“AS CONFISSÕES” (“Le Confissioni”), Itália, 2015, direção de Roberto
Andó, que também escreveu o roteiro em parceria com Angelo Pasquini. Trata-se
de um drama de fundo político e religioso, com algumas pitadas de suspense, além de muita erudição. Num
luxuoso hotel na costa do Báltico estão reunidos, para discutir a economia
global e europeia, os ministros das Finanças do G-8 (os oito países mais
desenvolvidos). O encontro tem a coordenação de Daniel Roché (Daniel Auteuil),
presidente do Fundo Monetário Internacional (FMI). Como convidados especiais
para amenizar o ambiente, estão hospedados um monge misterioso (Toni Servillo),
uma consagrada escritora de livros infantis (Connie Nielsen) e um músico
roqueiro quarentão (Johan Heldenbergh). Uma determinada noite, Roché pede que o
monge vá ao seu quarto, pois pretende se confessar. Na mesma noite, o
presidente do FMI é encontrado morto. A partir desse fato, todos passam a
pressionar o monge a revelar a confissão feita pelo falecido. Os ministros desconfiam
que Roché, na confissão, possa ter contado algum segredo que não poderia ser
revelado. Num clima repleto de intrigas, a polícia tenta desvendar o mistério
da morte do executivo do FMI. O filme faz duras críticas ao sistema capitalista,
principalmente o alinhamento dos países ricos contra os mais pobres e a
soberania dos banqueiros. Os diálogos são do mais alto nível e talvez sejam a
cereja do bolo desta ótima produção italiana. Mais uma atuação magistral do
ator italiano Toni Servillo, de “A Grande Beleza”. O elenco conta ainda com
Pierfrancesco Favino, Moritz Bleibtreu, Lambert Wilson e Marie-Josée Croze.
Filmaço!
quinta-feira, 12 de outubro de 2017
“ESTA É A SUA MORTE – O
SHOW” (“THE Show”), 2017,
EUA, roteiro assinado por Noha Pink e Kenny Yakkel, com direção do ator Giancarlo
Esposito, que também está no elenco e tem um dos papeis principais. Trata-se de
uma das mais contundentes críticas ao sensacionalismo adotado pelos programas
de TV, principalmente os reality shows. Na sequência inicial, o apresentador
Adam Rogers (Josh Duhamel) comanda a parte final de um programa ao vivo onde um
milionário escolhe para esposa uma das candidatas. A que não foi escolhida pega
um revólver e mata o “noivo” e aponta a arma para a moça escolhida. Rogers
salta à frente e protege aquela que seria a segunda vítima. Claro que a
audiência vai às alturas. Depois do que aconteceu, Ilana Katz (Famke Janssen),
principal diretora da emissora, dá sinal verde a Rogers para implementar um
programa que aumente ainda mais a audiência. Ou seja, para conquistar uma
audiência maior, vale tudo, até mesmo mostrar suicídios ao vivo. Trata-se do
segundo filme dirigido por Esposito, mais conhecido por sua participação como
ator em séries como “Breaking Bad”, “Revolução” e “The Get Down”. Também estão
no elenco Caitlin Fitzgerald e Sarah Wayne Callies, além de uma ponta de luxo
pelo ator James Franco. É um filme bastante interessante - apesar de algumas cenas realmente chocantes - e, mesmo sendo uma ficção,
não fica muito longe da realidade em que vivemos atualmente.
terça-feira, 10 de outubro de 2017
“Z: A CIDADE PERDIDA” (“The Lost City of Z”),
EUA, 2016. Quem ler o
título vai pensar que se trata de mais um filme de aventuras ao estilo Indiana
Jones. Tudo bem, toda a ação até que lembra, mas este, ao contrário das
histórias do herói vivido por Harrison Ford, não é um filme de ficção. Trata-se
da trajetória verídica do explorador e arqueólogo inglês Percy Fawcett
(1867/1925), que nas primeiras décadas do Século XX viajou várias vezes para a
Amazônia em busca de uma cidade perdida – a do título. Tudo começa em 1906,
quando Fawcett (Charlie Hunnam), também oficial do exército inglês, recebe a
missão de cartografar os limites inexplorados da Amazônia, mais especificamente
na fronteira do Brasil com a Bolívia. Nesta sua primeira viagem, Fawcett
descobre evidências de uma civilização que considerou avançada. Ao apresentar
sua descoberta aos membros da Sociedade Geográfica Real (Royal Geographic
Society), Fawcett foi ridicularizado, mas mesmo assim recebeu apoio financeiro
para outras expedições. Quando começa a I Grande Guerra, ele é escalado para
lutar nos campos da França contra os alemães. Depois do conflito, Fawcett ainda
voltaria mais algumas vezes para a Amazônia, onde desapareceria juntamente com
seu filho Jack (Tom Holand, o atual “Homem-Aranha”). A história é baseada no
livro “The Lost City of Z”, escrito por David Grann e agora adaptado para o
cinema pelo diretor James Gray (“Os Donos da Noite” e “Era uma Vez em Nova
Iorque”), também autor do roteiro. O elenco conta ainda com Robert Pattinson e
Sienna Miller. O filme estreou, com elogios da crítica e do público, no 67º
Festival de Cinema de Berlim, em fevereiro de 2017. Um ótimo programa para uma
sessão da tarde com pipoca.
domingo, 8 de outubro de 2017
Romance, aventura e História, ingredientes que fazem de “AMOR EM TEMPOS DE GUERRA” (“The Ottoman Lieutenant”), EUA, 2016,
um programa bastante interessante. Pouco antes do início da Primeira Guerra
Mundial, a enfermeira norte-americana Lillie (a atriz islandesa Hera Hilmar)
vai a uma palestra onde conhece o Dr. Jade (Josh Hartnett), médico que trabalha
numa missão voluntária na Anatólia, território da Turquia – na época, Império
Otomano. Lillie se encanta com o desafio de participar desse trabalho e, mesmo
contrariando os pais, embarca na aventura. Ao chegar à Turquia, ela ganha a
escolta do oficial do exército Ismail (o ator holandês Michiel Huisman). Quando
chega ao hospital, Lillie é apresentada ao dr. Woodruff (Ben Kingsley),
fundador da missão (hoje seria uma Ong). Com o início da I Guerra Mundial e a
possível invasão russa, além dos conflitos internos entre armênios e otomanos,
Lillie e seus companheiros enfrentarão grandes desafios em meio à violência
reinante. Mesmo nesse cenário conturbado, haverá espaço para o romance entre
Lillie e o oficial turco, para desespero e ciúme do Dr. Jade. O filme teve a direção de Joseph Ruben ("Dormindo com o Inimigo", "Os Esquecidos"), com roteiro de Jeff Stockwell. Mesmo previsível
e recheado de clichês típicos de um melodrama açucarado, o filme garante um
ótimo entretenimento. As incríveis locações na Turquia, valorizadas por uma excelente
fotografia, proporcionam um visual deslumbrante.
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