O
cinema argentino chega com mais um filmaço: “Coração de Leão – O Amor
não tem Tamanho” (“Corazón de León”), 2013, dirigido por Marcos Carnevale. Trata-se de uma comédia romântica centrada na advogada Ivana
Cornejo (Julieta Diaz). Um dia, ao discutir no celular com o ex-marido Diego
(Maurício Dayub), do qual está separada há 3 anos, ela perde o controle e joga
fora o aparelho no jardim de uma praça no centro de Buenos Aires. Algums horas
depois, ela recebe o telefonema de um homem que diz ter encontrado o seu
celular e quer devolvê-lo. Antes de combinar o encontro, eles ainda se falam
algumas vezes e o papo do homem começa a encantar Ivana. Quando afinal se
conhecem, num restaurante, ela terá uma grande surpresa: o homem tem apenas
1m35 de altura. Ele é León Godoy (Guillermo Francella), um bem sucedido
arquiteto de fama internacional. De início, ela fica chocada, mas aos poucos
irá desenvolver um carinho todo especial por ele. A pouca altura de León dará
margem a muitas situações hilariantes. Portanto, esqueça o politicamente
correto e embarque nessa ótima comédia. Se o filme por si só já é ótimo, há
mais um motivo que o torna ainda melhor: a presença da atriz Julieta Diaz. Ela
é a dona do filme. Julieta prova, mais uma vez, que, além de bonita, simpática
e sensual, é uma grande atriz, talvez a melhor do cinema argentino atual. Carnevale também dirigiu outra comédia imperdível, "Elza & Fred", de 2005.
sábado, 19 de julho de 2014
O
bom e velho Arnold Schwarzenegger está de volta à ação no filme “Sabotagem” (“Sabotage”), EUA, 2013, dirigido por
David Ayer. Schwarzenegger faz o agente especial John Wharton, líder de uma
equipe secreta ligada à DEA, agência do governo dos EUA que combate o tráfico
internacional de drogas. A turma de Wharton, incluindo o próprio, é da pesada.
São policiais violentos e sanguinários que não querem saber de seguir regras. Só
para se ter uma ideia, Lizzy (Mireille Enos), a única mulher do grupo, é
viciada em anfetaminas e outras drogas, mas briga e atira como poucos. Wharton
e sua equipe invadem o QG de um cartel de drogas e roubam 10 milhões de
dólares. Os traficantes partem para a vingança. Eles começam a
matar os membros da equipe de Wharton com toques de crueldade – um deles é “crucificado”
no teto de uma casa. A policial Caroline Brentwood (Olivia Williams), do FBI, é
encarregada de investigar os crimes. Ela terá a infelicidade de conviver com os
integrantes da equipe de Wharton e, num determinado momento, vai acabar desconfiando
que um ou alguns deles podem ser os verdadeiros criminosos. O filme ainda terá
uma vingança pessoal de Wharton contra um traficante mexicano que matou sua
mulher e seu filho. É tiro e pancadaria do começo ao fim, sangue espirrando na
telinha. Programão para quem gosta de filmes violentos. Estão ainda no elenco Sam Worthington, Josh Holloway e Terrence
Howard.
sexta-feira, 18 de julho de 2014
“Filha de Ninguém” (“Nugu-ui Ttal-do Anin”), Coreia do Sul, 2013, é o terceiro longa do
diretor Hong Sang-Soo. Trata-se de um drama altamente depressivo envolvendo a jovem
Haewon (Jeong Eun-Chae), estudante de Cinema numa faculdade de Seul. Começa o
filme e ela está se despedindo da mãe, que vai passar uma temporada com o outro
filho no Canadá. No meio da longa conversa entre ambas, a mãe pergunta a Haewon
se ela vai ficar bem com o pai, que não aparece o filme inteiro, o que talvez
justifique o título do filme. Sentindo-se abandonada, Haewon marca encontro com
seu amante SeonGjun (Lee Seon-Gyoon), professor de Cinema, que é casado e morre
de medo do seu caso ser descoberto. Na faculdade, porém, todo mundo comenta
sobre os dois, situação que vai levar Haewon a tentar terminar com o amante,
que não aceita a separação e entra em depressão. Os diálogos são intermináveis
e cansativos. Haewon é cheia de incertezas sobre o que quer da vida, o que a
torna uma protagonista das mais chatas. O diretor exagera na utilização do recurso do zoom para aproximar os protagonistas do espectador, como se a gente não tivesse ouvindo o que eles estão falando. De interessante, o filme tem uma
participação especial da atriz francesa Jane Birkin. E só. Do mesmo diretor,
recomendo apenas “Em outro País”, também traduzido por “A Visitante Francesa”,
com Isabelle Huppert, este sim um filme que vale a pena.
quarta-feira, 16 de julho de 2014
Começa
o filme e estão lá no ringue, trocando socos, um veterano lutador chamado
Sailor O’Connor (Dominic Purcell) e um jovem boxeador com metade de sua idade, King (Izaak
Smith). Em flashbacks alternados com os rounds da luta, o filme vai contar a
história dos dois lutadores e os motivos que os levaram a subir no ringue. Este
é, basicamente, o enredo do drama canadense “Lutando por uma Chance” (“A Fighting Man”), 2013, dirigido por
Damian Lee. Sailor está afastado dos ringues há quatro anos, depois de 64 lutas
sem nunca ter sido nocauteado. Ficou famoso por isso. Ele só concorda em voltar para ganhar dinheiro e
pagar uma viagem da mãe (Sheila McCarthy), que está muito doente, para seu país
natal, Irlanda. King quer juntar dinheiro para casar com a namorada que está
grávida. No meio da história, surge a ex-mulher de Sailor, Diane (Famke Janssen),
em busca de perdão por algo que fez no passado. O filme não é de todo ruim e vai agradar quem gosta de boxe e não for muito exigente. Mas vale a
pena assistir pelo menos pela oportunidade que nos dá de rever dois bons atores
veteranos em evidente final de carreira: James Caan e Louis Gosset Jr. Outro
destaque é a também veterana atriz canadense Sheila McCarthy, que dá show como a mãe de Sailor. Seu diálogo com o padre Brennan (Kim Coats), que vai visitá-la, é hilariante, aliás, o único momento bem-humorado do filme.
terça-feira, 15 de julho de 2014
“O Assassino do Rosto Feliz” (“Happy Face Killer”) é um telefilme canadense de 2013, produzido pelo
Canal Lifetime e dirigido por Rick Bota, que conta a história, verídica, do
serial killer Keith Hunt Jesperson (David Arquette), que no início da década de
90 assassinou 8 mulheres no Estado do Oregon (EUA). Abalado com o casamento
fracassado e também pela recusa da Royal Canadian Mouted Police - a famosa
Polícia Montada - em aceitá-lo em suas fileiras, Keith despertou uma segunda
personalidade psicótica que o incentivou a matar e ter prazer em fazer isso. A
maldade vinha desde criança, aliás. Ele adorava esganar pombos e colocar
gatinhos no aparelho de micro-ondas. Keith cresceu, virou caminhoneiro e, quando surtou, passou a atacar prostitutas que conhecia em postos de estrada. Qualquer palavrinha que
saísse da boca delas e não lhe agradasse era motivo para matá-las. Ele gostava
de assinar seus crimes desenhando um rosto feliz, igual ao que a gente vê por
aí em adesivos. O filme mostra os esforços da agente do FBI Melinda Gand (Gloria
Reuben) para prender o criminoso, hoje cumprindo pena na Penitenciária Estadual
do Oregon. David Arquette conseguiu deixar de lado seu rosto simpático para incorporar um semblante assustador de um psicopata assassino. Vale o
filme.
segunda-feira, 14 de julho de 2014
“Estrada para Paloma” (“Road to Paloma”), 2013, EUA, é um road movie que gira em torno de Robert Wolf (Jason Momoa), um
descendente de índios procurado pelo FBI por assassinato. Ele vai aproveitar a
fuga para levar as cinzas da mãe para serem despejadas num lago. Durante a
viagem, Wolf conhece o Cash (Robert Mollohan), um roqueiro fracassado e alcoólatra.
Os dois ficam amigos e partem, cada um em sua moto, estrada afora. Enquanto
isso, o agente do FBI Williams (Timothy V. Murphy) sai no encalço de Wolf. O filme,
pelo menos no visual, nas motos dos protagonistas e nos enquadramentos nas
cenas de estrada, lembra muito “Easy Rider” (“Sem Destino”), com Peter Fonda e
Jack Nicholson. A trilha sonora, recheada de muito rock and roll, é excelente, assim como a fotografia. O ator Jason Momoa (de “Game of Thrones”), além de atuar,
também foi responsável pelo roteiro, direção e produção. Para quem gosta de
filmes de estrada, com todos os clichês do gênero, é um ótimo programa.
“O Sistema” (“The
East”), EUA, dirigido por Zal Batmanglij, estreou no Festival de Sundence em
2013. Trata-se de um drama de suspense focado na história da agente Sarah Moss
(Brit Marling), pertencente a uma empresa privada de inteligência e espionagem,
que se infiltra num grupo ativista que tem atacado os dirigentes de grandes
corporações. As indústrias química e farmacêutica são os principais alvos dos
anarquistas. O grupo em que Sarah consegue infiltrar-se é intitulado “The East”
e é liderado por Benji (Alexander Skarsgard). Ao conviver com os ativistas,
numa casa escondida no meio de uma floresta, Sarah começa a entender as suas
razões e até vê com alguma simpatia os seus ideais, mas não os seus métodos, que
incluem envenenar convidados de uma festa ou fazer com que os dirigentes de uma
empresa química entrem num rio contaminado. Fazem parte ainda do elenco Ellen
Page, como a anarquista Izzy, e Patrícia Clarkson, como Sharon, a chefe de
Sarah, entre outros. Não dá para dizer que o filme é bom, apenas interessante.
domingo, 13 de julho de 2014
Ninguém
volta de uma guerra incólume ou sem traumas. Ou sem cicatrizes. Alguns voltam em
caixões. Outros, como diria Djavan, faltando um pedaço. O drama “A
Volta dos Bravos” (“Home of the Brave”), 2006, EUA, aborda
justamente esse aspecto trágico das guerras. No caso, a Guerra do Iraque. A
história acompanha o retorno de quatro protagonistas, o médico Will Marsh
(Samuel L. Jackson), Vanessa Price (Jessica Biel), Tommy (Brian Presley) e
Jamal Aiken (Curtis Jackson). Todos cumpriram um ano de serviço no Iraque e
todos voltaram com sérios problemas psicológicos. Vanessa ainda pior, pois perdeu
parte do braço numa explosão. Cada um deles vai tentar se readaptar à vida
normal junto à família e no trabalho, vão tomar remédios para dormir e
participar de tratamentos de terapia. O filme, lançado diretamente em vídeo no
Brasil, não foi bem aceito pela crítica norte-americana, mas é impactante e
bastante esclarecedor quando mostra o que normalmente acontece com os soldados
que retornam dos campos de batalha. A sequência inicial, quando um comboio de
veículos norte-americanos é emboscado numa cidade iraquiana, é muito bem feita
e cheia de tensão, tão vigorosa quanto aquelas do espetacular “Falcão Negro em
Perigo” (2001), de Ridley Scott.
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