sábado, 18 de novembro de 2017

“A VIAGEM DE FANNY” (“LE VOYAGE DE FANNY”), 2016, França, terceiro longa-metragem dirigido por Lola Doillon, com roteiro de Anne Peyègne, que o escreveu baseada no livro autobiográfico “Le Voyage de Fanny – L’histoire Vraie D’Une Jeune Fille Au Destin Hors Du Commun”, escrito por Fanny Bel-Ami. É mais uma daquelas histórias incríveis e verídicas ambientadas durante a Segunda Guerra Mundial. Assim como milhares de outras crianças de origem judia, Fanny, na época com 12 anos, foi entregue, juntamente com as duas irmãs menores, a uma instituição que cuidava de organizar fugas de crianças para outros países, fugindo dos nazistas que ocupavam a França. A Suíça era um dos destinos escolhidos. Depois de entregue a uma dessas instituições, Fanny e mais algumas crianças acabam ficando por conta própria, tentando chegar até a Suíça. Uma jornada de muitos perigos e sofrimento, passando fome e frio. A diretora não carregou muito no drama, embora mantenha muitos momentos de alta tensão e suspense, com belas locações no interior da França. O filme tratou a história como uma aventura infantil, “Um drama disfarçado de sessão da tarde”, como bem definiu um crítico profissional. De qualquer forma, por se tratar de uma história verídica, vale a pena curtir. O elenco conta com Léonie Souchaud, a Fanny, e com as participações especiais de Cécile de France, Stéphane de Groodt e Olivier Massart. Informação importante: entre 1938 e 1944, mais de 5 mil crianças judias escaparam da França rumo à Suíça, EUA e Espanha.     

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Ao ser exibido como filme de abertura do Festival de Cannes 2016, dentro da Mostra “Um Certain Regard”, o drama egípcio “CLASH” (“Eshtebak”), roteiro e direção de Mohamed Diab, surpreendeu e causou polêmica não apenas pelo forte teor político, mas também pela estética inovadora. Trata-se de um filme bastante perturbador, cuja ação é toda ambientada dentro de um camburão da polícia. Cairo, 2013, a capital egípcia vive momentos de alta tensão com a queda do presidente islamita Mohamed Morsi. As manifestações de rua são violentas e precisam ser reprimidas. Uns manifestantes são a favor deste ou daquele credo religioso, como também pró-exército, além dos fanáticos defensores da Irmandade Muçulmana e daqueles que defendem outras ideologias. Ninguém se entende, uma confusão danada. O tal camburão – sempre filmado de dentro , percorre as ruas do Cairo recolhendo os manifestantes mais exaltados, sejam eles adultos, jovens, mulheres, velhos e até crianças. Claro que no camburão as diferenças serão colocadas em jogo, tumultuando ainda mais o ambiente. As pessoas detidas no camburão gritam o tempo todo defendendo cada qual sua posição política, aumentando ainda mais a tensão e a sensação claustrofóbica. Resumo da ópera: é um filme bastante interessante e, ao mesmo tempo, muito indigesto e desagradável. “Clash” foi o representante oficial do Egito na disputa do Oscar 2017 de Melhor Filme Estrangeiro, lembrando que foi o segundo filme escrito e dirigido pelo diretor Mohamed Diab – o primeiro foi o também elogiado “Cairo 678”. 

domingo, 12 de novembro de 2017

“TERRA SELVAGEM” (“Wind River”), EUA, 2016, escrito e dirigido por Taylor Sheridan. A história, ambientada nas montanhas geladas do Wyoming em pleno inverno, começa quando Cory Lambert (Jeremy Renner), caçador de animais predadores, encontra o cadáver de uma jovem no meio da neve. Como há vestígios de violência no corpo da vítima, a polícia local comunica o fato ao FBI, que envia a agente Jane Banner (Elizabeth Olsen) para investigar o crime misterioso. Jane pede ajuda a Cory e ao policial Dan Crowheart (Graham Greene). Os três seguirão algumas pistas, encontrarão alguns suspeitos e, finalmente, os criminosos. O filme prende a atenção do começo ao fim, tem suspense e muita ação. É o segundo filme escrito e dirigido por Taylor Sheridan, mais conhecido pela assinatura dos roteiros dos ótimos “Sicario: Terra de Ninguém”, de 2015, e “A Qualquer Custo”, de 2016, este último indicado ao Prêmio de Melhor Filme no Oscar 2017. Por “Terra Selvagem”, Taylor Sheridan também conquistou o Prêmio de Melhor Diretor no Festival de Cannes 2017, dentro da Mostra “Un Certain Regard”. Sem dúvida, um ótimo programa.