quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

 

“7 MULHERES E UM MISTÉRIO” (“7 DONNE E UN MISTERO”), 2021, Itália, em cartaz na Netflix, 1h23m, roteiro e direção de Alessandro Genovesi. Trata-se de um remake do filme francês “Oito Mulheres”, de 2002, comédia baseada em uma peça teatral escrita por Robert Thomas. Não vi a versão original francesa, dirigida pelo grande François Ozon, muito elogiada pela crítica, mas gostei muito da nova versão italiana, com um elenco muito especial. Sem falar que a língua italiana se encaixa com perfeição na comédia. Resumo da história: em uma  luxuosa mansão,  o patriarca da família é encontrado morto com uma facada nas costas. Sete mulheres, todas ligadas ao falecido, têm motivos suficientes para se tornarem suspeitas. O suspense está no jogo psicológico montado pelo roteiro para alimentar a dúvida: quem é a assassina? A amante, a esposa, uma das filhas, a nova empregada... E assim o suspense está garantido até o desfecho, quando a verdade surpreendente vem à tona. O elenco é muito especial, com atrizes do maior gabarito: Margherita Buy, Micaela Ramazzotti, Sabrina Impacciatore, Luisa Ranieri, Ornella Vanoni, Benedetta Porcaroli e Diana Del Bufalo. Alguém deve ter notado o nome de Ornella Vanoni. É ela mesma, aquela cantora de grande sucesso nos anos 60, vencedora de vários festivais de San Remo. Aos 89 anos, ainda está firme e forte. Além do elenco afiado, outro trunfo do filme é a primorosa direção de arte, principalmente a decoração interna da mansão, os figurinos e a fotografia. Trocando em miúdos, trata-se de um suspense cômico, envolvente e muito divertido. Uma delícia de comédia. Imperdível!                   

 

“IMERSÃO” (“INMERSIÓN”), 2021, Chile/México, 1h28m, em cartaz na Netflix, direção de Nicolas Postiglione, que também assina o roteiro com a colaboração de Moisés Sepúlveda. Trata-se de um drama familiar que aos poucos se encaminha para um thriller psicológico. Produção simples, elenco enxuto e um roteiro que pouco oferece em criatividade, mas garante um bom suspense. Ricardo (Alfredo Castro) leva suas duas filhas, Teresa (Consuelo Carreño) e Claudia (Mariela Mignot), para visitar uma velha casa da família à beira de um lago no sul do Chile. A embarcação de Ricardo navega pelo lago quando surge no meio do caminho um pequeno bote com três pescadores pedindo socorro. Pensando na segurança das filhas, Ricardo passa direto, o que revolta Teresa e Claudia, que obrigam o pai a voltar e socorrer quem estava pedindo ajuda. A partir daí, pai e filhas já não se entendem mais, iniciando-se o conflito familiar. A situação fica meio sinistra, já que ao voltar para socorrer os pescadores, Ricardo só encontra dois. Esquisito. Não dá para contar mais para não correr o risco de estragar as surpresas. O que posso dizer é que o filme garante um bom suspense, valorizado pela trilha sonora e pelas situações criadas com o objetivo de preparar o espectador para um final trágico, o que realmente acontece. Não há dúvida de que a presença do veterano ator chileno Alfredo Castro é o principal trunfo do filme. Castro é hoje o principal ator chileno, tendo no currículo bons filmes como “No”, “O Clube”, “Tony Manero” e “Tenho Medo Toureiro”, entre tantos outros. “Imersão” estreou durante a programação do Festival Internacional de Cinema de Guadalajara (México), além de ter sido vista aqui no 50º Festival de Cinema de Gramado. Em ambos, conquistou vários prêmios e elogios da crítica especializada. Recomendo, com a ressalva de que não é um filme para qualquer público.                   

domingo, 5 de fevereiro de 2023

 

“O PREÇO DA FAMÍLIA” (“NATALE A TUTTI I COSTI”), 2022, Itália, em cartaz na Netflix, 1h30m, roteiro e direção de Giovanni Bognetti. Deliciosa e divertida comédia italiana recentemente lançada pela Netflix. O foco central da história é o “ninho vazio” vivido pelo casal de meia idade Carlo (Christian De Sica, filho do grande ator e diretor Vittorio De Sica) e Anna (Angela Finocchiaro). Sentindo-se abandonados pelos filhos Emilio (Claudio Colica) e Alessandra (Dharma Mangia Woods), o casal inventa que ganhou uma herança de seis milhões de euros de uma tia acaba de falecer. Dessa forma, Carlo e Anna conseguem atrair a atenção dos filhos, ao mesmo tempo em que arrumam as maiores confusões, o que compreende ainda inventar uma doença grave para Carlo. São inúmeras as situações hilariantes, como aquelas em que Carlo e Anna são obrigados, pela farsa, a parecerem milionários, envolvendo até o aluguel de uma Ferrari. Para divertir ainda mais o espectador, o filme destaca a presença de uma avó meio maluca, Giuliana (Fioretta Mari). O elenco é excelente, o roteiro muito bem elaborado e uma história que, além de engraçada, nos obriga a refletir no que se refere às relações familiares. Nesses tempos tenebrosos de guerra e instabilidade política e econômica, nada melhor do que curtir “O Preço da Família”. Diversão garantida. Não perca!