente imperdível!