terça-feira, 29 de novembro de 2016
“CONEXÃO ESCOBAR” (“The Infiltrator”), 2016,
EUA, direção de Brad Furman (“O Poder e a Lei”). Durante cinco anos, na década
de 80, o agente federal norte-americano Robert Mazur trabalhou infiltrado no
cartel do traficante colombiano Pablo Escobar. Ele era o responsável pela
lavagem do dinheiro obtido com a venda de drogas nos EUA. Mazur contou toda a
história no livro “The Infiltrator”, agora adaptado para o cinema por
intermédio do roteiro escrito por Ellen Brown Furman. Mazur, aqui interpretado
pelo ator Bryan Cranston (indicado ao Oscar/2016 de Melhor Ator por “Trumbo”,
que perdeu injustamente para Leonardo DiCaprio), infiltrou-se no cartel com o
pseudônimo de Robert Musella, trabalhando com a ajuda dos agentes Emir Abreu
(John Leguizamo) e Kathy Ertz (Diane Kruger). Esse trabalho levou à prisão não
apenas vários chefões do tráfico, como também executivos do Bank of Credit and
Commerce International, instituição que lavava o dinheiro para o cartel. Mazur trabalha no limite do estresse, a cada momento vivendo o perigo de ver sua
verdadeira identidade de policial sendo revelada para os traficantes. Esses momentos de tensão são explorados com bastante competência pelo diretor
Furman.
segunda-feira, 28 de novembro de 2016
“CAVALOS DOMADOS” (“Broken Horses”), 2015,
EUA, é o primeiro filme em inglês escrito e dirigido pelo indiano Vidhu Vinod
Chopra. Ambientada numa cidade próxima da fronteira com o México, a história
começa com o assassinato do policial Gabriel Heckum (Thomas Jane). Seus dois filhos
adolescentes crescem e se separam mais tarde, seguindo rumos totalmente
diferentes. Buddy (Chris Marquette), o mais velho, faz parte da quadrilha do poderoso
e sanguinário Julius Hench (Vincent D’Onofrio), chefão envolvido com o tráfico
de drogas. Jake (Anton Yelchin, ator falecido em junho de 2016), o irmãos mais
novo, mora em Nova Iorque e segue promissora carreira como violinista clássico.
Ao retornar à cidade natal, depois de 8 anos, para anunciar seu casamento com
Vittoria (a atriz espanhola María Valverde) e convidar Buddy para padrinho,
Jake fica surpreso com a riqueza ostentada pelo irmão. Ao tentar descobrir como
Buddy ganhou tanto dinheiro, Jake acaba envolvido numa série de acontecimentos
que o farão se arrepender de ter feito a viagem. O drama até que vale para uma
sessão da tarde, mas está longe de ser um filme que mereça uma indicação
entusiasmada.
Depois de
escrever e dirigir o elogiado “Drive”, de 2011, o diretor dinamarquês Nicolas
Winding Refn achou que poderia ousar ainda mais. Escreveu e dirigiu também “DEMÔNIO DE NEON” (“The Neon Demon”), EUA,
2015, cuja estreia aconteceu no Festival de Cannes 2016, causando grande
polêmica – recebeu vaias da plateia. E polêmica é mesmo com Nicolas: durante suas
aparições públicas no festival francês, ele apareceu vestido com paletó, camisa
social, bermuda e chinelo de dedo. Ou seja, queria chocar e aparecer. Em “Demônio
de Neon”, ele conta a história de Jesse (Elle Fanning), uma jovem que chega a
Los Angeles para tentar a carreira de modelo profissional. Ela é contratada por
uma grande agência e logo vira a queridinha de fotógrafos e estilistas. Seu
sucesso gera ciúmes nas modelos mais antigas, como Sarah (Abbey Lee) e Gigi (Bella
Heathcote). O filme adota o suspense como gênero, utilizando muitas cenas
mórbidas e chocantes, incluindo canibalismo, necrofilia e outras aberrações. O
filme tem o ritmo lento, diálogos arrastados, muitos sem nexo, e um visual cuja
fotografia destaca as cenas como se iluminadas por lâmpadas de neon de diversas cores. O diretor também
utiliza bastante o recurso da câmera em slow
motion, o que torna o filme ainda mais enfadonho. Para coroar essa
verdadeira bobagem cinematográfica, ainda tem uma ponta do hoje canastrão Keanu
Reeves como proprietário de um motel sinistro.
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