sábado, 30 de abril de 2022

 

“CHAMADA EXPLOSIVA” (“DHAMAKA”), 2021, Índia, disponível na plataforma Netflix, 1h43m, direção de Ram Madhvani, que também assina o roteiro com a colaboração de Puneet Sharma. Trata-se de uma refilmagem (remake) do filme sul-coreano “The Terror Live” (título original é “Deu Tae-ro Ra-i-Beu”), de 2013. No filme de Bollywood, a ação acontece em Bombaim. O apresentador Arjun Pathak (Kartik Aaryan) está ao vivo em seu programa de notícias na rádio, durante o qual abre espaço para ligações dos ouvintes. Um deles ameaça explodir uma importante ponte da cidade. Arjun não lhe dá ouvidos, pensando ser mais um maluco querendo aparecer. Só que dali a alguns segundos uma violenta explosão ocorre na ponte, visível pelas janelas da emissora. Prevendo a oportunidade de ganhar audiência para a TV, a editora Ankita Malaskar (Amruta Subhash) providencia de imediato a montagem de um estúdio para que Arjun entre ao vivo pela TV. O tal terrorista é então levado a sério e a emissora abre espaço para que ele explique suas intenções. Ele conta que está se vingando da morte do pai e outros dois trabalhadores que morreram, anos antes, em um acidente no canteiro de obras da mesma ponte. E faz nova ameaça: se um determinado ministro do governo não for ao programa e pedir desculpas, ele explodirá mais uma parte da ponte. Arjun tenta levar o programa adiante nesse clima de grande tensão, pressionado não só pelo terrorista, mas também pela direção da emissora e pelas autoridades policiais, sem contar que sua ex-esposa Soumya (Mrunal Thakur), repórter da TV, está presa no meio da ponte com outros reféns. O suspense segue em ritmo acelerado até o desfecho, proporcionando um ótimo entretenimento. O desfecho, porém, quase põe tudo a perder, exagerando demais na dramaticidade e, para piorar, com uma irritante cantoria. O resultado final, porém, pode ser encarado como um bom filme de suspense. Recomendo!  

sexta-feira, 29 de abril de 2022

 

“JOGO PERIGOSO” (“MOST DANGEROUS GAME”), 2021, Estados Unidos, 2h7m, disponível na plataforma Amazon Prime, direção de Phil Abraham, seguindo roteiro assinado por Scott Elder, Nick Santoro e Josh Harmón. A história foi adaptada para o cinema do conto “The Most Dangerous Game”, escrito em 1924 por Richard Connell. Sem dúvida, “Jogo Perigoso” (não confundir com o filme homônimo de 2017, cuja história é completamente diferente) é um dos piores lançamentos da Amazon neste ano. Sou até bonzinho ao afirmar isso, pois alguns críticos especializados já o consagraram com o título de “O pior filme já realizado”. Tudo começa quando Dodge Maynard (Liam Hemsworth, irmão de Chris, o Thor da Marvel), depois de receber o diagnóstico de que está com um tumor maligno no cérebro, concorda em participar de uma caçada humana pelas ruas de Detroit. Atolado em dívidas e com a mulher grávida, ele se transforma na caça para divertimento de cinco caçadores. Se sobreviver durante 24 horas, ganhará algo em torno de 2 milhões e meio de dólares. Aí começa a lamentável, ridícula e patética aventura, uma soma de cenas inverossímeis e, o pior, quatro caçadores que não passam de caricaturas mal elaboradas, interpretados por atores da pior qualidade. Cada um deles recebeu o pseudônimo de um presidente dos Estados Unidos: Reagan (Billy Burke), Carter (Jimmy Akingbola), Kennedy (Natasha Bordizzo) e Nixon (Chris Webster). Liam Hemsworth, então, apresenta uma interpretação lastimável: quando chora, parece que está com dor de barriga. Um péssimo ator. Também estão no elenco Christoph Waltz e Sarah Gadon. O roteiro tem tantos absurdos que chega a ofender nossa inteligência. Escrevo este comentário revoltado com tamanha mediocridade. Assistir a este “Jogo Perigoso” é um ato de puro masoquismo. Fuja a galope!   

quarta-feira, 27 de abril de 2022

 

“FOGO CRUZADO” (“COPSHOP”), 2021, Estados Unidos, disponível na plataforma Amazon Prime, 1h48m, direção de Joe Carnahan, que também assina o roteiro com a colaboração de Mark Williams e Kurt McLeod. Trata-se de um thriller policial de ação quase que totalmente dentro de uma delegacia de uma pequena cidade do interior. Teddy Murretto (Frank Grillo) roubou dinheiro de uma máfia e agora é perseguido por assassinos profissionais. Para não ser morto, ele provoca sua prisão e vai parar na cadeia daquela delegacia, onde imaginou que ficaria seguro. Logo em seguida chega preso um alcóolatra que depois se revelaria um dos potenciais matadores de Teddy. Ele é Bob Viddick (Gerard Butler). Aí começa a confusão. Os policiais tentam administrar a situação, que só piora a partir do momento em que a delegacia é invadida por psicopata armado com uma metralhadora. Aí é sangue pra todo lado até o desfecho. Além da dupla principal de atores, destaca-se a atriz Alexis Louder como a policial Valery Young, recém-chegada à delegacia e muito mais corajosa do que os seus colegas, um deles, inclusive, associado à bandidagem. “Fogo Cruzado” tem mais suspense do que ação, o que não é prejudicial ao resultado final. Gerard Butler, a gente conhece, é um ator que trabalha bem em filmes de ação, alguns muito bons. Por seu lado, Frank Grillo é um ator de filmes medianos, quase sempre fazendo o papel do vilão, mas que até agora não conseguiu um papel de destaque em Hollywood. É ator de filmes independentes. Ainda estão no elenco Toby Huss, Ryan O’Nan e Chad Coleman. Somando os prós e os contras, “Fogo Cruzado” tem mais prós, resultando em um ótimo entretenimento.                                                                           

 

segunda-feira, 25 de abril de 2022

 

“GRANIZO”, 2022, Argentina, 1h58m, produção original e distribuição Netflix, direção de Marcos Carnevale, seguindo roteiro elaborado por Fernando Balmayor e Nicolás Giacobone. Trata-se de uma comédia muito interessante cuja história é centrada em Miguel Flores (Guillermo Francella), um meteorologista que mantém um programa televisivo dedicado à previsão do tempo. Em 20 anos, ele nunca errou. Por isso, virou um ídolo na Argentina. Em Buenos Aires, onde mora, ele é querido pelos espectadores, pelos vizinhos e pelo pessoal da TV. Enfim, uma celebridade televisiva. Até que um dia, logo na estreia de um programa especial que a emissora criou só para ele, Miguel divulgou que o tempo ia ficar bom, ensolarado e ideal para um passeio. Ledo engano, e dos mais graves, pois caiu uma tempestade acompanhada por uma chuva violenta de granizo, causando inúmeros estragos em Buenos Aires, incluindo a morte de animais de estimação, quedas de árvores e veículos amassados pelas pedras de gelo. Enfim, uma catástrofe. A repercussão foi extremamente negativa, com Miguel tornando-se figura non grata não só na emissora como em toda a capital argentina. Perdeu o lugar no programa, sendo substituído pela assistente de palco Mery Oliva (Laura Fernández), que de meteorologia não entende nada. Como um fugitivo, ele retorna em segredo para Córdoba, sua cidade natal, e resolve morar um tempo com a filha Clara (Romina Fernandes). Em suas andanças pela cidade, Miguel cruza com um sujeito esquisito e místico chamado Bernardo (Horacio Fernández), que lhe dará dicas preciosas sobre a previsão do tempo em Buenos Aires nas próximas horas. Dessa forma, Miguel retorna às pressas para a capital e tentará reverter sua situação diante da opinião pública. O filme é bastante agradável de assistir, tem um humor leve e inteligente, não do tipo de provocar gargalhadas. A cenografia é outro ponto forte, principalmente nas cenas onde Buenos Aires sofre a tempestade de granizo. Mas é o ator Guillermo Francella quem carrega o filme nas costas. Só para lembrar, Francella já atuou em inúmeros filmes de sucesso, entre os quais “O Segredo dos Seus Olhos”, “Minha Obra-Prima”, “O Clã” e “Coração de Leão – O Amor Não tem Tamanho”. Em “Granizo”, Francella atua mais uma vez sob a direção de Marcos Carnevale, o cineasta argentino responsável pelos excelentes “Elza & Fred”, “Viúvas” e “Inseparáveis”.