sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

“SCHERBEN PARK” (como não chegou por aqui, ainda não teve tradução), 2013, direção de Bettina Blümner, é um bom drama alemão cuja história é centrada na jovem Sascha Maimann (Jasna Fritzi Bauer), de 17 anos. Ela vive com os irmãos pequenos e a tia num apartamento na periferia de Stuttgart. A família sofre discriminação dos vizinhos por ser de origem russa. Uma das mães, inclusive, proíbe a filha de brincar com a irmã menor de Sascha. “Eles ainda acham que os russos comem criancinhas”, desabafa Sascha. A jovem carrega o trauma de ter visto a mãe ser assassinada pelo padrasto e se julga culpada por não ter tirado a arma de Vadim, o matador, que cumpre pena num presídio de segurança máxima. Sascha promete que um dia sua mãe será vingada, o que inclui matar Vadim. Quando um jornal da cidade publica uma reportagem sobre o assassino preso, amenizando seu lado psicótico, Sascha vai à redação tirar satisfações com o editor, Volker Trebur (Ulrich Nothen). Depois dos entreveros iniciais, Sascha ficará amiga tanto de Volker como do filho dele, Félix (Max Hegewald). A história é baseada no romance homônimo da escritora russa Alina Bronsky. Enfim, um filme bastante interessante que vale a pena ser visto. 

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Indicado para o Oscar 2016 em seis categorias, inclusive Melhor Filme e Diretor (Tom McCarthy), o drama “SPOTLIGHT – SEGREDOS REVELADOS” (“Spotlight”), EUA, 2015, conta a história, baseada em fatos reais, de um grupo de jornalistas do Jornal Boston Globe que, numa série de reportagens, denunciou inúmeros casos de pedofilia praticada por padres e acusou a Igreja Católica de esconder os fatos, sem tomar providências para punir os acusados. Tudo isso aconteceu entre 2000 e 2003, resultando num Prêmio Pulitzer para os jornalistas, interpretados no filme por Michael Keaton, Rachel McAdams, Mark Ruffalo, Liev Schreiber e John Slattery. Convenhamos, um timaço! As reportagens foram destaque no mundo inteiro, motivando milhares de pessoas a denunciar terem sido vítimas dos padres em suas cidades – nos créditos finais aparece a relação de cidades no mundo inteiro que registraram denúncias semelhantes. Em alguns momentos, o roteiro exagera nos diálogos e nas informações, podendo confundir o espectador. Na maioria das vezes, isso ocorre durante as reuniões entre a equipe de jornalistas. Mas não chega a prejudicar o entendimento geral. Um filme sério, muito bem feito e que, por isso mesmo, foi eleito o Melhor Filme de 2015 pela Associação Nacional de Críticos dos Estados Unidos. Filmaço!
“007 CONTRA SPECTRE” (“SPECTRE”), 2014, Inglaterra/EUA, direção de Sam Mendes. Este é, sem dúvida, o melhor filme dos quatro protagonizados pelo ator inglês Daniel Craig. E também o mais caro de todos os 24 realizados até agora: U$ 350 milhões. Bond enfrenta mais uma organização criminosa, desta vez chefiada pelo vilão Franz Oberhauser (Christoph Waltz). A fórmula dos filmes de Bond está mantida: uma incrível cena de abertura na Cidade do México (um plano-sequência sensacional), locações deslumbrantes ao redor do mundo, muita ação, pancadaria, perseguições e mulheres bonitas (nada menos do que Monica Bellucci e Léa Seydoux). A italiana Bellucci, aliás, mostra uma ótima forma aos 51 anos (tornou-se a mais velha Bond-Girl). A sensualidade de Léa Seydoux, além da competência como atriz, é outro grande destaque do filme. O humor também volta a reinar no filme, não apenas nos diálogos. Depois de uma longa e violenta briga com um bandido enorme, por exemplo, a gravata e o paletó de Bond estão impecáveis e no mesmo lugar. Ele dá aquela ajeitada na gravata, como a dizer que nada aconteceu. Puro Bond! Craig está mais cínico, característica marcante do agente inglês. Este foi o segundo Bond dirigido por Sam Mendes. O primeiro, também muito bom, foi "007 - Operação Skyfall", de 2012. Não dá pra perder. Ou seja, imperdível!                                                     

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

“PONTE DOS ESPIÕES” (“Bridge of Spies”), EUA, 2015, direção de Steven Spielberg. Esse drama político, baseado em fatos reais, volta a reunir o diretor Spielberg e o ator Tom Hanks. A história é ambientada em 1957, em plena Guerra Fria. Hanks interpreta o advogado James Danovan. Ele é recrutado pelo Governo norte-americano para defender  Rudolf Abel (Mark Rylance), acusado de ser um espião a serviço da União Soviética. Ao mesmo tempo, um piloto de avião dos EUA é preso na URSS, assim como um estudante norte-americano na Alemanha Oriental. Diante desses fatos, Danovam é convocado pela CIA para exercer o papel de negociador e acaba encarregado de providenciar a troca dos presos, o que inclui viajar para a Alemanha e tratar diretamente com as autoridades de lá. O filme é ótimo, tem bastante suspense e retrata com perfeição o clima de tensão que predominava naqueles anos. Além da história em si, inspirada no livro homônimo escrito por Giles Whittell (o roteiro foi escrito pelos irmãos Ethan e Joel Coen, com a colaboração de Matt Charman), o grande destaque do filme é a impressionante recriação de época, com cenários em Nova Iorque e Berlim. Spielberg não trabalhava com Hanks desde “O Terminal” (2004). Antes, haviam trabalhado em “O Resgate do Soldado Ryan” (1998) e em “Prenda-me se for Capaz” (2002). Hollywood, Spielberg e Hanks. Com esse trio, não poderia dar errado (disputará o Oscar 2016 em seis categorias). Cinemão, filmaço!