quinta-feira, 15 de setembro de 2016

“UM ROMANCE PROIBIDO” (“AMIRA & SAM”), EUA, 2014, roteiro e direção de Sean Mullin, estreante em longas – ele é mais conhecido como roteirista e diretor de curtas. O filme é um drama romântico com algumas – poucas - pitadas de humor. Conta a história de Amira (a atriz saudita Dina Shihabi), uma imigrante ilegal iraquiana que vive em Nova Iorque vendendo DVD’s piratas. Por intermédio de seu tio, Amira acaba conhecendo Sam (Martin Starr), ex-soldado americano que lutou no Iraque. No começo, Sam é rejeitado por Amira por causa da guerra – os americanos mataram seu irmão. Aos poucos, os dois acabam se apaixonando. Tudo muito previsível e forçado demais. Insosso demais. O ator Martin Starr é feio e sem graça, tem um jeito meio bobalhão. Com essa falta de carisma, fica difícil aturá-lo durante os 90 minutos de projeção. Dina Shihabi também não é bonita, mas tenta pelo menos ser espontânea, mas também não consegue angariar muita simpatia. Enfim, um casal sem aquele “tchan” para comover o espectador e fazê-lo torcer por um final feliz.  Aliás, para quem assistir, o final feliz será quando o filme termina. Descartável!   

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

“O EXÉRCITO DO CRIME” (“L’ARMÉE DU CRIME”), 2009, França, roteiro de Gilles Taurand e direção de Robert Guédiguian. Este é, sem dúvida, um dos melhores filmes sobre a resistência francesa à ocupação nazista durante a Segunda Grande Guerra. Baseada em fatos reais, a história relembra a luta de um grande grupo de militantes autodenominado Exército de Libertação, responsável por inúmeros atentados que mataram oficiais e soldados alemães. Interessante que, além de franceses, o grupo tinha imigrantes romenos, espanhóis, poloneses, judeus, italianos, húngaros e armênios, pessoas que amavam a França, lutaram e morreram por ela. O maior mérito do filme foi destacar a vergonhosa e covarde colaboração das autoridades policiais francesas aos nazistas, principalmente na repressão ao pessoal da Resistência. Em fevereiro de 1944, 22 homens e uma mulher, militantes do Exército de Libertação, foram fuzilados pelos alemães, que depois distribuíram cartazes com a foto de cada um deles e com o título de “O Exército do Crime”. No ótimo elenco, os mais conhecidos são Simon Abkarian, Virginie Ledoyen e Jean-Pierre Darkoussin. Filme obrigatório para quem quer conhecer um pouco mais sobre esse período negro - e ao mesmo heróico - da história mundial. Do diretor Guédiguian, recomendo também o maravilhoso “As Neves do Kilimanjaro”, um dos melhores filmes franceses deste século.     

terça-feira, 13 de setembro de 2016

“BISTRÔ ROMANTIQUE” (“Brasserie Romantiek”), 2014, Bélgica, longa de estreia do diretor Joël Vanhoebrouck. Comédia inteligente e muito divertida, cuja ação é toda ambientada no restaurante do título. Pasqualine (Sara de Roo), uma das proprietárias, é quem organiza as reservas e recebe os clientes. A relações-públicas da casa. Seu irmão e sócio, Angelo (Axel Daeseleire), é o chef da cozinha. É noite do Dia dos Namorados e, portanto, as reservas foram feitas só por casais, com exceção de um cliente: Frank (Koen de Bouw), antigo namorado de Pasqualine. Ela vai pirar depois de receber uma inusitada proposta de Frank. Entre os clientes da noite, um casal de meia-idade passando por um momento difícil no casamento, um quarentão tímido que marca encontro pela Internet, uma quarentona bonita prestes a se suicidar fazendo “roleta-russa” com uma caixa de bombons, um velho metido a besta querendo mostrar que entende de vinhos, enfim, tipos estranhos colocados em situações bastante divertidas. Ao mesmo tempo, a câmera invade a todo instante a cozinha do restaurante, mostrando o estressante trabalho de Angelo e seus assistentes na elaboração dos pedidos. É de dar água na boca. O filme é, literalmente, uma delícia. Imperdível!           
 
          

                                                 

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

“A MARCHA” (“La Marche”), França, 2015, roteiro e direção do belga Nabil Ben Yadir. Baseado em fatos reais, o filme aborda um assunto que continua mobilizando a Europa: a questão dos imigrantes. O filme francês relembra o caso que ficou famoso em 1983, ou seja, a marcha por direitos civis, pela igualdade e contra o racismo, organizada por um pequeno grupo de imigrantes árabes e alguns simpatizantes, entre eles o padre Dubois (Olivier Gourmet), a canadense Claire (Charlotte Le Bon) e o francês Sylvain (Vincent Rottiers). Inspirado nos exemplos de Gandhi e Martin Luther King, o grupo partiu de Marselha com o objetivo de chegar a Paris, em meio ao rigoroso inverno francês, num trajeto de cerca de 800 km. Durante o percurso, eles foram chamando a atenção da opinião pública e da mídia, o que era um dos objetivos da marcha, além de receber o ingresso de muitos voluntários e simpatizantes da causa pelo caminho. Aos poucos, a turma foi crescendo e, em Paris, já eram mais de 100 mil pessoas. A marcha assumiu tal importância que o presidente da época, François Mitterrand, fez questão de receber seus líderes. Depois da marcha, os imigrantes na França conseguiram algumas conquistas, mas, como se vê hoje em dia, ainda falta muito para serem considerados verdadeiros cidadãos franceses. Embora em outro contexto, o filme lembra muito o norte-americano “Selma”, que aborda a marcha organizada por Martin Luther King, na década de 60, pelo fim do racismo. Ainda no elenco do ótimo filme francês estão Hafsia Herzi, Jamel Debbouze e Lubna Azabal. Programão!