sábado, 15 de março de 2014

“O Homem da Mala” (“The Bag Man”), EUA, 2013, dirigido por David Grovic, é um misto de policial noir, comédia e suspense. Conta a história de Jack (John Cusack), um assassino profissional que trabalha há tempos para o milionário Dragna (Robert De Niro). Jack é convocado por Dragna para mais uma missão: pegar uma mala e se hospedar no quarto nº 13 de um motel decrépito de beira de estrada. A ordem dada a Jack inclui jamais abrir a tal mala. Na mesma noite em que entra no motel, Jack vai se defrontar com tipos esquisitos e bizarros, como o dono do motel cadeirante, um anão e um cafetão caolho, além de uma prostituta, papel da atriz e modelo brasileira Rebbeca da Costa. Aliás, este é o sexto filme da pernambucana Rebbeca nos EUA. Depois de muita confusão, tiros e assassinatos, Jack vai receber a visita do próprio Dragna no motel para o desfecho da trama. Além da história ser muito fraca e sem sentido – a razão pela qual Dragna quer a mala é ridícula -, o elenco está péssimo. Nem De Niro se salva. Está mais canastrão do que nunca, numa caracterização que faz lembrar o detetive Columbo (Peter Falk) velho e de óculos. Rebbeca é a mocinha do filme, pela qual Jack se apaixona, mas a impressão inicial é de que se trata de um travesti. Tem cara, corpo e altura de homem. E trabalha muito mal. Cusack é o menos pior, mesmo assim passa longe do bom ator que é. Enfim, o filme é muito ruim.  

sexta-feira, 14 de março de 2014

O diretor francês Olivier Marchal é especialista em filmes policiais e de ação. Na maioria deles, Marchal não alivia para a polícia. Sempre há personagens policiais corruptos, violentos e emocionalmente desequilibrados. Um dos melhores filmes da safra Marchal é “Gangsters”, de 2002. Franck Chaievski (Richard Anconina) e Nina Delgado (Anne Parillaud, a Nikita original) são policiais destacados pela Corregedoria para investigar um roubo de diamantes no qual, desconfia-se, estão envolvidos alguns detetives da elite policial de Paris. Em sua estratégia, Chaievski e Delgado provocam suas prisões e, durante os violentos interrogatórios a que são submetidos, tentam jogar uns policiais contra os outros, o que culminará numa grande reviravolta final e a descoberta dos culpados. Além da história, outro destaque do filme é o elenco feminino, que tem um quarteto de boas e belas atrizes. Além de Parillaud, Shirley Bousquet, Catherine Marchal e Alexandra Vandernoot. Entre tantos outros ótimos filmes de Marchal, indico também  são “Não Conte a Ninguém”, baseado no livro de Harlan Coben, e “MR 73”.    

quinta-feira, 13 de março de 2014

“Em Nome de Deus” (“Captive”), de 2012, é uma co-produção França/Filipinas/Reino Unido/Alemanha, dirigida pelo diretor filipino Brilhante Mendoza (“Lola”). A história é baseada num fato real acontecido em 2001, quando mais de 20 pessoas, em sua maioria turistas, foram sequestradas nas Filipinas pelo grupo terrorista islâmico Abu Say Yaf. A trajetória de sofrimento dos reféns, que vão ficar nas mãos dos terroristas por mais de um ano, é contada da forma mais realista possível. Durante todo o tempo, eles andam pela selva enfrentando, além do forte calor e a falta de comida, ataques de formigas, cobras, escorpiões e vespas. De vez em quando, ainda ficam expostos ao tiroteio entre terroristas e o exército filipino. Entre os sequestrados está a francesa Thérese Bourgoine (Isabella Huppert), voluntária de uma organização humanitária na Ilha de Palawan. É sob o ponto-de-vista dela que a história é contada. O filme é de um realismo impressionante. Parece que os atores e figurantes sofreram da mesma forma que as pessoas que passaram por aquela terrível experiência. A câmera acompanha tudo como se fosse uma reportagem de TV ou um documentário sobre o que aconteceu. O efeito é angustiante. A atriz francesa Isabella Huppert é a única cara conhecida do filme, que integrou a seleção oficial do Festival de Cinema de Berlim 2012. 

quarta-feira, 12 de março de 2014


“Circuito Fechado” (“Closed Circuit”), de 2013, é um suspense inglês dirigido por John Crowley. O filme conta a história da prisão do imigrante turco Farroukh Erdogan (Denis Moschitto), acusado de ter liderado um atentado à bomba contra um mercado de Londres, no qual morreram mais de 100 pessoas e outras tantas ficaram feridas. Depois de uns 15, 20 minutos de filme, você já começa a sentir aquela sensação de que “Há algo de podre no Reino Unido”. Embora seja uma obra de ficção, dá a entender nas entrelinhas que pode haver muita sujeira nos bastidores da espionagem oficial de governos como a Inglaterra, por exemplo. Simon, o advogado que defendia Farroukh é encontrado morto e, segundo as fontes oficiais, foi suicídio. Os advogados Martin (Eric Bana) e Cláudia (Rebecca Hall), antigos amantes, são designados para o lugar de Simon. No começo das investigações, eles descobrem evidências que não vão agradar a muita gente, incluindo o pessoal do governo inglês. E vão descobrir um segredo que poderá custar suas vidas. Ainda no elenco, Julia Stiles, Ciaran Hinds, Jean Broadbent e Isaac Hempstead Wright. O filme tem ação e o ritmo de suspense impera do começo ao fim.    

terça-feira, 11 de março de 2014

“A Fita Azul” (“Electrick Children”), de 2012, EUA, é o filme de estreia da diretora Rebecca Thomas. Trata-se de uma produção independente, um misto de comédia e drama, que conta uma história cheia de segredos e mistérios, a começar pela gravidez da jovem Rachel (Julia Garner, de “As Vantagens de Ser Invisível”). Ela diz à mãe Gay (Cynthia Watros) e a Paul (Billy Zane), líder da comunidade mórmon em que vive com a família, em Utah, que o bebê foi concebido por algum espírito divino. Ela acredita, porém, que o responsável pela gravidez foi o cantor de um rock n’roll que ela ouve numa fita-cassete (azul) encontrada no sótão da casa em que mora com a mãe e os irmãos. Para manter as aparências, vão tentar arrumar um casamento com um membro da comunidade. Contrária à ideia, Rachel foge e vai para a cidade grande mais perto, Las Vegas. Aqui, conhece uma rapaziada ligada a uma banda de rock, sendo um deles o jovem Clyde (Rory Culkin, irmãos mais novo de Macaulay e Kieran). Durante a tentativa de encontrar o cantor do rock gravado na fita, Rachel vai ter uma grande surpresa. O filme vai agradar principalmente o pessoal mais novo, pois tem muitas cenas filmadas em pistas de skate, shows de rock e muita curtição, além de um elenco de atores bastante jovens. Outro fator positivo do filme é o clima meio “hippie anos 60/70”, principalmente nos figurinos. Um filme interessante que vale a pena conferir.        

domingo, 9 de março de 2014


Os créditos iniciais já começam de forma macabra. O diretor Manuel Martin Cuenca diz que o filme é “Em memória de minha mãe”. O filme que ele dedica à mãe é o espanhol “Cannibal”, história de um serial killer que, depois de matar suas vítimas, todas mulheres, ainda as come em filés. Dedicar à mãe um filme com essa temática? A história apresenta a trajetória de crimes do alfaiate Carlos (Antonio de La Torre), um dos mais renomados da cidade de Granada. Nas horas vagas, ele sai em busca de mulheres e tem um estilo próprio para capturá-las – uma delas vítima de um acidente de carro que ele mesmo provoca na estrada. O lado sádico do alfaiate também compreende assistir, com prazer, a morte de uma moça por afogamento, depois de matar o seu namorado. As coisas parecem que vão mudar depois que o alfaiate conhece a vizinha Alexandra e depois a irmã gêmea da moça, Nina. Carlos é um homem de poucas palavras, assim como o filme é de poucos diálogos. As cenas são longas e o ritmo um tanto lento. Apesar do tema, não há cenas chocantes nem de terror. É mais um suspense psicológico. Os mais sensíveis poderão não gostar de ver o alfaiate saboreando com prazer um belo filé no jantar. O filme termina mais ou menos como as vítimas de Carlos: sem pé nem cabeça. 

“O Autor da Carta” (“The Letter Writer”), de 2013, é um filme bastante sensível, daqueles que você chega ao final com um nó na garganta e com vontade de fazer uma reflexão. A adolescente Maggy Fuller (Aley Underwood) é bastante problemática. Só pensa na banda de rock da qual é vocalista, dorme durante as aulas e tem problemas na relação com sua mãe. Para complicar ainda mais, é abandonada pelo namorado e dispensada da banda. É claro que a menina vai entrar numa fase baixo astral. Até que recebe uma carta escrita por um tal de Sam Worthington. Ele escreve coisas bonitas sobre ela, deixa mensagens positivas e a motiva a seguir em frente. Ela fica curiosa sobre quem é o verdadeiro autor, que parece conhecê-la tão bem. De tanto investigar, Maggy descobre que a carta é proveniente de um asilo de idosos. Ela vai conhecer finalmente o autor da carta, na verdade um senhor bastante idoso (Bernie Diamond) que usa o pseudônimo de Sam Worthington (não sei se foi proposital ou por coincidência, mas é o mesmo nome do ator e galã australiano). A partir da sua amizade com o simpático e sábio velhinho, Maggy vai mudar seu modo de pensar e de agir. O filme, dirigido por Christian Vuissa, conquistou o Prêmio de Melhor Filme no Festival Crown Award 2013, um dos mais importantes festivais de cinema cristão. É dedicado ao ator Bernie Diamond, que morreu ao final das filmagens.