“A VIAGEM DE FANNY” (“LE
VOYAGE DE FANNY”),
2016, França, terceiro longa-metragem dirigido por Lola Doillon, com roteiro de
Anne Peyègne, que o escreveu baseada no livro autobiográfico “Le Voyage de Fanny
– L’histoire Vraie D’Une Jeune Fille Au Destin Hors Du Commun”, escrito por
Fanny Bel-Ami. É mais uma daquelas histórias incríveis e verídicas ambientadas
durante a Segunda Guerra Mundial. Assim como milhares de outras crianças de
origem judia, Fanny, na época com 12 anos, foi entregue, juntamente com as duas
irmãs menores, a uma instituição que cuidava de organizar fugas de crianças
para outros países, fugindo dos nazistas que ocupavam a França. A Suíça era um
dos destinos escolhidos. Depois de entregue a uma dessas instituições, Fanny e
mais algumas crianças acabam ficando por conta própria, tentando chegar até a
Suíça. Uma jornada de muitos perigos e sofrimento, passando fome e frio. A
diretora não carregou muito no drama, embora mantenha muitos momentos de alta
tensão e suspense, com belas locações no interior da França. O filme tratou a
história como uma aventura infantil, “Um drama disfarçado de sessão da tarde”,
como bem definiu um crítico profissional. De qualquer forma, por se tratar de
uma história verídica, vale a pena curtir. O elenco conta com Léonie Souchaud,
a Fanny, e com as participações especiais de Cécile de France, Stéphane de
Groodt e Olivier Massart. Informação importante: entre 1938 e 1944, mais de 5
mil crianças judias escaparam da França rumo à Suíça, EUA e Espanha.
sábado, 18 de novembro de 2017
segunda-feira, 13 de novembro de 2017
Ao ser exibido como filme de abertura do Festival de Cannes
2016, dentro da Mostra “Um Certain Regard”, o drama egípcio “CLASH” (“Eshtebak”), roteiro e direção
de Mohamed Diab, surpreendeu e causou polêmica não apenas pelo forte teor
político, mas também pela estética inovadora. Trata-se de um filme bastante
perturbador, cuja ação é toda ambientada dentro de um camburão da polícia. Cairo,
2013, a capital egípcia vive momentos de alta tensão com a queda do presidente
islamita Mohamed Morsi. As manifestações de rua são violentas e precisam ser
reprimidas. Uns manifestantes são a favor deste ou daquele credo religioso,
como também pró-exército, além dos fanáticos defensores da Irmandade Muçulmana e daqueles
que defendem outras ideologias. Ninguém se entende, uma confusão danada. O tal camburão – sempre filmado
de dentro –, percorre as
ruas do Cairo recolhendo os manifestantes mais exaltados, sejam eles adultos,
jovens, mulheres, velhos e até crianças. Claro que no camburão as diferenças
serão colocadas em jogo, tumultuando ainda mais o ambiente. As pessoas detidas
no camburão gritam o tempo todo defendendo cada qual sua posição política, aumentando ainda mais a tensão e a sensação
claustrofóbica. Resumo da ópera: é um filme bastante interessante e, ao mesmo
tempo, muito indigesto e desagradável. “Clash” foi o representante oficial do Egito na disputa
do Oscar 2017 de Melhor Filme Estrangeiro, lembrando que foi o segundo filme
escrito e dirigido pelo diretor Mohamed Diab – o primeiro foi o também elogiado “Cairo 678”.
domingo, 12 de novembro de 2017
“TERRA SELVAGEM” (“Wind
River”), EUA, 2016,
escrito e dirigido por Taylor Sheridan. A história, ambientada nas montanhas
geladas do Wyoming em pleno inverno, começa quando Cory Lambert (Jeremy
Renner), caçador de animais predadores, encontra o cadáver de uma jovem no meio
da neve. Como há vestígios de violência no corpo da vítima, a polícia local comunica
o fato ao FBI, que envia a agente Jane Banner (Elizabeth Olsen) para investigar
o crime misterioso. Jane pede ajuda a Cory e ao policial Dan Crowheart (Graham
Greene). Os três seguirão algumas pistas, encontrarão alguns suspeitos e,
finalmente, os criminosos. O filme prende a atenção do começo ao fim, tem suspense
e muita ação. É o segundo filme escrito e dirigido por Taylor Sheridan, mais
conhecido pela assinatura dos roteiros dos ótimos “Sicario: Terra de Ninguém”, de
2015, e “A Qualquer Custo”, de 2016, este último indicado ao Prêmio de Melhor
Filme no Oscar 2017. Por “Terra Selvagem”, Taylor Sheridan também conquistou o
Prêmio de Melhor Diretor no Festival de Cannes 2017, dentro da Mostra “Un Certain
Regard”. Sem dúvida, um ótimo programa.
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