Vencedor de dois prêmios no
Globo de Ouro (Melhor Filme de Drama e Melhor Diretor) e indicado em 10
categorias para disputar o Oscar 2020, entre os quais Melhor Filme, Melhor
Diretor, Melhor Roteiro Original e Melhor Fotografia, “1917” é mais
um excelente filme da ótima safra 2019 do cinema mundial. Trata-se de um
épico de guerra ambientado durante a 1ª Guerra Mundial (1914-1918) e conta a
história de dois jovens soldados ingleses, os cabos Schofield (George Mackay) e
Blake (Dean-Charles Chapman), que recebem uma difícil e quase suicida missão. Eles serão
obrigados a atravessar as linhas inimigas alemãs para levar uma mensagem ao comandante
de um pelotão inglês de 1.600 soldados. A ordem do alto comando era suspender o
avanço do batalhão, pois a retirada dos alemães da Linha Hindenburg, norte da
França, era um subterfúgio para pegar os ingleses numa armadilha. O filme
inteiro mostra o sacrifício e o ato heroico dos dois jovens soldados, que
enfrentaram terríveis obstáculos para cumprir a difícil missão. Para escrever o
roteiro, juntamente com Krysty Wilson-Cairns, o diretor britânico Sam Mendes se
inspirou nas histórias da 1ª Guerra Mundial contadas por seu avô paterno Alfred
Mendes, que lutou no conflito pelo exército inglês. Sam Mendes (Oscar de Melhor
Diretor com “A Beleza Americana” em 2000, e diretor dos dois últimos 007, “Operação
Skyfall” e “007 contra Spectre”) filmou tudo em apenas dois longos planos-sequência
(sem cortes), com a câmera acompanhando a ação bem perto dos protagonistas,
proporcionando ao espectador a sensação de estar em cena participando como protagonista. Para esse trabalho magistral, Mendes contou com a colaboração do fotógrafo Roger Diakins. Ainda estão no
elenco Mark Strong, Andrew Scott, Colin Firth, Benedict Cumberbatch e Richard
Madden. Muita adrenalina, ação e suspense, valorizados por cenas sensacionais,
de tirar o fôlego. Realmente, um filmaço!
quinta-feira, 30 de janeiro de 2020
terça-feira, 28 de janeiro de 2020
“BLACK ’47” (não deverá chegar
por aqui, pois não tem nenhum apelo comercial; por isso, não foi traduzido), 2018,
Irlanda, 1h40, roteiro e direção de Lance Daly. Trata-se de um drama histórico bastante
pesado, ambientado em 1847 na Irlanda durante o período que se chamou A Grande
Fome, que vitimou milhares de irlandeses. A história é centrada no mercenário Martin
Feeney (o ator australiano James Frechville), que desertou do exército inglês que
lutava no Afeganistão para rever sua família na Irlanda, mas encontrou todos mortos pela fome e
pela omissão das autoridades inglesas. Feeney quer se vingar de todos os que
fizeram tanto mal à sua família, desde o juiz que lhes tirou a casa até o
empresário avarento que se negava a lhes dar comida. A série de assassinatos
cometidos por Feeney chamaram a atenção das autoridades inglesas, que enviaram
para capturá-lo um ex-colega de exército de Feeney, Hannah (Hugo Heaving). O filme
acompanha a trajetória de Feeney e, em seu encalço Hannah, por uma Irlanda afundada na mais trágica crise
econômica, durante a qual grande parte da população morria de fome e frio. Nos diálogos, além da língua inglesa, o roteirista e diretor Lance Daly
fez questão de utilizar os dialetos dos irlandeses residentes em aldeias e
vilarejos da zona rural. Reforçam o elenco atores ingleses bastante conhecidos,
como Stephen Rea e Jim Broadbent. “Black ‘47” estreou, com elogios, durante o
Festival de Cinema de Berlim, em fevereiro de 2018. O filme é muito
interessante sob o ponto de vista histórico, mostrando um país devastado pela
fome e dominado pela tirania inglesa, o que provocou a ira do povo e depois o surgimento de uma ira maior: o IRA.
segunda-feira, 27 de janeiro de 2020
“ENTRE FACAS E SEGREDOS” (“KNIVES
OUT”), 2019, Estados Unidos, 2h10m, roteiro e direção de Rian Johnson.
Mais um dos excelentes filmes que comprovam a qualidade da safra 2019 de Hollywood,
que já nos presenteou com os magistrais “Coringa”, “O Irlandês”, “Era uma vez...em Hollywood”
e outros tantos. “Knives Out” é um filme policial de mistério e foi escrito
inspirado, segundo o próprio Rian Johnson, nas histórias da escritora inglesa
Agatha Christie, principalmente “Assassinato no Expresso Oriente”. Ou seja,
segue a fórmula de um assassinato, vários suspeitos, interrogatórios e o
desfecho revelando o criminoso. O escritor de livros policiais Harlan Thrombey
(Christopher Plummer) aparece morto com a garganta cortada depois de sua festa
de 85º aniversário. Todos que estavam na festa tornam-se suspeitos: os filhos,
genros, netos, empregados etc., cada um com uma motivação diferente para
excluir Harlan da vida terrena. O tenente Elliott (Lakeith Stanfield) é o
encarregado oficial das investigações, auxiliado pelo detetive Benoit Blanc
(Daniel Craig, o atual 007), cujo método de interrogatório privilegia uma forte
pressão psicológica e perguntas desconcertantes. Blanc escolhe como seu bode
expiatório a enfermeira Marta Cabrera (a atriz cubana Ana De Armas, ótima), a imigrante
latino-americana que cuidava da saúde do falecido, aplicando-lhe os remédios e
injeções. A intuição de Blanc estava certa. Marta será a personagem que mais
ajudará o detetive a solucionar o mistério da morte do escritor, a que mais se
envolverá nos acontecimentos da investigação. O roteiro do filme é magistral,
tanto que foi indicado ao Oscar 2020. Entre o suspense reativado a cada minuto e
as várias e surpreendentes reviravoltas, o espectador estará se divertindo com
uma trama bastante engenhosa e com um humor sutil e irônico. O elenco é um luxo
só: além de Plummer, Craig e Ana De Armas, atuam Chris Evans (o Capitão
América), Jamie Lee Curtis, Don Johnson (pai de Dakota, de “50 Tons de Cinza”),
Michael Shannon, Toni Colette e Katherine Langforfd. Cinema de qualidade e
diversão garantida.
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