sábado, 7 de agosto de 2021

 

“VOTO DE CORAGEM” (“THE 2ND”), 2020, Estados Unidos, 1h33m, produção original Netflix, direção de Brian Skiba, seguindo roteiro de Eric Bromberg e Paul Taegel. É um filme de ação com muita pancadaria, tiros e uma história que poderia ser melhor aproveitada, não fosse tão mal filmada e executada, a começar pela infeliz escolha do elenco e pelo roteiro completamente absurdo e repleto de furos. Bem, vamos à história. Vic Davis (Ryan Phillippe), um major do serviço secreto, vai buscar o filho adolescente Shaw (Jack Griffo) na escola para passarem o final de semana juntos. A escola estava praticamente vazia, a não ser por mais uma estudante colega de Shaw, Erin Walton (Lexi Simonsen), que aguardava a chegada do motorista de seu pai, o juiz Walton (Randy Charach), da Suprema Corte. Só que quem aparece, dizendo substituir o motorista oficial, é um sujeito meio esquisito (Casper Van Dien), que logo desperta a desconfiança de Vic. Ao notar a presença de algumas pessoas suspeitas ao redor da escola, o agente não deixa a menina embarcar no carro e a carrega para dentro da escola, juntamente com o filho. Aos poucos, o espectador fica sabendo que a menina seria alvo de um sequestro a mando de um diretor da CIA, que queria forçar o juiz a aprovar uma lei de liberação de armas. Em geral, as cenas de ação são muito fracas, chegando a patéticas e risíveis, principalmente quando os sequestradores são atingidos por tiros e dão um pulo para trás soltando um gritinho. Ridículo. Como disse no início do comentário, a escolha do elenco foi muito infeliz. Desde os figurantes até os atores principais, todos atuam muito mal. Veralyn Venezio, a atriz que interpreta a mulher do juiz Walton, tem apenas uma aparição rápida, o suficiente para causar risos com seu jeito de coroa no cio. Outra cena lamentável e risível é quando o agente secreto aparece ostentando uma placa com os dizeres “I'm Here to Help” para que o juiz o identifique como o mocinho. Na verdade, ficou parecendo um pedinte cego ou surdo-mudo. O ator Ryan Phillippe, apesar dos seus 46 anos, está longe de ficar parecido com um agente especial treinado para matar. Além do corpo franzino, ele ainda conserva o mesmo rosto de adolescente em que apareceu em inúmeros filmes de Hollywood. Mais uma escolha errada do elenco. Para encerrar, tem ainda Casper Van Die, galã dos filmes de ação dos anos 90, que nunca foi um bom ator e agora nada mais é do que um canastrão de primeira. Conclusão: “Voto de Coragem” deve ser dado a quem assistir a essa bomba.    

 

quinta-feira, 5 de agosto de 2021

 

“BARTKOWIAK”, 2021, Polônia, produção original Netflix, 1h31m, direção de Daniel Markowicz, seguindo roteiro de Daniel Bernardi. Um misto de policial e filme de ação, cuja história é centrada no jovem Tomek Bartkowiak (Józef Pawlowski), um ex-lutador de MMA que caiu em desgraça após perder uma luta em que se constatou que estava drogado. Sem chance de lutar de novo, Tomek foi trabalhar como segurança numa boate. Curiosamente – olha que invenção do roteiro -, sua família é dona de uma boate em outra cidade e quem a dirige é o irmão de Tomek, Wiktor (Antoni Pawlicki). Acontece que o quarteirão onde fica a boate dos Bartkowiak é cobiçado por um empresário inescrupuloso para, em seu lugar, construir um grande projeto imobiliário. Dessa forma, na base da pressão psicológica e da violência, Rafal Kolodziejczyk (Bartlomiej Topa) aterroriza os comerciantes do quarteirão que se recusam a vender seus imóveis. Quando Wiktor aparece morto em um acidente na estrada, Tomek volta para sua cidade natal com o objetivo de verificar o que realmente aconteceu. É quando descobre quem está por trás de toda aquela violência. Além disso, fica clara a omissão da polícia e das autoridades municipais, certamente corrompidas pelo empresário da construção. Com a ajuda do seu ex-treinador Pawel Sozoniuk (Szymon Boglowski) e de sua filha Dominika (Zofia Domalik), Tomek enfrentará a gangue de Kolodziejczyk, que tem como um de seus integrantes o também ex-lutador de MMA Konrad “Blizna” Repec (Damian Majewski), justamente aquele que o derrotou naquela famosa luta. Vejam que roteiro inventivo. Para concluir, não levem muito em consideração a história mirabolante, pois a principal atração do filme são, sem dúvida, as cenas de luta e pancadarias em geral, muito bem coreografadas e filmadas. Em contraste com tanta violência, há que se destacar a beleza da atriz Zofia Domalik. Uma informação adicional sobre o título “Bartkowiak”, sobrenome do personagem principal. Trata-se de uma homenagem do roteirista Daniel Bernardi ao veterano cineasta polonês Andrzez Bartkowiak, hoje com 71 anos de idade, que por muito tempo trabalhou em Hollywood como diretor em vários filmes. Resumindo, vale a pena assistir "Bartkowiak" pelas cenas de ação.                        

 

quarta-feira, 4 de agosto de 2021

 

“A GAROTA DO TERCEIRO ANDAR” (“GIRL ON THE THIRD FLOOR”), 2019, Estados Unidos, 1h33m, filme de estreia de Travis Stevens na direção e roteiro, no qual recebeu a colaboração de Paul John Stone e Ben Parker. Disponível na plataforma Netflix, trata-se de um filme de terror, aliás, de terrir, pois eu me diverti muito, apesar dos sustos e a aparição de alguns seres sinistros. A história começa com um dos clichês mais tradicionais do gênero: uma casa mal-assombrada. É nela que chega Don Kock (Phil Brooks), o novo proprietário, que vai cuidar da reforma sozinho para não gastar. Ele é um sujeito complicado. Ex-presidiário, tenta recomeçar a vida junto com a esposa Liz (Trieste Kelly Dunn), que está grávida. Ela só mudará para a casa quando a reforma ficar pronta, o que levará, certamente, mais alguns dias. Don dormirá na casa até ela ficar pronta. Certo dia ele recebe a visita de uma bela moça chamada Sarah Yates (Sarah Brooks), que logo se entrega a Don, que não resiste à sua beleza e sensualidade. Enquanto isso, durante o dia, derrubando paredes e consertando encanamentos, Don não se dará conta de que está despertando os fantasmas de plantão. Aí começam a acontecer coisas misteriosas. Bolinhas de gude rolam pela casa, uma gosma preta sai dos encanamentos e – pasmem! – escorre sêmen pelas paredes. Nojento! De tanto ser perseguido pela garota tipo atração fatal e presenciar esses fatos sinistros, Don começa a enlouquecer. Enquanto tudo isso acontece, sua esposa chega para uma visita-surpresa e também terá de enfrentar toda essa loucura. Ela descobre, por exemplo, que na casa, há muitos anos, funcionava um prostíbulo – o que justifica todo aquele sêmen saindo pelas paredes. História maluca, não? Não dá para levar nada muito sério, por isso o negócio é se divertir. E isso o filme garante de sobra. Vale a pena conferir.                         

 

segunda-feira, 2 de agosto de 2021





“A ÚLTIMA CARTA DE AMOR” (“THE LAST LETTER FROM YOUR LOVER”), 2021, Inglaterra, 1h50m, direção de Augustine Frizzell, seguindo roteiro escrito por Nick Payne e Esta Spalding. A história é baseada no best-seller de 2010 da escritora inglesa Jojo Moyes, com o mesmo título original do filme. Tudo começa com a jornalista Ellie Haworth (Felicity Jones), que descobre, no arquivo do jornal em que trabalha, uma carta de amor muito bem escrita, assinada apenas por B e destinada a uma tal de Jennifer. Seguindo seus instintos, Ellie acredita que seu achado pode se transformar numa boa matéria para o seu jornal. Ao mesmo tempo em que mostra a jornalista procurando outras cartas, o filme retorna ao passado – 1965, para ser mais exato- e apresenta a personagem Jennifer Stirling (Shailene Woodley), uma socialite que acaba de perder a memória devido a um acidente de trânsito. Ela é casada com um empresário rico, Laurence Stirling (Joe Alwyn), que, mergulhado em seus negócios, não dá muita bola para a esposa. Pois Jennifer é justamente a destinatária da carta de amor escrita por B. Entre idas e vindas ao passado, o filme desvenda quem é o misterioso B, ou seja, o jornalista Anthony O”Hare (Callum Turner), amante de Jennifer. Voltamos aos dias atuais e aqui está a jornalista Ellie cada vez mais interessada na história de Jennifer e seu amante. Ellie também está prestes a viver um caso de amor, justamente com o rapaz que toma conta do arquivo do jornal, o simpático Rory (Nabhaan Rizwan). Depois de uma incansável investigação, Ellie descobre que Anthony ainda está vivo, assim como Jennifer. Quem for mais sensível pode ser obrigado(a) a usar lenços de papel no desfecho. A recriação de época – anos 60 – é um dos destaques, principalmente os figurinos usados por Jennifer, que lembram os mesmos que a gente costumava ver em Jacqueline Kennedy. Enfim, “A Última Carta de Amor”, lançado recentemente pela Netflix, é um filme muito bonito, mesmo que trate de uma traição conjugal. Em nenhum momento será possível contestar as atitudes de Jennifer. Pelo contrário, a tendência é que os espectadores – principalmente elas – torçam pelo final feliz do romance proibido. Faço questão de destacar, por fim, a atuação magistral da atriz Shailene Woodley, o que já vale o ingresso. Simplesmente imperdível!                       

 

“ELVIRA, TE DARIA MINHA VIDA, MAS A ESTOU USANDO” (“ELVIRA, TE DARÍA MI VIDA PERO LA ESTOY USANDO”), 2015, México, 1h48m, disponível na Netflix desde 8 de abril de 2020, roteiro e direção de Manolo Caro. Trata-se de uma comédia dramática centrada na personagem de Elvira (Cecilia Suárez), uma dona de casa dedicada à família, o marido Gustavo (Carlos Bardem, irmão de Javier) e dois filhos pequenos. Uma noite, Gustavo sai de casa para comprar cigarros e não volta mais. A partir daí, a história destacará a angústia de Elvira com relação ao misterioso desaparecimento do marido. Ao invés de procurar a polícia, o que seria mais natural, ela resolve investigar por conta própria. Para isso, contará com a ajuda de uma vizinha, Luisa (Vanessa Bauche), para cuidar das crianças. Como precisa de dinheiro, Elvira se oferece para trabalhar na funerária da amiga Eloy (Angie Cepeda). Ela confessa: “Eu não sei fazer nada, a única coisa que sou boa é em chorar”. Eloy então contrata Elvira para trabalhar como carpideira, no que resulta em ótimas cenas de humor. Ao mesmo tempo, Elvira arruma um namorado, Ricardo (Luis Gerardo Méndez), funcionário da funerária que pode ajudá-la a descobrir o paradeiro do marido fujão, o que somente acontecerá no desfecho, revelando um fato dos mais surpreendentes. O filme tem um grande trunfo: o desempenho magistral da atriz Cecilia Suárez, que na vida real é casada com o ator mexicano Gael García Bernal. A trilha sonora é um achado, principalmente quando destaca a música “Suavecito”, de Laura León, interpretada por Julieta Vinegas. Trocando em miúdos, “Elvira” é um filme delicioso de assistir. Não perca!