sábado, 22 de março de 2014
“O Julgamento
de Nuremberg”, co-produção Canadá/EUA de 2000, é talvez o melhor filme já feito sobre
o maior acontecimento jurídico do Século XX. O julgamento, ocorrido logo depois
do final da 2ª Guerra Mundial, colocou no banco dos réus, na cidade alemã de
Nuremberg, vinte e quatro importantes oficiais nazistas acusados dos mais hediondos crimes,
o maior deles o assassinato de milhões de judeus em campos de concentração. O
filme é uma verdadeira aula de história. Os depoimentos de juízes, promotores,
advogados de defesa, sobreviventes e réus foram copiados das fitas gravadas
durante o julgamento original. Cenas de bastidores, incluindo os prisioneiros
em seu dia-a-dia, também obedeceram fielmente os relatos da época. É impossível
não se emocionar com as cenas que mostram trechos de filmes produzidos pelas
forças aliadas nos campos de concentração libertados. São chocantes. A
impressão que dá é que os atores também ficaram chocados, muitos deles com
lágrimas nos olhos. O elenco é excelente: Alec Baldwin, Jill Hennessy, Brian
Cox, Christopher Plummer, Roger Dunn e Max Von Sidow, entre outros. A atriz Charlotte
Gainsbourg faz uma sobrevivente que dá um depoimento emocionado sobre o que viu
e sofreu num campo de concentração. É marcante, por exemplo, a cena seguinte, quando
ela termina de testemunhar e passa diante dos reús, encarando um por um. O
filme tem três horas de duração, mas vale cada minuto.
sexta-feira, 21 de março de 2014
Em fase de treinamento numa academia para formação
de oficiais de polícia, dois colegas da mesma turma acabam se apaixonando. Só
que existe um problema: os dois são homens. Outro problema maior: um deles é
casado com uma moça e está prestes a ser pai. Estes são os pontos de partida do
drama alemão “Queda Livre” (“Freier
Fall”), de 2013, dirigido por Stephan Lacant. A convivência na academia fez com
que Kay (Max Riemelt) se apaixonasse por Marc (Hanno Koffler). Numa das
corridas que ambos faziam pela floresta, Kay assedia Marc, que rejeita a
investida do colega. Kay continua insistindo, até o dia em que Marc resolve se
entregar. É claro que seu casamento com Bettina (Katharina Schüttler) vai
balançar, mas o nascimento do bebê faz com que Marc repense a situação. Ele
tenta se afastar de Kay. Será que conseguirá? O filme mostra o quanto é difícil
alguém “sair do armário” e assumir a nova condição perante a família, amigos e
colegas de trabalho. O filme foi premiado em festivais da Alemanha e EUA. Os
críticos o consideraram como a versão alemã de “O Segredo de Brokebeck Montain”,
dirigido por Ang Lee em 2005, cuja temática é bastante semelhante. O filme
alemão é ainda melhor, embora as cenas ousadas de sexo entre os dois amantes possa chocar os menos liberais. O trabalho dos três atores principais - os dois amantes e a mulher traída - é muito bom. Esqueça o preconceito e confira esse ótimo drama!
quarta-feira, 19 de março de 2014
“O Fundamentalista Relutante”
(“The Reluctant Fundamentalist”) é um drama baseado no best-seller, com o mesmo
título, do escritor paquistanês Mohsin Hamidhr. O filme, dirigido pela indiana
Mira Nair, foi produzido em 2012 e estreou no mesmo ano no Festival de Veneza. O
enredo do filme segue a história contada pelo paquistanês Changez Khan (Riz
Ahmed) na entrevista ao jornalista norte-americano Bobby Lincoln (Liev
Schreiber). Ele conta como, aos 18 anos,
saiu de Lahore, no Paquistão, para estudar nos EUA, onde se destacou na Universidade
de Princeton. Depois de se formar, foi trabalhar como analista financeiro na
Empresa Underwood Samson, uma das mais importantes de Wall Street. O trabalho
de Khan impressiona Jim Cross (Kiefer Sutherland), um dos diretores, que se
transforma em seu mentor e responsável por promovê-lo a sócio. Khan vive o
sonho americano. Além de ganhar dinheiro, ele conhece a bela fotógrafa Erica (Kate
Hudson), pela qual se apaixona. Mas aí acontece o atentado de setembro de 2011
contra o Word Trade Center. E a vida de
Khan muda do avesso e o sonho americano parece ir água abaixo. Mesmo que seja
baseado num romance de ficção, o filme mostra um retrato de como os
estrangeiros, principalmente os de origem árabe e muçulmanos, passaram a ser
tratados nos EUA após o atentado. Numa das frases que diz ao jornalista, Khan
afirma que, apesar de amar os EUA e lamentar as vítimas inocentes, não deixou de sentir um certo orgulho pelo atentado às torres gêmeas. “Um David derrubando Golias”, diz. Um
filme vigoroso que merece ser conferido.
segunda-feira, 17 de março de 2014
“Sunlight Jr.”, dirigido
por Laurie Collyer, estreou no Tribeca Film Festival (o segundo festival
de cinema independente mais importante dos EUA depois de Sundance) em novembro
do ano passado. Trata-se de um drama triste e pesado, que mostra a realidade de
trabalhadores pobres para os quais o sonho americano está muito distante. É inspirado
no livro “Nickel and Dimed”, de Barbara Ehrenreich. Melissa (Naomi Watts), funcionária de um
mercado, mora com o namorado Richie (Matt Dillon) numa espelunca. Ele é paraplégico
e está desempregado. Apesar das dificuldades financeiras, o casal vive feliz e
vai tocando o barco do jeito que dá. Eles se amam e fazem sexo toda hora. Mas
depois que ela fica grávida e logo em seguida perde o emprego, as coisas vão
ficar cada vez mais difíceis. Richie aumenta o consumo de bebida, fica violento
e a relação acaba entrando numa grave crise. Será que eles conseguirão superar a
situação? Sem maquiagem e despida de qualquer glamour, Naomi Watts não se
importou até em parecer feia em prol do papel e seu desempenho comprovou o que
a gente já sabia: ela é uma ótima atriz. Matt Dillon está longe do galã que já
foi, mas continua um bom ator. Um bom drama que vale a pena ser visto.
domingo, 16 de março de 2014
O suspense “Conexão Perigosa”
(“Paranoia”),
2012, dirigido por Robert Luketic, traz no elenco ótimos atores como Harrison
Ford, Gary Oldman e Liam Hemsworth, este último irmão mais novo de Chris
Hemsworth (“Thor” e “Rush”). Tem ainda a bela Amber Heard, um colírio, Embeth
Davidtz, Lucas Til, Josh Holloway e Richard Dreyfuss. Liam interpreta Adam
Cassidy, um funcionário ambicioso da gigante Wyatt Corporation. Ele dá uma
mancada terrível e, além de perder o emprego, pode ir para a cadeia. Só que o
chefão da empresa, Nicholas Wyatt, tem outros planos. Chama Adam e promete
perdoá-lo se ele aceitar uma missão, ou seja, espionar a empresa de Jack Hoddard
(Ford) – as duas empresas operam na área de tecnologia (Wyatt e Hoddard haviam
sido sócios e se odeiam). Daí para a frente, haverá muito suspense, bem ao
estilo dos filmes de espionagem, e, quase no final, duas reviravoltas que conseguem
deixar a história mais interessante.
Entre
1998 e 1999, uma gangue formada por jovens judeus ortodoxos de uma comunidade do
bairro do Brooklyn, em Nova Iorque, contrabandeou, de Amsterdam (Holanda) para
os EUA, mais de um milhão de comprimidos de Ecstasy. Essa história, que abalou
a comunidade judaica do Tio Sam, é contada no filme “Caminhos
Opostos” (“Holy Rollers”), de 2010,
dirigido por Kevin Asch. O jovem Sam Gold (Jesse Eisenberg) é filho de um judeu
ortodoxo e estuda para ser rabino. Seu vizinho Yosef (Justin Bartha) o convence
a participar de um esquema de transporte de “remédios” da Holanda. Sam começa a
ganhar muito dinheiro e, como é inteligente, acaba ocupando um cargo de
destaque na quadrilha. Uma de suas funções é cooptar novos integrantes na
comunidade judaica. Aos poucos, também, Sam vai abandonando os preceitos
religiosos e de comportamento do povo judeu, o que vai acarretar seu
desligamento da família. A história não ganhou muito destaque no noticiário aqui
no Brasil. Apesar de muito interessante, ainda mais pelo fato de ser baseado em
fatos reais, o filme não foi lançado no circuito comercial. Saiu direto em DVD.
Vale a pena conferir!
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