“E
AMANHÃ...O MUNDO TODO” (“UND MORGEN DIE GANZE WELT”), 2020, Alemanha, 1h51m,
produção original Netflix, direção de Júlia von Heinz, que também assina o
roteiro com John Quester. Ambientado nos anos 80, trata-se de um drama de fundo
político centrado na jovem Luisa (Mala Emde), de 20 anos, estudante da
Faculdade de Direito. De uma família de classe alta, Luisa sempre teve um
comportamento rebelde e não foi nenhuma surpresa quando ela ingressou, por
intermédio de sua colega Batte (Luisa-Céline Gaffron), num grupo de ativistas responsável
por manifestações públicas contra políticos de extrema direita. Também
realizavam passeatas contra os neonazistas, racistas, xenófobos e homofóbicos. No
grupo, havia aqueles que pregavam protestos pacíficos, com vaias e algumas tortas
jogadas nos políticos, e outra turma que pregava a violência nas manifestações,
com atentados e pancadarias. Luisa passou para a turma violenta, participando
de algumas brigas, sendo que em uma delas acabou ferida. O filme inteiro
acompanha os bastidores das reuniões, suas discussões a respeito dos rumos da política
nacional e internacional, além do planejamento de novas manifestações de
protesto. Esse contexto deixa o filme bastante interessante, principalmente
para quem viveu os grandes protestos da década de 60 aqui no Brasil e no mundo
afora. Quem gosta de dramas políticos, ao estilo de “Os 7 de Chicago”, vai
curtir este filme alemão, que estreou, cercado de elogios, no 77º Festival
Internacional de Cinema de Veneza e foi escolhido para representar a Alemanha
na disputa do Oscar 2021 de Melhor Filme Internacional (eu preferia quando era
denominado Filme Estrangeiro).