“A FAMÍLIA BÉLIER” (“La Famille Bélier”), 2014, direção de Eric Lartigau, é mais uma
ótima comédia francesa. Toda a história gira em torno da família Bélier, dona
de uma propriedade rural no interior da França. Os pais, assim como o filho
adolescente, são surdos e dependem muito da filha Paula (Louane Emera), o único
integrante da família que não herdou a deficiência. É ela quem administra a
fazenda de gado e a fabricação de queijos, os negócios dos Bérlier. É ela quem
negocia com fornecedores e clientes. É ela também que acompanha a mãe numa consulta
com o ginecologista para traduzir as perguntas e respostas. Aliás, esta é uma
das cenas mais hilariantes do filme. Não faltam piadas politicamente
incorretas, como chamar o bezerro preto recém-nascido de Obama. Paula tem um sonho:
ser uma grande cantora. Ao mesmo tempo em que auxilia a família, Paula participa
do coral do colégio. O regente do coral, professor Thomasson (o ótimo Eric
Elmosnino, de “Gainsbourg”), percebe que está diante de uma joia a ser lapidada
e convence Paula a participar de uma importante audição em Paris. Será ela capaz de
abandonar a família para realizar seu sonho? Louane faz sua estreia no cinema, depois de ficar conhecida por sua participação no reality show The Voice. Além de Louane e Eric, estão no
elenco Karin Viard, a mãe (hilariante) e François Damiens, o pai. O filme é ótimo, garante
boas risadas e alguns momentos bastante comoventes. Programão!
sábado, 14 de novembro de 2015
quinta-feira, 12 de novembro de 2015
Baseado
nas memórias de infância da diretora Maya Forbes, que viveu o mesmo problema com
o pai, maníaco-depressivo (hoje chamado de transtorno bipolar), “SENTIMENTOS
QUE CURAM” (“Infinitely Polar Bear”), 2014, é um drama repleto de momentos comoventes,
sensíveis e bem-humorados. O filme é ambientado no final dos anos 70, época da
infância de Maya. A história: nos anos 60, o jovem Cameron (Mark Ruffalo) é
diagnosticado como maníaco-depressivo e, a partir de então, passa por diversas
internações em clínicas psiquiátricas. Mesmo enfrentando esse problema, alternando
momentos de depressão com outros de euforia, ele conhece Maggie (Zoe Saldana),
com a qual se casa e tem duas filhas, Faith (Ashley Aufderheide) e Amelia
(Imogene Wolodarsky). Ao mesmo tempo em que enfrenta uma grave situação
financeira, a família é abalada por um novo colapso nervoso do pai. Mesmo
assim, Maggie resolve fazer um curso em Nova Iorque para abrir portas para um
bom emprego e deixa as filhas aos cuidados de Cameron. Será ele capaz de
assumir essa responsabilidade? Maggie banca esse desafio. A partir daí, o
relacionamento entre o pai problemático e as filhas passa a ser o foco principal
da história. Mark Ruffalo está ótimo, sem exageros na atuação, assim como Zoe Saldana. Interessante
rever o ator Keir Dullea, que ficou famoso como o astronauta de “2001: Uma Odisseia
no Espaço”, como o pai de Cameron. O filme marca a – boa – estreia na direção
de Maya Forbes, roteirista de filmes como “Diário de um Banana 3: Dias de Cão”
e “O Roqueiro”, entre outros.
terça-feira, 10 de novembro de 2015
“O RITMO SOB OS MEUS PÉS” (“THE BEAT BENEATH MY FEET”), 2014, Inglaterra, direção de John
Williams, é um filme musical, não no sentido literal do gênero, mas porque tem
muita música – rock, principalmente. O jovem Tom (Nicholas Galitzine) é tímido,
vive isolado e é vítima constante de bullyng
pelos colegas de classe, que o chamam de “Sr. Travado”. A vida de Tom é o rock.
Seu grande sonho é ser um astro da guitarra. Sem a mãe saber, ele compõe, toca num
velho violão e ouve muito rock no fone de ouvido. Tom se imagina tocando para
grandes multidões, o que dá margem para o diretor criar clipes musicais durante
o filme. Aliás, de muito bom gosto, como aquele em que ele está indo de carro,
dirigido pela dona Morte, para uma “encruzilhada” no Mississipi, onde o
lendário guitarrista de blues Robert Johnson teria vendido sua alma ao diabo
para se transformar num grande músico. Quando Max Stone (Luke Perry), um famoso
ex-guitarrista vai morar no apartamento vizinho, Tom vê a grande chance de aperfeiçoar
seu desempenho na guitarra. A amizade entre os dois vai ajudar Tom a mudar seu
comportamento. O filme marca a estreia de John Williams na direção e do ator
Nicholas Galitzine no cinema. Ótimas estreias, aliás. Os veteranos Luke Perry e
Lisa Dillon, como a mãe de Tom, também dão conta do recado. Enfim, tudo
funciona bem nesse filme, garantindo um ótimo entretenimento.
segunda-feira, 9 de novembro de 2015
Produzido
em 2012 e somente lançado nos cinemas no começo de 2015, a comédia “O DUELO” é uma grata surpresa do cinema nacional. No centro da história,
baseada no romance “Os Velhos Marinheiros”, escrito em 1961 por Jorge Amado,
está o capitão de longo curso Vasco Moscoso de Aragão (o ator português Joaquim
de Almeida), que chega à vila de Periperi, em algum lugar do litoral
brasileiro, e de repente torna-se o ídolo da população, com suas histórias de viagens
ao redor do mundo, incluindo lugares exóticos, amores e naufrágios. Chico
Pacheco (José Wilker, num de seus últimos papeis no cinema) fica enciumado com
o sucesso do comandante e faz questão de afirmar, a quem quiser ouvir, que o
comandante não passa de um charlatão. E vai tentar provar essa afirmação. O
roteiro e a direção são de Marcos Jorge, responsável pelo ótimo “Estômago”, de
2007. Jorge emprega recursos e efeitos bastante criativos na hora de compor uma
nova cena, fazendo com que os personagens ingressem e saiam de um novo cenário
conforme transcorre o enredo. O filme é muito bom, com destaque para a
excelente fotografia e o ótimo elenco, que conta ainda com Claudia Raia, Tainá
Müller (belíssima), Patrícia Pillar, Márcio Garcia e Milton Gonçalves. Finalmente, um
nacional de qualidade.
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