sábado, 12 de dezembro de 2015

“OS 33” (“The 33”), uma co-produção EUA/Chile, 2014, reconstitui o drama vivido por 33 mineiros que ficaram soterrados abaixo de 700 metros abaixo do nível do mar durante mais de dois meses, em 2010, numa mina de ouro e cobre situada no deserto chileno do Atacama. O mundo inteiro acompanhou, minuto a minuto, as tentativas de resgate, a agonia das famílias e o emocionante desfecho daquela que se anunciava como uma tragédia consumada. Um fato tão espetacular não poderia ter sido deixado de lado por Hollywood. A diretora mexicana Patricia Riggen foi contratada para tocar o projeto e se inspirou, para escrever o roteiro, no livro do jornalista norte-americano Hector Tobar. Riggen contou com um elenco de astros como Antonio Banderas, Juliette Binoche, Mario Casas, Gabriel Byrne, James Brolin, Lou Diamond Phillips e, vá lá, Rodrigo Santoro. Embora mais pareça um modelo num editorial de moda no deserto, o ator brasileiro até que está bem como o ministro chileno da Energia Laurence Golborne, responsável pela coordenação do trabalho de resgate. O papel de Juliette Binoche, como irmã de um dos mineiros soterrados, era para ser de Jennifer Lopez, que desistiu na última hora. Aliás, o tapa que Binoche deu na cara de Santoro não foi truque, doeu mesmo, segundo o ator. O filme é muito bem feito, inclusive as cenas iniciais de muita tensão que mostram como o acidente aconteceu. As cenas do final do resgate também são muito comoventes. Não recomendado para espectadores com claustrofobia.   

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Em seus últimos filmes, Al Pacino não conseguiu papeis à altura do seu enorme e reconhecido talento. Em “NÃO OLHE PARA TRÁS” (“DANNY COLINS”), 2015, EUA, porém, ele finalmente se redime, dando um show de interpretação na pele de Danny Colins, um veterano astro da música folk. Em 1971, quando surgiu como grande revelação no cenário musical dos EUA, Colins deu uma entrevista em que diz temer a influência da indústria fonográfica sobre o seu talento de compositor. Depois dessa entrevista, ninguém menos do que John Lennon escreveu uma carta para ele incentivando-o a continuar compondo e a não se deixar levar pelo poder das gravadoras. Só que a carta só chegará a Collins muitos anos depois, o que o fará repensar sobre o rumo que tomou - e poderia ter tomado - sua carreira e sua vida particular. No final da carta, Lennon pede que Collins ligue para ele para conversar. Collins não teve essa oportunidade. O roteiro e a direção são do estreante Dan Fogelman, que baseou sua história num personagem que realmente existiu, o cantor e compositor inglês Steve Tilston, ao qual foi destinada a carta de Lennon, fato que realmente aconteceu. Espere os créditos finais para conhecê-lo. O filme é ótimo, valorizado por um elenco em que se destacam Annette Bening, Jennifer Garner, Christopher Plummer e Bobby Carnavale, e ainda pela ótima trilha sonora, com muito John Lennon. 

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

“O CORO” (“Boychoir”), 2014, EUA, é um drama escrito por Ben Ripley e dirigido pelo canadense François Girard (“O Violino Vermelho”). O roteiro foi inspirado em fatos reais ocorridos ao longo dos últimos anos na American Boychoir School, de Nova Jersey, que possui um dos corais de meninos mais respeitados do mundo. A história toda é centrada no jovem Stet (Garrett Wareing), de 11 anos, que possui um talento vocal nato. Ele é um garoto problemático, briguento na escola, filho de mãe solteira. Quando fica órfão, é enviado para uma escola de música para meninos cantores. O regente é o professor Carvelle (Dustin Hoffman), que, de início, rejeita Stet pelo seu comportamento arredio, indisciplinado. Mas, aos poucos, Carvelle percebe que o garoto tem muitas qualidades. A relação conflituosa entre mestre e discípulo é um dos atrativos do filme. A trilha sonora vai de Handel, Vivaldi e Mozart, ou seja, da melhor qualidade. Além de Hoffman e Wareing, estão no elenco Kathy Bates, Josh Lucas e Debra Winger. Aliás, quem é fã de Debra vai curtir sua excelente fase madura, aos 60 anos, conservando a competência e a beleza que a consagraram em filmes como “A Força do Destino”, “Laços de Ternura” e “O Céu que nos Protege”, entre outros. “O Coro” é um ótimo programa para quem curte cinema e música de qualidade. 

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

O ator Jason Bateman, de tantas comédias, surpreende num papel dramático em “O PRESENTE” (“The Gift”), 2015, EUA/Austrália, um suspense psicológico dos melhores. Ele interpreta Simon, um executivo em ascensão, casado com Robyn (Rebecca Hall). O casal vive um momento feliz com a nova casa e a expectativa, quem sabe, de um bebê. Tudo vai bem até a chegada de Gordo (Joel Edgerton), um antigo colega de escola de Simon. Com a fama de esquisito desde o colégio, Gordo vai se aproximando do casal e, principalmente de Robyn – aquele tipo de assédio meio assustador. Aos poucos, Robyn começa a desconfiar de que algo de muito grave deve ter acontecido no passado para que Gordo não desista do  casal. Ela vai investigar e tentar descobrir o que realmente aconteceu. Não dá para falar muito mais para não estragar as surpresas, uma delas relacionada ao título do filme e revelada no final. Boa estreia do ator australiano Joel Edgerton no roteiro e na direção de um longa. Edgerton, Jason Bateman e Rebecca Hall estão muito bem em seus papeis. Rebecca prova mais uma vez que, além de muito bonita, é ótima atriz. O filme é levado de forma contida, a tensão crescendo aos poucos, sem grandes sustos ou histerismos. Um bom programa para quem gosta de curtir um suspense. 
“BEIJEI UMA GAROTA” (“Toute première Fois”), 2014, roteiro e direção de Noémie Saglio e Maxime Govare, é mais uma boa comédia francesa - atualmente, seja qual for o gênero, são os franceses que estão fazendo o melhor cinema. Jérémie Deprez (Pio Marmai) é um empresário bem sucedido, homossexual convicto e mantém um relacionamento amoroso há uma década com Antoine (Lannick Gautry). Ambos são felizes, moram juntos e estão de casamento marcado. Só que um dia – aliás, uma noite -, depois de uma bebedeira, Jérémie dá uma “escorregada” e acaba na cama com Adna (Adrianna Gradziel), uma bela sueca, divertida e radicalmente liberal. A partir desse “acidente”, porém, Jérémie passa a questionar sua homossexualidade, a relação com Antoine entra em crise e o casamento, já marcado, corre o risco de não acontecer. O filme tem uma levada de comédia romântica, com direito a happy end e cerimônia de casamento no final, mas é muito divertido. Destaque para a sueca Adrianna Gradziel, que faz sua estreia no cinema, assim como estrearam na direção Saglio e Govare.  filme foi exibido aqui no Brasil durante o Festival Varilux de Cinema Francês. Entretenimento garantido.